A nova direcção do Comité Olímpico de Portugal (COP) que amanhã será eleita, no Centro de Medicina Desportiva, em Lisboa, vai promover a revisão dos estatutos, profissionalizar algumas estruturas e resolver o problema da sede social do organismo. Estes são os principais pontos de convergência entre as duas listas que concorrem ao acto eleitoral.
Os dois candidatos a presidente assumiram já, temporiamente, o cargo. Vicente de Moura, da lista B, foi secretário-adjunto e vice-presidente do COP, tendo substituído Lima Bello. Geraldes de Oliveira também foi secretário-adjunto, chefe da missão olímpica em Barcelona-92, e secretário-geral até à saída de Vasco Lynce para o Instituto do Desporto.
Vítor Mota, chefe da missão em Atlanta-96, é o secretário-geral proposto pela candidatura de Vicente de Moura. A lista de Geraldes de Oliveira apresenta Luís Duarte, da Federação Portuguesa de Trampolins, para o mesmo cargo.
A lista A assume-se como «a candidatura natural» à sucessão da direcção cessante, ainda que tenha como objectivo «alterar radicalmente o estado das coisas», segundo Geraldes de Oliveira.
Vicente de Moura afirma que se candidata para «democratizar o comité olímpico», acredita nas potencialidades da sua lista, e refere que vai realizar um trabalho «coerente com o meu passado associativo.»
«Estou convicto de que vou ganhar», considera Geraldes de Oliveira, que justifica essa confiança pelos «apoios inesperados que tenho recebido nos últimos dias».
No mesmo sentido se manifesta Vicente de Moura: «Estou confiante, dados os apoios expressos à minha candidatura.» No entanto, «ganha quem tiver mais votos e eu aceitarei os resultados das eleições».
O Comité Olímpico Internacional (COI) escolhe, na sexta-feira, cinco das 11 cidades que apresentaram candidaturas à organização dos Jogos de 2004. A cidade eleita será conhecida no dia 5 de Setembro, após reuniões em Lausana, na Suíça.
A semana que antecede a primeira decisão tem sido marcada pela polémica, com sete dessas 11 cidades a contestarem o tratamento reservado aos respectivos projectos pela comissão de avaliação das candidaturas.
San Juan de Porto Rico, Lille, Estocolmo, Sampetersburgo, Roma, Istambul e Cidade do Cabo «escreveram ao COI para transmitirem os seus reparos sobre o relatório de avaliação», revelou François Carrad, director-geral do comité.
«Erros, contradições e omissões prejudiciais para a imagem da candidatura» são os aspectos referidos por esse grupo de cidades.
Por outro lado, verifica-se, segundo os contestatários, «uma avaliação exagerada sobre certos pontos, foram ignorados outros importantes para o espírito da candidatura, enquanto alguns foram subestimados».
Atenas, Buenos Aires, Rio de Janeiro e Sevilha foram as cidades que não apresentaram nenhuma reclamação junto do COI.
Entretanto, começaram já a chegar a Lausana vários desportistas famosos que vão apoiar as candidaturas apresentadas pelo respectivos países.
O ministro dos Desportos do Brasil, Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido por Pelé, salienta-se na comitiva do Rio de Janeiro.
Entre os cariocas, destaque também para Ademar da Silva, campeão olímpico do triplo-salto em 1952 e 1956.
O pentavencedor da Volta à França, Miguel Induráin, apoia a candidatura de Sevilha. A nadadora Marianne Kriel é defensora do projecto da Cidade do Cabo.
A francesa Marie-José Perec, tricampeã olímpica de atletismo, patrocina a candidatura de Lille. E outro triplo campeão olímpico, mas de halterofilismo, o turco Naim Suleimanoglu, vai defender o projecto de Istambul.
As candidaturas já apresentaram os calendários para a realização dos Jogos Olímpicos de 2004, e a maioria optou pela segunda quinzena de Julho. No entanto, Agosto e Setembro também são hipóteses consideradas. As datas são importantes para a escolha da cidade organizadora.
Madalena Esteves