tanto à vontade sobre esta matéria porquanto propusemos convosco um inquérito à RTP durante a gestão da AD e, por vontade do PSD e do CDS, tal inquérito não pôde ir para a frente.

Mas atenhamo-nos ao que estava no inquérito, atenhamo-nos ao que é matéria de facto, pois foi sobre isso que ele incidiu e foi isso que esteve em julgamento.

Permita-me que lhe diga, Sr. Deputado Igrejas Caeiro, que fez um mau juízo do que são as comissões parlamentares de inquérito e que seria muito mau se o seu juízo sobre as comissões parlamentares de inquérito, no que diz respeito aos seus poderes, ao seu conteúdo, à validade ou não das suas opiniões, pudessem fazer lei neste pais. Então, as instituições e as leis deste país estariam a ser postas em causa!

O Sr. Deputado falou de estilo inquisitorial. Sr. Deputado Igrejas Caeiro, o senhor fala em estilo inquisitorial quando o que se tratava era de apurar, com rigor, o que se tinha passado? É que nós não queríamos meias verdades; nós queríamos a verdade toda e, para isso, haveria que perguntar, até ao ínfimo pormenor, com dados, o que se tinha passado. Tentámos fazê-lo e o Sr. Deputado sabe que assim foi.

O Sr. Deputado Igrejas Caeiro falou da cobertura dos trabalhos parlamentares e lamentou-se por não ter sido coberta a sessão de encerramento do debate parlamentar sobre a CEE. Talvez até tivesse sido bom porque, se assim não fosse, ter-se-ia demonstrado que, apesar das tricas entre os dois partidos da coligação, ainda se entendem sobre algumas coisas e ter-se-ia também demonstrado, perante o povo português, quem é que é coerente e quem é que exige o debate profundo sobre questões que ainda nunca foram debatidas!

Mas não era só a votação que era necessário mostrar ao nosso povo; era o debate, era a vossa falta de resposta ao longo do debate, eram as intervenções dos partidos da oposição e não, como tem sido prática e está demonstrado no inquérito, a subvalorização das nossas intervenções e a supe rvalorização das intervenções governamentais ou das bancadas que apoiam o Governo.

Quanto à partidarização da RTP, Sr. Deputado Igrejas Caeiro, leia o que está na matéria de facto, leia a primeira conclusão da matéria de facto e verificará que o critério da competência foi tal que até atribuíram o pelouro da Informação a um professor de Matemática que nunca tinha trabalhado em comunicação social. Ficam claros os critérios que presidiram e a competência que esteve na base da constituição desse conselho de gerência que, ainda que esfrangalhado, se mantém.

Vozes do PCP e do Sr. Narana Coissoró (CDS): - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Igrejas Caeiro, deseja responder já ou no fim?

O Sr. Igrejas Caeiro (PS): - Respondo no fim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Agostinho Branquinho.

final global quanto à matéria de facto e da votação final global quanto às conclusões.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Sr. Presidente, o Sr. Deputado Agostinho Branquinho confundiu-me com o estalinismo e eu quero ...

O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): - Não, não. Eu não disse nada disso!

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado deseja usar da figura regimental do direito de defesa, não é verdade?

O Sr. César Oliveira (UEDS): - É sim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Sr. Deputado Agostinho Branquinho, devo dizer-lhe que nunca fui estalinista, mesmo no tempo em que fui, durante 7 ou 8 meses, recrutado por alguém, que, aliás, não está longe de si, para o Partido Comunista.

Risos da UEDS e do PCP.

Nunca fui estalinista. Nessa altura, a pessoa que me recrutou deu-me as edições brasileiras Calvinho que, devo dizer, eram a coisa mais horrível, em matéria de divulgação marxista-leninista, que já li até hoje.

Mas em matéria de estalinismo, o Sr. Deputado não fale porque eu nunca pertenci a nenhuma organização que tivesse Mao Tsé Tung e Estaline como os grandes pais da pátria. O senhor não pode dizer isso.

Risos da UEDS e do PCP.