Como Se Faz Uma Marca?
Não é da noite para o dia, e não é com os trocos que sobram do resto do negócio. O cliché é tão estafado que só pode ser verdadeiro. É preciso investir. Em tudo - em boas ideias, em bons profissionais, em boas matérias primas, em bons mercados, em boas campanhas... É preciso saber organizar-se e ser eficiente. Porque um prazo falhado pode comprometer uma venda e um agente insatisfeito pode destruir um mercado. É preciso ter paciência. As coisas não acontecem do dia para a noite e o sucesso imediato pode não ser senão episódico. Claro, pode ser preciso ter alguma sorte. Por regra, a simples combinação de todos os ingredientes certos é garantia de sucesso. Para a "Fly London" foi.
No segmento em que a "Fly London" se posiciona, há que surpreender constantemente o consumidor, embora mantendo a coerência da linha, com a qual os compradores se identificam. E esta identificação pode ser espontânea ou "induzida": a constante presença dos modelos da mosca nas páguinas das mais importantes revistas internacionais destinadas à cultura urbana - com destaque para a agora defunta "The Face" - ajuda, assim como ajudam os patrocínios de artistas (actores, cantores) de sucesso. Mas criada a onda, não basta "surfar". Há que manter as coisas a acontecer. Com novos modelos, com novas abordagens ao público. Por exemplo, na loja "Fly London" em Guimarães, é possível utilizar vários computadores para aceder à Internet, de forma gratuita. Quem se aventurar nos meandros do mundo electrónico virtual, e ao mesmo tempo conseguir vender um par de sapatos "Fly London", será recompensado com uma comissão. Boa ideia, não?
"Fly London" também na roupa
O mercado alemão servirá de tubo de ensaio à expansão da "Fly London" para o sector têxtil. Será nesse país que será apresentada, pela primeira vez, a colecção de vestuário com a marca da mosca, actualmente em preparação. Uma extensão natural da oferta de calçado - que já tinha sido iniciada com uma colecção de carteiras e acessórios -, que permite não só aumentar a notoriedade da marca como rentabilizar a estrutura comercial já existente. Se no calçado, homens e mulheres dividem a quantidade da produção, na roupa haverá um maior protagonismo das peças femininas: "A ideia é que a colecção seja 60 por cento de senhora e 40 por cento de homem", diz Amílcar Monteiro.
"A crise é como a saúde", compara Fortunato Frederico, quando se lhe pede para comentar o estado do sector do calçado em Portugal. "Há pessoas que estão sempre doentes, e há outras que não têm nada", acrescenta. "Eu tenho uma visão muito optimista da indústria", responde. Apesar de reconhecer que a recessão económica - que se fez sentir de forma mais grave no último ano - "teve os seus reflexos na indústria", o empresário e presidente da Apiccaps não acredita que este seja um sector condenado. "Quando durante muitos anos, seguidos, houve muito trabalho e encomendas, causa alguma estranheza que o ritmo abrande...", concede. A recuperação, na sua opinião, poderá ser mais rápida se as empresas optarem por mudar de modelo. "Este sector tem que se adaptar às novas realidades da moda, e começar a abricar com mais eficiência", declara, observando que esta fórmula não só não é nova como não é só para o sector do calçado: "É para todo o tecido empresarial português".
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