A minha selecção é o F. C. Porto
Jardel está esperançado em fazer tantos golos quantos fez na primeira volta para ajudar ao "tetra"
O F. C. Porto acaba a primeira volta liderando a tabela classificativa com 11 pontos de vantagem sobre o seu mais directo perseguidor. No caso, (...algo anormal) o Vitória de Guimarães de Quinito. Uma vantagem de tal forma confortável que dá para que o clube "azul-e-branco" possa, com a antecedência devida, encomendar as faixas relativas ao "tetra". Ainda por cima, os seus habituais adversários dos lugares cimeiros da tabela, Benfica e Sporting, estão já a distância confortável.
E, em abono da verdade se deve que este desiderato se deve, em grande parte, ao goleador brasileiro Jardel. Dos 39 golos convertidos, quase metade, mais concretamente 17, tiveram a sua assinatura. Obra de vulto.
Sobre a questão de continuar a marcar, Jardel, preferiu...arredondar: "espero antes de tudo concretizar a vitória no campeonato. Nesta altura é essa a minha preocupação. Os golos vêm por acréscimo. Mas é claro que estou a trabalhar para que isso aconteça. Para marcar mais golos".
Jardel, contudo, está contente com os golos apontados nas 17 jornadas já realizadas e que lhe permite a bonita média de um golo por jogo: "na primeira volta fiz 17 golos o que já foi bom. Espero chegar pelo menos aos trinta, trinta cinco golos no final do campeonato. Pelo menos é a meta que persigo. É com esse intuito que trabalho diariamente", explicou.
O atleta entende que para atingir essa meta vai ser preciso "ter um pouquinho de sorte como tive na primeira volta", considerou, humildemente. Para isso, Jardel que atravessou uma fase menos boa fisicamente, é de opinião que "agora estou muito melhor. Por isso, espero começar com o pé direito esta segunda volta do campeonato".
Aliás, nem o recente falhanço da conversão de uma grande penalidade afectou a força anímica do atleta. "Muito pelo contrário. O facto de ter falhado a marcação dessa grande penalidade, deu-me ânimo para trabalhar ainda mais de forma a que, se houver outra oportunidade, possa lá ir para tentar concretizar", acentuou.
Opções de Zagallo
Pelos vistos nem a recente opção do seleccionador brasileiro em não ter convocado o avançado portista para representar o "escrete" abalou a moral de Jardel. "Deus sabe o que faz. Se eu tiver que ir, vou. Tenho que ter paciência. Sou um jogador novo ainda. O Zagallo tem as opções dele...". Mas, é claro que o atleta ao pronunciar estas palavras se vislumbrava alguma tristeza no rosto: "É claro que fico triste". E explicou: "Até pela acção que tenho tido no meu clube. Pelo que estou a fazer, acho que merecia uma oportunidade", justificou.
Todavia, ao atleta, não resta outra solução que não seja "continuar a trabalhar, de forma a que os responsáveis, em próxima oportunidade, me chamem ao "escrete".
Jardel, no entanto, apaixonado como está pelo clube que representa, afirmou que "a minha selecção, hoje, é o F.C.do Porto". E, em jeito de fecho deste capítulo, e relativamente ao "Mundial" que se aproxima, Jardel fez questão de referir que "todo "mundo" gostaria de estar lá. Mas que é que eu posso fazer? A oportunidade ainda não surgiu, mas, mais cedo ou mais tarde, vai surgir. É como eu já te disse. Deus sabe o que faz. Pode ser que na próxima convocatória surja a oportunidade"
Passeio da 2.ª volta
O tema estava esgotado. Passamos para o próximo jogo, em que o F. C. Porto recebe o Varzim. Questionamos Jardel se ia ser um jogo fácil. A resposta não demorou: "Fácil? Agora não existem jogos fáceis. É claro que estamos em primeiro lugar e vamos querer continuar nessa liderança, mas respeitando todos os adversários que nos surgirem pela frente. Só assim, respeitando os adversários, podemos concretizar os nossos objectivos".
Efectivamente, nem a vantagem de que o F.C. Porto desfruta neste momento sobre o seu mais directo adversário, deixa aos atletas portistas a oportunidade de reduzir a concentração. Apesar do "tetra" ser já ali, Jardel não espera que a segunda volta do campeonato venha a ser um passeio.
"Passeio...eu não penso assim. Sei é que é tudo muito difícil. O importante é quanto mais rápido conquistarmos o "tetra" melhor para nós. E só mantendo esta linha de pensamento, poderemos lá chegar mais depressa", terminou.