formação a esse respeito é aguardada. Mas, de qualquer maneira, poderá ser na terça-feira.

Mais alguém deseja usar da palavra?

Pausa.

O Sr. Deputado Manuel Ramos tem a palavra.

Em 1 de Agosto, nesse dia em que não houve quórum, pretendeu-se suspender os trabalhos da Assembleia, para que os Deputados que não são de Lisboa pudessem seguir mais cedo para as suas terras. E o líder do Partido Socialista nesta Câmara, o nosso camarada Lopes Cardoso, disse textualmente: "Obviamente o Grupo Parlamentar do Partido Socialista não pode subscrever uma proposta tendente a interromper a sessão da Assembleia, para que os seus Deputados regressem à província. Nós nunca subscreveríamos uma proposta deste género."

1sto são apontamentos que eu tomei, que trazia na pasta.

Em 8 de Agosto, a sessão foi suspensa, tendo havido falta de quórum em mais outras sessões: em 14 de Agosto, em 29 de Agosto, em 12 de Setembro. Em 19 de Setembro a sessão já começou às 14 horas. Depois, houve duas chamadas de atenção minhas à Câmara, também lembrando que os trabalhos estavam atrasados. Depois, houve um telegrama, esse telegrama que tão comentado foi! De maneira que o que eu quero frisar aqui é que o Partido Socialista teve, desde a primeira hora, consciência plena de que os trabalhos deveriam decorrer noutro ritmo, que não aquele em que decorreram. É isto que eu quero deixar aqui bem frisado Nós temos consciência plena de que assim foi.

1sto são umas achegas ao que o meu camarada Carlos Lage tinha dito. E eu trazia esses apontamentos aqui, de maneira que é apenas uma achega ao que o camarada Carlos Lage disse.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Américo Duarte.

O Sr. Américo Duarte (UDP): - Digo aqui mais uma vez que a UDP, logo desde o início do funcionamento da Assembleia, propôs um horário, o que não foi aceite, tendo sido nessa altura a UDP a única a votar a favor.

Os Srs. Deputados que imprimiram a esta Assembleia o chamado cretinismo parlamentar ...

... que faz com que demorem uma hora a discutir uma vírgula ou a alteração de uma palavra, vêem agora que têm que se apressar. Para os partidos burgueses é muito importante arranjarem uma Constituição e é por isso que agora, já perto do final do prazo, esses partidos vêm a correr propor que se altere o tempo de funcionamento da Assembleia, quando há quatro meses o rejeitaram. 15to só mostra que agora a burguesia vê com mais intensidade a necessidade de ter pronta rapidamente uma Constituição que sirva para, combater a luta do povo trabalhador.

Enquanto o VI Governo Provisório tenta, por todos os meios, conter o avanço das lutas das massas populares e conseguir estabilizar solidamente a dominação burguesa, aqui nesta Assembleia tenta-se legalizar a primeira prova de dominação, para que amanhã se possa reprimir o povo em nome das disposições constitucionais. Por isso terei que consultar a minha organização e depois me pronunciarei.

(O orador não reviu.)

Vozes. - Muito bem!

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Artur Cortês pediu a palavra. Faça favor.

O Sr. Artur Cortês (PS): - Eu queria apenas salientar um pormenor que faltou na intervenção do meu camarada Manuel Ramos.

Não foi com o acordo do Partido Socialista que se deixou de trabalhar às segundas-feiras. É de salientar que os representantes de partidos que apoiaram a ideia da segunda-feira sem trabalho vêm hoje aqui, muito candidamente, tentar fazer críticas a quem efectivamente não pode ser criticado.

(O orador não reviu.)

Vozes: - Muito bem!