Quanto à interpelação que foi feita, devo dizer que a Mesa não está em condições de dar uma resposta pronta e imediata sobre o consenso que foi fixado, tal como o PCP o entende, bem como às questões levantadas pelo CDS.
enso que poderei durante o intervalo regimental contactar o Sr. Presidente da Assembleia, para melhor nos esclarecermos sobre este problema e, porventura, promover de imediato uma reunião com os líderes parlamentares para em definitivo se definir a situação.
Se não me levarem a mal, pelo menos aqueles que ainda pretenderiam usar da palavra, vamos retomar os nossos trabalhos.
O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Sr. Presidente, em primeiro lugar para sublinharmos que, pela nossa parte, há disponibilidade para desde já reunirmos em conferência dos grupos parlamentares para resolvermos este problema.
Em segundo lugar, quase gostaria de dizer «milagre, milagre, eis que o Ministro das Finanças, independente, foi promovido a líder partidário neste momento», ou seja, precisamente na altura em que se discutem as Grandes Opções e o Orçamento.
Em terceiro lugar, gostaria de sublinhar o seguinte: saibamos, de uma vez por todas, as linhas com que nos cosemos, para que não venha a RTP dizer aos líderes parlamentares que deve ser a Assembleia da República a dizer como deve ser feita a cobertura destes debates e, nas costas desta Assembleia, organize debates precisamente com o responsável pela pasta governamental responsável por este debate.
Era só isto o que eu queria dizer, Sr. Presidente, e vamos reunir a conferência dos líderes parlamentares.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Jorge Lemos disse que era só isso e disse muito, o que agora implica que, com toda a justificação, seja concedida a palavra a outros Srs. Deputados que se inscreveram, apesar de cairmos neste círculo vicioso e de nos perdermos com estas pequenas coisas, que apesar de terem muito interesse, estão fora do debate.
Aliás, eu já tinha pedido quo abordássemos este problema durante o intervalo numa reunião dos líderes dos grupos parlamentares.
V. Ex.ª, Sr. Deputado Jorge Lemos, não quis aceitar esta posição, tendo novamente solicitado o uso da palavra, facto que agora me obriga a justificar, de algum modo, a concessão da palavra aos demais oradores inscritos.
Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lacão.
O Sr. Jorge Lacão (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Achamos inteira estranheza na posição defendida pelo Sr. Deputado Jorge Lemos. Desde logo, essa estranheza advém da circunstância de no programa «1.ª Página» da passada semana o líder partidário entrevistado ter sido o Secretário-Geral do partido do Sr. Deputado Jorge Lemos.
Com efeito, deveria o Sr. Deputado estar muito distraído - e muito estranharíamos nós se não tivesse visto esse programa -, uma vez que não foi ontem que a RTP anunciou um programa com o Sr. Ministro das Finanças e do Plano. Tal anúncio foi feito há 8 dias, na imediata sequência do programa em que foi entrevistado o Secretário-Geral do seu partido.
O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Leia o que eu disse!
que já foi no passado o critério do CDS. Portanto, nesta matéria não fomos nós que mudámos por sermos agora maioria; foi o CDS que mudou por ser agora minoria.
Vozes do PS: - Muito bem!
O Orador: - Assim, não temos de alterar uma posição que é desde o início coerente.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Narana Coissoró.
O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A substância da pergunta que eu pretendia fazer ao Sr. Ministro Almeida Santos já está coberta pela intervenção do Sr. Deputado Jorge Lemos.
Na verdade, o Sr. Ministro disse que o programa televisivo em causa era dedicado aos líderes partidários e, nessa qualidade, o Sr. Ministro das Finanças e do Plano tinha sido convidado. Gostaria apenas de saber se o Sr. Ministro das Finanças e do Plano já substitui o Secretário-Geral do PS ou o Presidente ou um Vice-Presidente do PSD, para que possa agora ser considerado líder partidário, visto que não nos consta que ele tenha um partido, pois sempre nos foi apresentado como independente.
O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Muito bem!
O Orador: - Trata-se apenas de uma curiosidade que temos, mas que gostaríamos de saber. Pode ser que tenhamos entendido mal, pois verifiquei que o Sr. Ministro Almeida Santos tinha já pedido a palavra para responder. Certamente irá dizer que a Câ-