Bush Tinha Plano para o Iraque em Novembro de 2001
A elaboração de uma estratégia militar para o Iraque teve início em Novembro de 2001, dois meses após o ataque terrorista contra a América. A revelação foi feita por um novo livro do jornalista Bob Woodward. "Plan of Attack" é publicado na próxima semana nos EUA, mas já está a levantar controvérsia.
Woodward é o repórter do "Washington Post" que nos anos 70, numa investigação conjunta com Carl Bernstein, escreveu artigos demolidores sobre o caso Watergate. Nos últimos anos, Woodward publicou uma série de livros sobre os meandros da política americana, incluindo "Bush at War", um relato detalhado com acesso a fontes na Casa Branca sobre como o Presidente dos EUA reagiu ao ataque terrorista de 11 de Setembro.
O novo livro traz revelações mais bombásticas que "Bush at War". Um dos detalhes que Woodward conta em "Plan of Attack": em Novembro de 2001, Bush pediu ao seu secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, a elaboração de uma estratégia militar para o Iraque. Segundo excertos do livro publicados ou mencionados na imprensa americana, na mesma altura em que decorria a guerra no Afeganistão, Bush teve uma conversa com Rumsfeld para lhe perguntar sobre os planos do Pentágono para aquele país. Rumsfeld respondeu-lhe que os projectos para uma eventual invasão estavam desactualizados. O Presidente pediu então ao chefe da Defesa que elaborasse uma nova estratégia, mas que a mantivesse secreta, sem a mencionar nem ao director da CIA, George Tenet, nem à conselheira de Segurança Nacional, Condoleeza Rice.
"Sabia o que ia acontecer se as pessoas soubessem que estávamos a desenvolver um plano para uma potencial guerra no Iraque", diz Bush numa entrevista em 2003, tal como é citado no livro de Woodward. "Era uma altura de tantos riscos... Ia parecer que eu estava ansioso de partir para a guerra."
Questionado na sexta-feira sobre esta passagem do livro, Bush respondeu: "Nessa altura a minha prioridade era o Afeganistão." Um porta-voz da Casa Branca reconheceu que o Presidente pediu de facto a Rumsfeld um novo "plano de ataque" para o Iraque em Novembro de 2001, mas acrescentou que nessa altura ainda não tinha sido tomada qualquer decisão de atacar Saddam Hussein.
Woodward escreve que o secretário de Estado Colin Powell estava então preocupado com a "fixação doentia" do vice-presidente Dick Cheney com o Iraque: Cheney e "outros membros da Administração" estavam obcecados por derrubar Saddam Hussein desde que Bush tomou posse, em Janeiro de 2001.
Na versão de Woodward, Powell tinha dúvidas sobre a invasão do território iraquiano. O secretário de Estado estava particularmente céptico em relação às tentativas de Cheney de associar Saddam ao ataque do 11 de Setembro (a Casa Branca garante que Cheney nunca tentou influenciar os serviços secretos americanos a "descobrir" laços entre Saddam e a Al-Qaeda).
Lê-se em "Plan of Attack" que as relações entre Powell e Cheney se deterioraram nos meses antes do início da guerra no Iraque ao ponto de os dois praticamente não falarem um com o outro.
O livro de Woodward refere ainda que Bush deu ao primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, a possibilidade de manter as tropas britânicas fora do Iraque. De acordo com Woodward, Bush estava preocupado com a hipótese de uma reacção da opinião pública britânica tão forte que Blair poderia levar ao afastamento do Governo em Londres. Blair, no entanto, recusou a oferta.
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