Schumacher ofereceu uma prenda aos tifosi
O alemão levou a Ferrari à vitória no "seu" circuito e ficou a dois pontos de Hakkinen, prometendo um final de campeonato repleto de emoções
Reuters-Stefano Rellandini
Pela terceira vez em Monza e sexta esta temporada, Michael Schumacher cortou a meta em primeiro lugar. E a 41.ª vitória da sua carreira - que lhe permitiu igualar o palmarés de Ayrton Senna - revestiu-se de particular importância, não só por ter colocado um ponto final numa série de insucessos prolongada, mas também por ter relançado o campeonato já na fase final.
Uma coisa é certa, a três provas do fim, com Mika Hakkinen - que foi segundo ontem em Monza - a liderar com 80 pontos e Michael Schumacher a apenas dois pontos, o Mundial 2000 vai fechar sob o signo da emoção.
Mas se a prova italiana se desenrolou sob grande tensão nervosa, com a Ferrari a comprovar os bons resultados dos treinos, no autódromo de Monza assinalaram-se momentos dramáticos. À passagem da segunda chicane, na primeira volta, uma gigantesca carambola envolveu inúmeros carros, obrigando ao abandono de sete pilotos: Coulthard, Barrichello, Trulli, Frentzen, Irvine, Herbert e Pedro de La Rosa. Este último saiu ileso de uma série de cambalhotas impossíveis, com o Arrows a chegar a cair sobre o Ferrari de Barrichello. A vítima acabou por ser um bombeiro que, atingido por uma roda na cabeça, acabou por não resistir aos ferimentos, morrendo já no hospital.
Depois de dez voltas atrás do safety car, a corrida foi relançada com Schumacher na frente, a rolar sempre mais rápido que Hakkinen, e, pouco a pouco, a consolidar um avanço que se revelaria determinante na altura dos reabastecimentos.
Após mudar de pneus, Hakkinen ainda levou o McLaren-Mercedes a aproximar-se de Schumacher, mas o alemão já fazia então uma corrida cautelosa, gerindo o avanço de modo a não deixar escapar o triunfo que os tifosi já começavam a celebrar. Destaque-se igualmente o facto de algumas pequenas alterações - provavelmente no que respeita à escolha de pneus - terem melhorado substancialmente o desempenho do McLaren-Mercedes depois do reabastecimento.
Numa atitude pouco de acordo com a imagem do alemão "frio", Schumacher não conseguiu evitar as lágrimas na conferência de imprensa que se seguiu à corrida. "Depois de todas as contrariedades, ganhar aqui em Itália neste maravilhoso clima de loucura... e logo a minha 41.ª vitória. É difícil descrever...", justificou, esclarecendo: "Não tenho palavras para descrever o que sinto. Esta 41.ª vitória, como Ayrton Senna... é demasiado para mim", conseguiu proferir, antes de ser obrigado a um longo silêncio, motivado pela mesma emoção que lhe fez aflorar as lágrimas.
Classificações da prova e do campeonato
2. Mika Hakkinen, McLaren-Mercedes-a 3,810 segundos
3. Ralf Schumacher, Williams-BMW-a 52,432
4. Jos Verstappen, Arrows-Supertec-a 59,933
5. Alexander Wurz, Benetton-Playlife-a 1.07,426 m
6. Ricardo Zonta, BAR-Honda-a 1.09,292
7. Mika Salo, Sauber-Petronas-a 1 volta
8. Pedro Paolo Diniz, Sauber-Petronas-a 1 volta
9. Marc Gene, Minardi-Fondmetal-a 1 volta
10. Gaston Mazzacane, Minardi-Fondmetal-a 1 volta
7. Jacques Villeneuve-11
2. Ferrari-127
8. Sauber-Petronas-6
A Mitsubishi conseguiu o título absoluto de marcas após a vitória de Carlos Sousa no Rali TT Esporão Vindimas, sétima e penúltima prova do campeonato nacional de todo-o-terreno. A primeira vitória da época permite ainda a Carlos Sousa imiscuir-se na luta pelo título nacional de pilotos, já que tanto o seu companheiro de equipa, João Vassalo, como Filipe Campos, da Toyota, foram obrigados a abandonar.
O britânico Colin Brown sagrou-se, em Braga, campeão mundial de Karting - Fórmula A - ao percorrer as 23 voltas do circuito em 20.15,166 minutos. Brown protagonizou uma corrida espectacular, já que disputou curva a curva o lugar cimeiro com Clivio Piccione, do Mónaco, que se deixou ultrapassar na penúltima volta, tendo terminado a 213 milésimos. Em terceiro lugar ficou o francês Loic Duval, a 3,072 segundos do primeiro.