tido Comunista Português tem tentado, tem falado e tem procurado encontrar uma plataforma, de acordo com a sua proposta de solução negociada da crise político-militar.

Isto diz alguma coisa da política do Partido Comunista Português.

A Sr., Raquel Franco (PS): - Diz tudo!

O Orador: - Temos ainda mais para dizer, minha senhora!

Vozes de protesto.

Pergunta-se se o processo revolucionário é apenas aquele que o Partido Comunista propõe e se não haverá outro modo de reformar a sociedade portuguesa.

Sim, há, realmente, outro modo. E até, neste momento, há outro modo. E o outro modo é o fascismo. O fascismo reformaria, nesta altura, a sociedade portuguesa. Com esta transformação não concordamos, é evidente. E, portanto, esta transformação, para nós, está fora de causa.

O Partido Comunista Português não impôs, não impõe, nem nunca imporia um processo, um tipo de processo revolucionário para Portugal. O Partido Comunista Português tem as suas ideias quanto ao processo revolucionário. Tem proposto debater essas ideias com as forças interessadas na defesa da Revolução. Temos, na conjuntura actual, tentado discutir a solução política da crise com outras forças e, portanto, nós, comunistas portugueses, não temos um modelo de processo. Temos as nossas ideias quanto ao processo e queremos debater com outras forças interes sadas na defesa da Revolução o caminho a seguir.

Burburinho.

E, portanto, suponho também que os Srs. Deputados, o Sr. Deputado que fez esta pergunta, também não pretende. impor .ª sua solução do processo político português ao Partido Comunista Português e às outras forças.

Uma voz: - O povo o dirá.

O Orador: - Essa é também a posição do Partido Comunista Português. O Partido Comunista Português não quer impor o seu tipo de processo. Quer discutir com outras forças a sua proposta de processo revolucionário, que, afinal, as condições objectivas têm perfeitamente confirmado pela realidade política do nosso país.

Burburinho.

Bem, há aqui umas perguntas dos pára-quedistas. Se houve não sei quê ...

Eu não estive lá, no Batalhão de Pára-Quedistas, mas vi algumas fotografias. Até agora vi (não a conhecia) uma entrevista, num desses jornais que andam para aí publicados, sobre a rendição dos pára-quedistas e fiquei profundamente comovido com a forma como aquilo se passou. Naturalmente, eu penso que alguns senhores, enfim, que aqui estão, não tiveram essa comoção; mas , é claro, isso é próprio

Orgulhosamente digo: é o PCP!

Manifestações na Sala.

Por mais que os senhores façam cócegas no umbigo, é o PCP! Nada a fazer!

Burburinho.

A realidade histórica vai mostrá-lo e, portanto, não vale a pena estar aqui a discutir com os senhores esta questão.

Manifestações na Sala.

O Sr. Presidente: - Peço a atenção da Assembleia.

O Orador: - Bem, há aqui também uma pergunta, também insidiosa: Se nós chamámos fascista ao Sr. Brigadeiro Vasco Gonçalves. É falso!

Manifestações ruidosas.

Nunca chamámos fascista ...

... ao Sr. Brigadeiro Vasco Gonçalves.

É falso que alguma vez tenhamos chamado fascista ao Sr. Brigadeiro Vasco Gonçalves.

Manifestações na Sala.

Que aqueles que dizem isso o provem. Que provem aqui que alguma vez o Partido Comunista Português tenha chamado fascista ao Sr. Brigadeiro Vasco Gonçalves.

Manifestações na Sala.

O Sr. Presidente: - Srs . Deputados: Peço o favor de se manterem serenos e deixarem concluir a resposta do Sr. Deputado, que está no seu direito ...

O Orador: - Ah! Perdão, perdão. Desculpem, desculpem, desculpem ...