com poderes para decidir sobre leis constitucionais -, no sentido de lhe apresentar a questão e de lhe indicar ou sugerir a necessidade de prolongar os nossos trabalhos. É esta a questão que submeto à Assembleia e, como digo, tenho motivos para julgar que há uma certa urgência em fazer esta diligência. Se não houver objecções, fá-la-ei o mais rapidamente possível. De qualquer maneira, se há alguém que queira pronunciar-se sobre esta questão, evidentemente que estamos prontos a ouvi-lo.

Pausa.

O Sr. Deputado Octávio Pato deseja pronunciar-se?

Pausa.

Faça favor.

O Sr. Casimiro Cobra (PPD): - Trabalhar à segunda-feira ...

O Orador: - Nós, desde o princípio, defendemos essa tese: que esta Assembleia Constituinte devia ter o objectivo exclusivo de elaborar a Constituição. E, se assim tivesse sido, volto a repetir, o atraso dos nossos trabalhos não se, verificava como actualmente.

Quanto à posição do Grupo de Deputados do Partido Comunista Português, nós reservamos a nossa posição para depois de fazermos uma consulta à direcção do nosso partido.

(O orador não reviu.)

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Carlos Lage tem a palavra.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: É para, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, me pronunciar sobre a sugestão que o Sr. Presidente apresentou.

É claro que previamente importa dizer que o Partido Socialista se esforçou por colaborar nos trabalhos da Constituinte e que, tanto no que diz respeito às faltas como à duração das intervenções, como à objectividade, achamos que temos o mérito, sem qualquer presunção, de ter tido o cuidado de acelerar os trabalhos da Constituição para que esta fosse elaborada antes da data que está fixada. Mas como, talvez sem culpa nossa, as coisas se arrastaram e é de prever que a Constituição não esteja acabada antes dessa data, achamos que a sugestão do Sr. Presidente, é inteiramente sensata, pelo que damos o nosso acordo para que faça as diligências que achar convenientes.

(O orador não reviu.)

O Sr. Presidente: - Mais alguém deseja pronunciar-se?

Pausa.

O Sr. Deputado Barbosa de Melo.

O Sr. Barbosa de Melo (PPD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A questão que V. Ex.ª, Sr. Presidente, pôs é uma questão que é grave, é uma questão que preocupa naturalmente todos aqueles que aqui estão em nome do povo a fazer uma Constituição para o País. Parece evidente que a nossa tarefa não pode deixar de ser cumprida. Nós não podemos deixar de concluir a Constituição para que fomos mandatados. Está o Partido Popular Democrático em crer que, apesar de tudo, apesar de erros cometidos, fruto muitas vezes da nossa inexperiência, os partidos aqui representados foram fazendo o melhor que puderam por cumprir o programa de que vinham incumbidos pelo povo.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A questão posta é uma questão delicada, e neste momento o Partido Democrático quer dizer apenas a V. Ex.ª o seguinte: que aceita qualquer solução, desde que essa solução leve à conclusão da Constituição. Daqui até ao termo do prazo previsto ainda muito podemos fazer, mas, se esse prazo não chegar, é óbvio que teremos de encontrar um outro caminho.

Era isto que eu queria dizer.

(O orador não reviu.)

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, desculpe uma pergunta. Isso quer dizer que só poderemos dirigir-nos às instâncias a quem compete resolver esse assunto depois do prazo terminado? Não pode ser.

O Sr. Barbosa de Melo (PPD): - Não é isso, Sr. Presidente. Eu pretendia pôr em destaque que temos de procurar já uma solução e que a posição correcta do nosso partido, a última posição do nosso partido sobre este assunto, é a de que queremos prorrogar o prazo, visto que podemos fazer muito, mas talvez não seja materialmente possível concluir dentro do prazo. Mas para a semana, terça-feira, suponho, tomaríamos uma posição definitiva nesta matéria.

(O orador não reviu.)

O Sr. Presidente: - Muito bem. Quer dizer que, neste momento, entende que não se deverá tomar qualquer posição, mas aguardar mais uns dias. Eu repito que tenho razões para supor que a nossa in-