que afligem o arquipélago hão-de ser resolvidos. Som demora, como se pretendo e se impõe! Para isso pode contar o povo da Madeira com a acção desinteressada do Partido Socialista. Essa Madeira que quer continuar a ser Portugal e que saberá deixar de dar ouvidos a uns tantos demagogos de meia tigela (risos), que, acenando-lhe com a ideia da independência, mais não querem do que colonizá-la e asfixiá-la, então sim, pela exploração das suas gentes, que passariam, sem perda de tempo, à condição de autênticos escravos.
É isso que o Partido Socialista não quer!
Vozes: - Muito bem!
Aplausos.
O Orador: - Fomos à Madeira, aprendemos muito, sempre se aprende; e lá voltaremos quando muito bem entendermos, sem necessitarmos de qualquer autorização especial dos rapazinhos do PPD.
Que eles metam bem isto na cabeça e não o esqueçam!
Tenho dito.
Vozes: - Muito bem!
Aplausos.
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: Antes de dar a palavra ao Sr. Deputado Mota Pinto que a pediu, eu queria confessar o meu embaraço por esta intervenção com que, de todo, não contava, do meu estimado colega Manuel Ramos.
Queria afirmar que, apesar de, efectivamente, as afirmações que se referem à minha pessoa não serem exactas, não serem correctas, porque conheço menos mal, não disse profundamente, porque não é caso, mas conheço menos mal a ilha da Madeira, onde efectuei duas missões profissionais bastante longas e efectuei um estudo das suas culturas, quero declarar, entretanto, que não me senti de modo algum atingido na minha honra pelas palavras do referido comunicado, embora erradas.
Aplausos.
O Sr. Deputado Mata Pinto pediu a palavra?
O Sr. Mota Pinto (PPD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quero começar por afirmar que só tenho, agora, conhecimento do comunicado que serviu de tema, abundante, nervosa e, diria mesmo, freneticamente comentado pelo Deputado que acabou de usar da palavra.
Vozes: - E justo!
Vozes de protesto.
O Orador. - Trata-se, pelos vistos, de um comunicado da Organização Juvenil do Partido Popular Democrático na ilha da Madeira.
Eu teria preferido que, em voz de os Deputados deste hemiciclo terem sido mimoseados com uma série de considerações, que, eu direi, algo destemperadas e algo ...
Manifestações várias.
... veementes ...
Manifestações.
Peço que me oiçam, tal como ouvimos o Deputado que acabou de usar a palavra.
Vozes de protesto.
O Sr. Presidente: - De facto, peço que ouçam o Sr. Deputado Mota Pinto, que tem direito de pedir que o oiçam atentamente.
O Orador: - Se a possibilidade de usar de palavra aqui é unilateral, pois V. Ex.ª dirá, mas então eu sento-me e não uso da palavra.
O Sr. Presidente: - Não, senhor! De modo algum. Tem a palavra.
O Orador: - Não serei eu nem o meu Partido que sofrerá, mas a democracia, neste hemiciclo.
Inscrevi-me, Srs. Deputados, e a Mesa concedeu-me a palavra.
Uma voz: - Não devia ter sido inscrito!
O Sr. Presidente: - Peço o favor de deixarem o Sr. Deputado Mota Pinto desenvolver as suas considerações.
O Orador: - O que o Deputado referiu teria sido, a meu ver , mais elucidativo para todos e daria a conhecer este contencioso de uma forma mais esclarecida se. nos fossem feitas transcrições ou referências ao conteúdo do comunicado face ao qual nós poderíamos ajuizar, e não feita uma réplica que não nos permite conhecer um dado fundamental que é o comunicado sobre o qual ela incide.
Vozes: - Está aqui!
O Orador. - Quero apenas focar o seguinte: Deputados do Partido Socialista deslocaram-se à ilha da Madeira.
Uma voz: - À sua custa!
O Orador. - Essa deslocação, à sua custa, segundo sou agora informado, é uma atitude perfeitamente legítima, evidentemente, e que lhes dá realmente o direito de serem tratados dentro do espírito democrático que nós queremos que reine em Portugal, ...
Burburinho.