Atravessar a Ponte Luís I a bordo de uma carruagem do metro vai ser possível a partir de Maio ou Junho de 2005. O estado de degradação daquela travessia sobre o Douro inflacionou os custos de adequação ao novo meio de transporte de seis milhões para oito milhões de euros. Quando a obra ficar concluída, o tabuleiro superior estará 1,70 metros mais largo. Objectivo: possibilitar a circulação simultânea de peões e do metro.
À vista, ninguém notará diferenças naquela centenária travessia. Isto porque as obras de reforço estão a seguir a traça arquitectónica legada por Teofhile Seyrig, apesar de estar em causa "praticamente uma reconstrução parcial da ponte", como sublinhou aos jornalistas o presidente da Comissão Executiva da Empresa Metro do Porto (MP), Oliveira Marques, no final da visita efectuada ontem ao local.
O tabuleiro superior rodoviário será integralmente substituído por um tabuleiro ferroviário constituído por uma estrutura metálica, que será revestida de material anti-derrapante de uma cor a imitar o alcatrão. Contas feitas, mil toneladas de ferro estão a ser substituídas (a ponte tem no total 1600 toneladas), num trabalho que implica ainda o reforço das fundações e pilares mediante a colocação de novas vigas longitudinais e transversais paralelas às existentes. A presença de pombos e a acumulação de águas entre chapas foram dois dos factores que mais terão contribuído para a corrosão da estrutura, cujo estado avançado de degradação surpreendeu os próprios responsáveis da MP.
O tabuleiro superior da Ponte Luís I, recorde-se, está encerrado à circulação automóvel desde Junho de 2003, tendo as obras de reconversão arrancado em Dezembro seguinte. A travessia foi inaugurada em 31 de Outubro de 1886 e previa-se que durasse 70 anos, servindo um trânsito que, então, nem sequer era motorizado. A sobrecarga resultante da utilização por automóveis e veículos pesados terá igualmente acelerado o envelhecimento de algumas das peças metálicas que estão agora a ser reforçadas e substituídas.
Apesar da meticulosidade obrigatória, Oliveira Marques garantiu que aquele está longe de ser "o ponto mais crítico" da obra de construção da Linha Amarela, que ligará Laborim, em Vila Nova de Gaia, e o Hospital de S. João, no Porto. "Creio que no início do próximo ano poderemos já circular com os veículos em teste", previu Oliveira Marques, hesitando quanto à possibilidade de a ponte abrir aos peões igualmente seis meses antes do arranque da operação comercial. "Se isso for compatível com os testes dos veículos, abriremos com certeza".
A provocar mais dores de cabeça está a estação subterrânea da Rua de Faria de Guimarães, cuja construção tem vindo a ser dificultada pelo facto de o solo ser muito rochoso. Por isso, e apesar de a estação estar a "andar bem", as obras não deverão ficar concluídas antes do prazo limite. "Vai ser como a Estação do Bolhão, que ficou pronta praticamente na véspera da inauguração", brincou Oliveira Marques.
A dúvida prende-se agora com a extensão da Linha Amarela até Laborim, aprovada no mês passado pelo Governo (inicialmente previa-se que a linha acabasse em Santo Ovídeo). Por estes dias, Oliveira Marques diz-se incapaz de prever se este acrescento poderá abrir em simultâneo com o restante percurso. "Estamos a ficar prontos para lançar o concurso público para esta obra, que não está incluída no contrato da Normetro. Se o concurso for rápido, se não houver contestação, talvez seja possível operar com todo o conjunto da linha até Laborim", explicou o responsável da MP.
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