Schulz, seu amigo íntimo, e Lion, que nos lucros tiveram, cada um deles, a soma de 1:000 dólares.
Estou pronto a provar diante dos tribunais alemães a verdade do que afirmo.
Eu desafio neste caso V. Exa. a chamar-me diante de um tribunal alemão, como caluniador.
Desta forma assistir-me há o direito do poder citar como testemunha o Sr. Scharlach, e de o obrigar a testemunhar debaixo de juramento.
Além disso poderei fazer submeter ao tribunal os livros do Banco Scharlach e poderei ainda fazer ouvir o testemunho de todos os membros do Conselho de Administração dêsse banco, que deporão unanimemente e dirão qual o fim para que serviram os 5:000 dólares, como foi declarado pelo Sr. Scharlach, soma inscrita nos livros no capítulo dos Gastos Gerais.
Em fins do Fevereiro último apareceram na redacção do jornal que publicava as cartas que venho lendo, dois jovens estudantes indianos que disseram chamar-se Eusébio Lamartine Pinto e António Piedade Cruz, e aí deixou cada um uma carta em que afirmavam que o Sr. Friedlander lhes levara sempre juros das quantias que lhes emprestava. Como não eram portadores de qualquer documento que provasse a sua identidade, essas cartas não foram publicadas, o que nada importou aos estudantes acusadores... pois que nunca mais apareceram.
Quem eram êsses cavalheiros? E o Sr. Friedlander que nos diz em carta que dirigiu ao estudante Piedade Cruz:
"O senhor está ao facto de todas as escroqueries que o Eusébio Pinto fez em Arnstadt; sabe que êle ludibriou vários pequenos negociantes; sabe que êle deixou clandestinamente Arnstadt, esquecendo-se de pagar muitas dívidas; sabe que êle obteve fraudulentamente do Banco Muller um empréstimo de uns 200 marcos; sabe também que tentou apanhar-me alguns milhares de marcos sôbre vários pretextos; sabe ainda que o Eusébio Pinto me pediu uma vez (foi no dia 25 de Junho de 1924) que lhe dêsse 20 marcos para poder regressar de Berlim a Arnstadt, declarando-me que não tinha um vintém no bolso. Dei-lhe os 20 marcos.
No recibo que passou diz: "Mandarei dentro de 8 dias ao cônsul Friedlander 20 marcos, que dele recebi como empréstimo".
Mas até hoje, 10 de Março, nunca me devolveu essa quantia, conquanto me tenha prometido fazê-lo em várias cartas, que me escreveu, e nas quais me diz sempre que me está muito grato.
Sabe ainda que o Pinto foi condenado pelo Thuerringishes Amtsgericht, no .dia 3 de Março do 1924, a pagar uma multa de 100 marcos ou a sofrer 10 dias de cadeia; a minha intervenção e instância conseguiu obter que a condenação fôsse anulada.
Em minha casa, tanto eu como minha irmã considerávamos V. Exa. como uma pessoa de família. Preocupavamo-nos com a sua saúde e com o seu bem-estar, como se V. Exa. fôsse do nosso sangue. Quando V. Exa. se viu obrigado a ir para um sanatório, donde mandaram imediatamente uma conta de algumas centenas de marcos para serem pagos imediatamente - faça favor de dizer - não mandei eu imediatamente ao sanatório êsse dinheiro, que V. Exa. só muito mais tarde me devolveu? E ainda se atrevo a dizer que lhe levei juros?!
Tenho em meu poder cartas de sua mãe e de seu irmão, nas quais me dizem que não encontram palavras para exprimir a sua gratidão, para agradecer tudo o que fizemos por si!
Depois de tudo isto apareceu no Diário do Govêrno de 20 de Janeiro último um despacho do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros em que êste, referindo-se ao ex-cônsul de Portugal em Berlim, diz: "a