A criação de uma Faculdade de Medicina no Algarve deverá surgir associada à construção do Hospital Central. Esta foi uma das conclusões da discussão pública sobre o Plano Director Regional de Saúde do Algarve (PDRSA), um documento que o Partido Socialista diz ser "tecnicamente muito mau".

Além de chamar a atenção para a necessidade da criação de uma instituição de ensino superior na área da saúde, a Associação de Municipios do Algarve insurge-se, na análise que faz ao PDRSA, contra a perspectiva de encerramento de extensões dos centros de saúde do interior da região. As dificuldades de assistência médica na serra algarvia contribui para a desertificação humana nessas zonas deprimidas, sublinha a associação.

Os autarcas defendem a necessidade de manter o hospital de Lagos no Barlavento, complementando-o com a construção de uma nova unidade no Sotavento. Desta forma, estaria assegurado o "equilíbrio espacial" na assistência à saúde.

Das críticas feitas pelo PS ao plano, após o encerramento do respectivo debate público, no final da semana passada, ressalta o facto de este não ter, alegadamente, avaliado com exactidão o aumento da população residente e flutuante. Assim, em vez de se reforçar a capacidade de internamento dos hospitais, verifica-se uma "obsessão em reduzir camas hospitalares". O Algarve, sustenta o PS, é a região do país com "menor capacidade de internamento". O défice é superior a meio milhar de camas.

O Plano Director Regional de Saúde do Algarve foi elaborado pelo consórcio Best Salus/Cised, do grupo Mello, que ganhou um concurso público para o efeito. Para o PS, o documento "tem como objectivo dar cobertura a tomadas de decisão por parte do Governo PSD/PP, sem qualquer estudo prévio ou fundamentação técnica".

O futuro do hospital distrital de Faro é alvo de muitas dúvidas. Ainda antes da elaboração do PDRSA, o secretário de Estado da Saúde, Carlos Martins, defendeu o seu encerramento depois de aberto o novo Hospital Central. Mas encontra-se por inaugurar há alguns meses um bloco de seis pisos com helipista para reforçar a capacidade de oferta desta unidade de saúde, com 25 anos de idade.

O director do serviço de Gastrenterologia do hospital de Faro, Horácio Guerreiro, foi um dos médicos que fez chegar, por escrito, à Administração Regional de Saúde o seu contributo para o debate do PDRSA. Ex-presidente do conselho distrital da Ordem dos Médicos, declarou "apreensão" pela "manifesta vontade governamental de fazer substituir o actual hospital distrital por um hospital de parceria". A concretizar-se, sublinha, "o sistema de saúde na região poderá ficar confinado a um monopólio privado". E a gestão privada "favorece o decréscimo de qualidade e segurança e tende a limitar o acesso de utentes com patologias mais graves".

O clínico critica o facto de o Ministério da Saúde abdicar dos seus técnicos para entregar a elaboração do plano a um "jovem gabinete pertencente a um empresário de hospitais, potencialmente candidato ao futuro hospital do Algarve". A falta de informação internacional e elementos estatísticos comparativos constituem lacunas que considera relevantes. "Deveriam os autores esclarecer que, em toda a Europa, só dois países têm menos camas hospitalares que Portugal", observa. Ora, se Portugal se encontra entre os piores, "com quatro camas por mil habitantes, a situação é particularmente dramática no Algarve, onde existem apenas 2,6 camas, número inferior ao de qualquer outra região europeia".

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