lhadores que procuraram assim defender os seus interesses. Mas é preciso também dizer-se que entro esses trabalhadores havia agitadores profissionais, entra eles estrangeiros que abusam do direito de, asilo político que generosamente lhos concedemos.

Vozes: - Muito bem!

Aplausos.

Pateada.

O Orador: - E não se pense que muitos desses estrangeiros actuam por sentimentos elevados de internacionalismo revolucionário.

Uma voz: - Eu vi ...

O Orador: - Deve dizer-se que muitos desses homens são claramente agentes de serviços secretos estrangeiros, inclusive da CIA e de outras organizações semelhantes.

Burburinho.

Aplausos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Deve dizer-se que o sequestro não é uma forma de reivindicação.

Uma voz: - Apoiado!

O Orador: - Deve, dizer-se que é uma forma de extorsão.

É necessário dizer-se, também, que a manifestação foi desviada dos seus intuitos para fins políticos e manipulada por agitadores profissionais.

É necessário também dizer-se, com toda a clareza, que a inércia e a incapacidade das forças da ordem para imporem a ordem, não a ordem com "o" grande, mas a ordem democrática, foi de tal forma clamorosa que impõe que esta Assembleia exija das autoridades responsáveis, se há ainda alguém que seja responsável neste país, que efectuem um rigoroso inquérito e digam de sua justiça.

Uma voz: - Outro inquérito?

Vozes: - Muito bom!

Aplausos.

O Orador: - Na madrugada do dia 13, ou melhor, na manhã do dia 13 abandonámos esta Sala, abandonámos esta Assembleia, por entre um corredor que nos tinham garantido inicialmente que seria formado por elementos das forças armadas e que, afinal, era formado por manifestantes.

O Orador: - Deve dizer-se que o fizemos para permitir ao Governo da Nação continuar a governar sem ter sobre a sua consciência, sem ter sobre, os seus actos, a pressão da existência dos reféns que nós, nessa altura, éramos.

Mas deve também dizer-se que no meio desse cordão que era formado por agitadores, e não por trabalhadores porque os trabalhadores porque os trabalhadores não chamam fascistas, como chamaram, aos Deputados, eleitos pelo povo, ou, de outra forma, se chamam fascistas é porque nos não conhecem e porque são democratas oportunistas de depois do 25 de Abril.

Vozes: - Muito bem!

Aplausos.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado José Luís Nunes está a terminar o período de antes da ordem do dia.

Peço-lhe que se apresse.

O Orador: - Muito obrigado!

O Sr. Presidente: - Faz favor, Sr. Deputado, está prestes a terminar o período de antes da ordem do dia.

O Orador: - Obrigado pela sua atenção.

Deve dizer-se também muito claramente que não nos sentimos ofendidos. pessoalmente por nos chamarem fascistas. Não ofende quem quer! Sentimo-nos, sim, ofendidos como Deputados e como mandatários do povo português, qualidade de que não abdicamos em momento nenhum!

Vozes: - Muito bem!

Aplausos.

O Orador: - A arrogância da desordem só encontra contraponto suficiente na arrogância do Poder.

Vivemos num clima de golpe de Estado permanente, em que à instabilidade política é necessário que venha a estabilidade das instituições.

Os verdadeiros antifascistas, os verdadeiros democratas, enfrentam corajosamente a realidade, alheios às pressões e às paixões desencadeadas.

O nosso partido, enfrentando a realidade, alheio a pressões e a paixões, não vai cair de forma nenhuma na política do pior; o nosso partido deseja, crê e julga necessária uma ampla união de todas as forças democráticas em volta do VI Governo Provisório. Mas o nosso partido exige claramente que as forças do Governo actuem como forças do Governo, as forças de oposição como forças de oposição e as forças de subversão como forças de subversão!

Vozes: - Muito bem!

Aplausos.

O Orador: - Confiamos claramente no povo português, cumpriremos o nosso mandato, outorgado em eleições; faremos uma Constituição; não abdicaremos, por mais que determinadas forças queiram que abdiquemos! Se houver outros atentados à soberania