Estranha, mas significativamente, não foi essa a prática seguida aqui pelos que rios atacam, mas que dizem não querer o fascismo.

Tenho dito.

(O orador fez a sua intervenção da tribuna.)

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Fernando Roriz pediu a palavra. É um pedido de esclarecimento?

O Sr. Fernando Roriz (PPD): - Era um pedido de esclarecimento, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado para formular o seu pedido de esclarecimento.

O Sr. Fernando Roriz (PPD): - Era um pedido de esclarecimento ao orador que acabou de usar da palavra.

Eu ouvi a referência que o orador fez à manifestação de Rio Maior, que considerou um meio de coacção contra o Conselho da Revolução. Salvo erro, foi esta a expressão que ele usou. E apreciei, naturalmente, o prurido de legalidade democrática que essa afirmação encerra. Entretanto, porque eu, por motivos de doença, não estive presente nesta Assembleia nos dias que se seguiram ao sequestro dos Deputados nesta Assembleia Constituinte, gostaria de perguntar ao Sr. Deputado que usou da palavra se o Partido Comunista Português, em face desta atitude, tomou qualquer posição de condenação desse sequestro que foi feito aos Deputados da Assembleia Constituinte, se não considerou também que isso foi um meio de coacção contra o Conselho da Revolução e o Governo.

(O orador não reviu.)

O Sr. Presidente: - Mais algum dos Srs. Deputados deseja pedir esclarecimentos?

Pausa.

O Sr. Deputado Manuel Ramos?

Pausa.

Tem V. Ex.ª a palavra para um pedido de esclarecimento.

O Sr. Manuel Ramos (PS): - O Sr. Deputado referiu-se à nomeação de reaccionários para postos de comando. Já o Sr. Deputado Carlos Brito há dias tinha dito a mesma coisa, e também há dias pedi ao Sr. Deputado Carlos Brito que ele me dissesse concretamente a quem se referia. É claro que o Sr. Deputado Carlos Brito não respondeu concretamente, tal como eu pedira, de maneira que eu peço agora, de novo, ao Sr. Deputado que acabou de falar o seguinte: se há efectivamente reaccionários em postos de comando, importa denunciá-los, e, portanto, eu peço ao Sr. Deputado que enuncie esses nomes, porque, se assim não for, não poderemos dar o mínimo valor às suas afirmações.

(O orador não reviu.)

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Mais algum pedido de esclarecimento?

Pausa.

O Sr. Deputado António Campos.

O Sr. António Campos (PS): - Eu desejava perguntar ao Sr. Deputado, para lhe reconhecer, aliás, uma força moral nesta intervenção, quando ele concretamente ataca as barricadas de Rio Maior, se também ataca as barricadas feitas em 19 de Junho ao Partido Socialista.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O segundo ponto que eu também gostava de saber é, quando ele condena o contrabando de armas, se ele o condena também em relação aos partidos que vêm fazendo contrabando de armas neste país.

(O orador não reviu.)

Uma voz: - O PS!

Burburinho na Sala.

O Sr. Presidente: - Feitos os pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Carreira Marques, para responder, se o entender.

O Sr. Carreira Marques (PCP): - Em relação ao primeiro pedido de esclarecimento, devo dizer que o Sr. Deputado certamente não tem tomado atenção aos documentos do meu partido.

Neles se dizia claramente, em relação à retenção dos Deputados nesta Assembleia, que não concordávamos com essa forma. Isso foi dito claramente pelo meu partido nos seus comunicados.

Em relação ao Sr. Deputado Manuel Ramos, devo dizer-lhe que o meu partido já denunciou alguns, naturalmente.

Uma voz: - Muito bem!

Vozes: - Quais? Diz quais.

O Orador: - Irá denunciando outros, à medida que eles forem aparecendo.

Manifestações na Sala.

Em relação ao Sr. Deputado António Campos, eu não consigo perceber o que tem a ver uma barricada fascista feita em Rio Maior com uma outra coisa que é a tentativa de impedir que exista uma marcha sobre Lisboa com todos os fascistas e ELPs.

(O orador não reviu.)

Agitação na Sala.

Vozes: - Fascista! Social-fascista!