apenas de uma graça propria d'aquella idade, a policia não interveiu de espadas desembainhadas.
(Continuou a ler}.
(Interrompendo a leitura).
Não foi em vista da brincadeira dos rapazes, foi em vista do que já representava uma aggressão directa á policia com pedradas, com fragmentos de telha e com um ferro. (Apoiados).
(Continuou a ler).
O Sr. Mazziotti: - V. Exa. diz-me como é que sendo os tiros para o ar feriram um estudante numa canella? (Riso).
O Orador: - Esta é a narração da policia. No que ha de verdade no tocante a este facto é exactamente a averiguação a que estou procedendo, porque se o facto for, como aqui se refere, «que o guarda ao entrar com os mais com o terçado desembainhado, levou uma pancada no braço que lhe fez cair o terçado, em consequencia do que disparou dois tiros para o ar para desviar os que o agggrediam, isto é uma circumstancia a ponderar, que releva o guarda da responsabilidade; mas, se a par d´estes tiros altos houve tiros baixos, e foi o que eu mandei averiguar, então a responsabilidade é diversa, e por consequencia a minha intervenção tem de ser outra. (Apoiados).
Por isso digo que a narração da policia é esta; as averiguações a que estou procedendo é para me certificar se houve ou não excesso no emprego da força por parte da policia.
Se os tiver havido, creia S. Exa. que eu não me ficarei atrás na punição e na imposição de responsabilidades, mas se entender que a policia procedeu correctamente, não terei senão que a apoiar.
O Sr. Mazziotti: - Eu tenho informações do proprio Director da Escola de que na parede d'aquelle edificio estão varios signaes de balas e um rapaz foi ferido numa perna.
O Orador: - Pode V. Exa. ter essas informações que recebeu particularmente, mas ha uma cousa que se comprehende, é que não é por informações particulares que eu posso proceder.
Tenho de colher informações officiaes e sobre ellas é que hei de resolver.
Agora, quanto ao illustre Deputado que me interompeu num aparte, o Sr. Fialho Gomes, tenho a dizer-lhe que a unica informação, que ha pouco me foi communicada, aqui, é que o Director da Escola Polytechnica tinha ido á Direcção Geral de Instrucção Publica,-onde eu não estava, mas estava o Sr. Abel de Andrade, que dirige aquella repartição,- e a esse senhor expôs o desejo que tinha de que a policia retirasse, tomando elle a responsabilidade, sob sua palavra, de manter a ordem na Escola.
A isso respondi que, desde que o Director da Escola Polytechnica tomasse a responsabilidade de que os estudantes entravam absolutamente na ordem, não tinha que desenvolver o apparato de policia, que desde esse momento se tornava desnecessario. Nesse sentido dei instrucções.
Isto prova o que eu ha pouco disse: que o meu firme desejo é acatar a auctoridade dos dirigentes dos institutos escolares, a fim de que possam manter no edificio respectivo a acção, a auctoridade e persuasão.
Não quero desprestigiá-los, estou muito longe d'isso, e desde que tomem a responsabilidade pela ordem mantida nas suas instituições escolares, e desde que essa responsabilidade seja effectiva e a tranquillidade se restabeleça, eu não tenho que intervir com a policia, pois só tenho que intervir com ella quando por qualquer outra forma se não possa assegurar a ordem publica.
Creio, com isto, ter respondido ao illustre deputado.
Vozes: - Muito bem.
O Sr. Presidente: - Ámanhã ha sessão á hora regimental. A primeira chamada far-se-ha ás duas horas da tarde e a segunda ás duas horas e meia. A ordem do dia é a mesma que estava dada.
Está encerrada a sessão.
Eram duas horas e vinte minutos da tarde.
Justificação de falta mandada para a mesa nesta sessão
Participo a V. Exa. e á Camara que tenho faltado ás sessões por motivo justificado. = O Deputado, Amandio Eduardo da Motta Veiga.