Esta equipa tem maturidade
Agostinho Oliveira era um treinador obviamente satisfeito no final. Mas não deixou de reconhecer o mau começo de jogo. «Vínhamos preparados para o desconhecido, porque nada sabíamos desta equipa da Estónia. Sofremos um golo contra-natura, resultado de um erro. Mas soubemos, depois, ter atitude. Na primeira parte, chegámos a mostrar um futebol bonito mas pouco funcional. A Estónia defendeu bem, cada um dos nossos jogadores tinha quase sempre duas marcações, e isso provo cou um desgaste natural. Mas nunca cheguei verdadeiramente a sofrer pelo facto de termos sofrido tão cedo um golo.»
O seleccionador dos sub-21 disse, depois, que «quando alterei a equipa sabia que o nosso adversário quebraria mais tarde ou mais cedo. Ganhámos outra dimensão e ocupámos melhor o espaço». Sobre as diferenças desta para a equipa anterior, Agostinho Oliveira apenas comentou: «Tenho uma maneira de trabalhar, como todos os treinadores. Estes jovens trabalham comigo quase todos desde os 15 anos, e sabem que os respeito muito pela qualidade que possuem. Às vezes vivemse situações mais amargas, como hoje, quando sofremos o primeiro golo, mas a alegria desta equipa e a sua capacidade técnica e táctica provaram ser capazes de superar as dificuldades».
O técnico nacional destacou a maior velocidade com que a equipa jogou na segunda parte. «Ficámos mais fortes nas alas, e julgo que merecemos amplamente a vitória».
Não estou desapontado!
«Foi um bom jogo e o resultado não é pesado», disse o treinador da Estónia, Tarmo Ruutli, igualmente responsável máximo da equipa principal, que hoje (pelas 17 horas locais), defronta os AA portugueses. Ruutli considerou que esta foi «uma boa oportunidade para estes jovens aprenderem em termos tácticos e técnicos, percebendo como se joga em velocidade e se marcam golos». O treinador estónio disse não estar «desapontado, porque precisamos de tempo para nos tornarmos mais fortes. Temos aqui dois jogadores com 18 anos. Além disso, nunca sonhámos, mesmo quando a minha equipa marcou o golo. Existem grandes diferenças de qualidade para os jogadores portugueses, que formam realmente uma excelente equipa». Tarmo Ruutli teve ainda ocasião de manifestar uma ideia para o jogo de hoje, este sim, esperado com maior expectativa por todos os adeptos estónios. Disse Ruutli: «Não vamos defrontar Luís Figo; vamos defrontar Portugal, uma grande selecção».
Entrámos mal no jogo
Ednilson foi uma das grandes figuras, juntamente com Paulo Costa, autor de dois golos. O jovem internacional da Roma, de Itália, estava feliz com a vitória e com a sua exibição. «Entrámos mal, mas tudo se recompôs. A Estónia jogou muito atrás e ainda conseguiu surpreender- nos. No segundo tempo fomos mais velozes e jogámos o nosso futebol». Tentou muito o golo Ednilson. «Mas os remates saíram sempre mal. Espero pela próxima oportunidade. Mas é bom não esquecer que o guarda- redes complicou muito a nossa vida. Ele é muito bom.» Já Paulo Costa penitenciou-se por ter «perdido aquela bola a meio- campo» e desse erro ter «resultado o golo da Estónia. Mas nunca me passou pela cabeça não ganharmos aqui. Festejei os golos dirigindo- me ao Alhandra porque ele, no quarto, disse- me que eu marcaria dois golos. Acertou».
Ia jurar que era golo
«Ia jurar que era golo», disse Cândido Costa, no final, sobre aquele seu portentoso remate, em jeito, que levou o guarda- redes estónio a executar a melhor defesa de todo o jogo. Uma defesa espectacular. «Entrámos nervosos, o que é relativamente normal quando se defrontam adversários absolutamente desconhecidos», disse o jovem jogador do F. C. Porto. «Como consequência, sofremos o golo. Mas demos bem a volta por cima e julgo que na segunda parte justificámos amplamente o êxito.»
Cândido Costa referiu- se também à qualidade do guarda- redes adversário e ficou feliz por ter conseguido um golo, que aliás tanto procurou, também, sobretudo em remates de meia-distância.