São Vicente de Pereira cortou a fita do arranjo urbanístico do largo de São Lourenç
Um anfiteatro novinho em folha, com casas de banho em baixo, mais o embelezamento do largo de São Lourenço, ao redor da capela, na freguesia de São Vicente de Pereira, Ovar, foram as obras que ontem juntaram entidades políticas e religiosas no local para a tão ansiada inauguração. Um momento integrado nas comemorações das festas Vicentinas, que terminam hoje com um espectáculo musical. A música parou, os poucos comerciantes fizeram um intervalo no negócio, os foguetes ouviram-se alto, para que os habitantes prestassem atenção ao discurso da praxe - bem regado e abençoado pela água dos céus.
O presidente da Junta de Freguesia de São Vicente de Pereira, Filipe Mesquita, aproveitou a ocasião para sublinhar o que ainda falta fazer para que a obra, que representou um investimento superior a 237,5 mil euros, fique completa e "com a dignidade que merece". Na opinião do autarca, três intervenções resolverão o assunto. Ou seja, a construção da rede de águas pluviais na rua do Pilar até à EN327; a definitiva aprovação do plano de pormenor da Mata que, referiu, "tem atrofiado o desenvolvimento da freguesia"; bem como a execução da rotunda de Azevedo, "dotada de um cruzeiro".
Filipe Mesquita salientou, no entanto, que o recinto do largo continua em terra batida, o que, naturalmente, tem dado azo a algumas críticas. "Também a mim não me agrada", explicou, acrescentando que o valor da obra "atingiu o limite de trabalhos a mais permitido por lei, devido a obras realizadas e não previstas". A junta local desembolsou cerca de oito mil euros para os arranjos da zona envolvente.
Por último, o presidente da junta pediu ao povo da terra para conservar o local limpo e asseado. Até porque, sustentou, "o investimento não é da câmara ou da junta, mas sim vosso [da população] e fruto dos vossos impostos". O conselho foi dado: "Não façam pista de rally ou ciclismo e coloquem o lixo nos contentores ou ecopontos, e não no pinhal ao lado".
O presidente da Câmara de Ovar, Armando França, cortou a fita do anfiteatro e visitou, juntamente com as entidades oficiais e religiosas de São Vicente de Pereira, as novas casas de banho. Mas antes da visita, o edil lembrou que "um espaço milenar" tem histórias para contar e uma vida para lembrar. Nesse sentido, o autarca vincou a importância de "preservar as memórias vivas da identidade da população de São Vicente de Pereira". Os traços do passado ainda se mantêm, como a capela que, ao longo dos anos, tem vindo a sofrer algumas alterações, e ainda um sobreiro que resistiu à corrida do tempo.
E, portanto, "não destruir, mas reconstruir" foi um dos motes que pautou a intervenção realizada no largo de São Lourenço. Armando França reforçou, por outro lado, que é imprescindível "realçar a importância da identidade". Mas, seja como for, o local recebeu uma lufada de ar fresco. "É um espaço polivalente, com aspectos de modernidade", referiu o político. E deixou a promessa: "Há aspectos que serão melhorados".
Segundo reza a História, a primeira capela a surgir no largo de São Lourenço era anterior ao século XII, mas só em 1670 é que recebeu a primeira reforma. Seguiram-se várias alterações, com o virar dos séculos. Até que em Dezembro de 1999, a junta de freguesia remeteu o projecto de obras à câmara local para a remodelação do largo de São Lourenço. Em Abril de 2001, a intervenção foi adjudicada e os trabalhos avançaram para o terreno em Março de 2003. E ontem, num dos dias das tradicionais festas Vicentinas, foi cortada a fita do novo anfiteatro.
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