"No futuro, vamos comprar, vender, trabalhar e viver de forma diferente". Este "slogan" da CeBIT deste ano, que abriu as suas portas na passada quarta-feira, em Hanover (Alemanha) pretende ilustrar o "estilo de vida digital" - um conceito onde cabe a mobilidade e o entretenimento, mas também o governo electrónico ou a segurança.

O chanceler alemão, Gerhard Schroeder, referiu-se exactamente às questões de segurança no seu discurso de inauguração do certame. Lamentando os atentados em Espanha e apresentando a sua solidariedade com o povo espanhol, Schroeder salientou que "há valores, em democracia, que importa não perder" - e considerou que as tecnologias de informação (TI) poderão dar um grande contributo em questões como a segurança dos cidadãos e o desenvolvimento económico dos países. O governo electrónico e o comércio através da Internet foram também duas áreas que o chanceler alemão considerou fundamentais e que deverão ser incentivadas por toda a Europa.

Discursando também na cerimónia de abertura da CeBIT, Kunitake Ando, presidente da Sony, procurou identificar os aspectos que mais caracterizam a edição de 2004 da feira. Sobretudo, disse, verifica-se uma quebra das barreiras entre as tecnologias de informação, as telecomunicações móveis e a electrónica de consumo: "Acredito que 2004 marca o verdadeiro início da convergência da banda larga, que irá tornar mais rica a vida das pessoas".

A melhoria dos processos de negócio, as propostas para um "estilo de vida digital", a segurança baseada nas tecnologias de informação, o E-government e o E-banking são alguns dos principais tópicos desta CeBIT, que, presta também especial atenção às pequenas e médias organizações.

Pela primeira vez, foi criado um fórum dedicado às pequenas e médias empresas (PME), no pavilhão 6 da feira, dedicado a apresentar aplicações específicas para mercados verticais. De acordo com um estudo dos principais problemas que afectam as PME, estas sabem ainda muito pouco sobre os seus clientes, pelo que a organização do certame dedicou alguma atenção à informação e às soluções tecnológicas que podem ajudar estas organizações a resolver problemas e a melhorar os seus processos de negócio. A segurança nestas empresas foi também um tema em destaque, sobretudo as falhas relacionadas com o "hardware" e o "software", que lhes trazem elevados prejuízos.

Para além das telecomunicações, esta edição da CeBIT dá particular destque às redes sem fios. Neste último ano, o número de pontos de acesso ("hotspots") instalados na Europa quadruplicou para cerca de 7200, de acordo com a consultora BWCS, com o Reino Unido a liderar o "boom". Em 2003, este país passou de 170 para 2900 "hotspots" instalados, com o aumento correlativo dos locais onde se pode aceder à Internet através de uma rede sem fios. Na Alemanha, também a Deutsche Telekom se prepara para expandir a sua rede "wireless" de 100 para 4000 "hotspots" até ao final do ano e para mais de 10 mil em fins de 2005.

Também o E-government é um dos tópicos principais da CeBIT 2004. A Deutsche Messe, organizadora do certame, com o apoio de Otto Schily, ministro do Interior, criou o Public Sector Parc, no pavilhão 18, e o eGovernment Forum para aí concentrar a oferta de produtos e serviços de 240 expositores para uma modernização e melhor desempenho dos organismos das administrações públicas.

Willi Berchtold, presidente da Bitkom, a associação alemã para as tecnologias de informação, telecomunicações e novos média, considerou que, no sector das TI, "existe uma época antes e depois da CeBIT", lembrou que, durante a maior feira mundial das TIC, se concretizam muitos negócios de milhões de euros e que, portanto, "mais do que uma feira, trata-se de um verdadeiro indicador do estado do sector".

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