Justin Leonard irresistível Considerado pela revista "Cosmopolitan" como um dos 25 solteiros mais sedutores do mundo, Justin Leonard conquistou ontem também a fama e a fortuna, ao vencer com 25 anos o Open Britânico. E perpetuou a tradição de vitórias dos norte-americanos em Royal Troon.

A vitória de Justin Leonard, no Open Britânico em golfe, vem demonstrar que os norte-americanos, agora que Nick Faldo (tricampeão da prova, em 1987, 90 e 92) se encontra em baixo, são reis da mais antiga prova do Grand Slam: venceram as últimas três edições e as últimas quatro disputadas em Royal Troon, na Escócia, onde a prova ontem terminou. Fraca consolação para os europeus, a de o sueco Jesper Parnevik e o irlandês Darren Clarke terem partilhado o segundo lugar.

Leonard, de apenas 25 anos (designado o ano passado pela revista "Cosmopolitan" como um dos 25 solteiros mais sedutores do mundo), sucede a Tom Lehman na lista dos vencedores do Open Britânico e a Mark Calcavechia em Royal Troon. O jovem texano, de Dallas, produto do sistema universitário norte-americano, torna-se assim um dos mais jovens vencedores, não só do Open Britânico, mas também dos quatro "majors" da modalidade, antecipando-se aos seus compatriotas Phil Mickelson e Davis Love, dois dos poucos profissionais que se habituaram a ganhar no PGA Tour antes de atingirem os 30.

Nas três provas do Grand Slam já disputadas na presente época, a média dos vencedores é de 24 anos, o que talvez indicie uma mudança no golfe ao mais alto nível (Tiger Woods, vencedor do Masters, tem 21; o sul-africano Ernie Els, que bisou no Open dos EUA, tem 27). Os profissionais começam a atingir mais cedo a maturidade e, a pouco e pouco, não precisam de esperar os 35 anos para aspirarem ao triunfo numa prova do Grand Slam. A não ser que 1997 seja apenas uma excepção à regra...

O grande derrotado acabou por ser Parnevik, que já em 1994 fora segundo classificado. Desta vez, no entanto, com uma recta final em que acusou nitidamente a pressão do momento, o sueco desperdiçou uma vantagem de cinco pancadas à partida para a última volta sobre o jogador que viria a vencer o torneio.

"Estou muito decepcionado, muito mais do que em 1994. Na última volta, tive a impressão de que jogava a minha vida em cada buraco. E quando vi, no 17, que Justin já me ultrapassara, as pernas foram-se-me abaixo", reconheceu Leonard, por seu lado, com a melhor volta do dia, um excelente 65, descolou do seu compatriota Fred Couples e ultrapassou Clarke e Parnevik, totalizando um agregado de 272 pancadas, 12 abaixo do Par do campo. Que é "só" o melhor de sempre em Royal Troon.

Leonard, apesar da sua idade, não é propriamente um novato. Antes do Open Britânico começar, ocupava o 19ª lugar do "ranking" mundial, graças principalmente às boas prestações no último mês, durante o qual venceu o Kemper Open e, posteriormente, nas provas que antecederam esta semana, um quinto e um terceiro lugares. O ano passado, no seu segundo ano como profissional, vencera o Buick Open. Espera-se agora com expectativa a última prova do Grand Slam da temporada, o US PGA Championship, aquela de entre os "majors" onde a jovem revelação demonstra mais à vontade, como o comprovam as oitava e sexta posições, respectivamente, em 1995 e 1996.

O norte-americano fez seis "birdies" e um "bogey" na primeira metade do percurso e, depois de outro "bogey" no 10, conseguiu dois "birdies" fundamentais ao cair do pano, no 16 e no 17. O triunfo rendeu-lhe um cheque de 71 mil contos e, mais, garantiu-lhe um lugar na selecção norte-americana da Ryder Cup, que em Setembro se disputará no percurso de Valderrama, em Espanha.

Tiger Woods concluiu a prova no 23º lugar, juntamente com outras "estrelas" mundiais, como Tom Lehman e Colin Montgomerie. Entre os actuais jogadores do "top" 10 mundial, foram estes, aliás, os melhores classificados na prova, o que demonstra bem a sua desorientação durante a competição. Mesmo Greg Norman, que detinha o recorde do percurso antes de Tiger Woods o igualar no sábado, foi uma sombra da edição de 1989, quando "arrancou" aquele histórico 64 que lhe permitiu ir a "play-off". com Reuter