Marinha Grande

PSD, PP e PCTP/MRPP também estão na corrida à autarquia

Apostando no actual

presidente, Álvaro Orfão,

o Partido Socialista

quer alcançar

a maioria absoluta

na Câmara Municipal

da Marinha Grande.

Uma tarefa "árdua",

já que a CDU "dominou"

a autarquia durante

mais de uma década

e, por isso, promete agora

reconquistar aquele concelho que é considerado

ainda um "bastião"

do Partido

Comunista Português.

Alexandra Serôdio

Há quatro anos, Álvaro Orfão ousou "destronar" a CDU por apenas 178 votos. Este enfermeiro, recém-regressado da Suíça, vestia assim as cores socialistas e partia para a batalha, conquistando a sua primeira vitória.

Quatro anos depois, o actual presidente volta a ser candidato e com a mesma equipa. Refere a obra feita durante este mandato, que no seu entender "merece continuidade". Ao todo "foram gastos mais de cinco milhões de contos" em obras em todo o concelho, "duas vezes mais do que em igual período do mandato anterior da CDU". Um "esforço financeiro" que, segundo Órfão, "só foi possível graças a uma política de grande rigor económico, com um aproveitamento optimizado dos fundos comunitários europeus à disposição das autarquias".

Cortes de estradas e crises em empresas foram algumas "batalhas" que este executivo teve que "ultrapassar". A crise na Manuel Pereira Roldão, a primeira "pedra" no sapato socialista, surgiu pouco tempo depois de Orfão ter sido eleito, fazendo assim adivinhar um mandato difícil. Mas "não fora a atitude firme e determinada da Câmara Municipal na defesa da empresa e dos seus trabalhadores e ela teria levado, infelizmente, o mesmo caminho que levou a Fábrica Escola Irmãos Stephens".

Os socialistas apostavam assim na mudança da imagem da cidade até então apenas conhecida pela luta dos seus vidreiros. Afinal na Marinha Grande "também há coisas bonitas, há empresas em franco desenvolvimento" e, agora, mais recentemente, "até conseguiu ser das poucas a ter o Pacto Territorial para o Emprego".

Mas os comunistas não perdoam aos socialistas terem perdido a Câmara há quatro anos e, por isso, foram buscar o arquitecto João Luís Gabriel à Câmara Municipal do Seixal, figura em quem apostam para "devolverem a Câmara aos marinhenses".

Afirmando que a candidatura do PS "tem a falta de seriedade de quem prometeu este mundo e o outro e criou tantas ilusões que sabia não poder cumprir", o candidato comunista promete "abrir as portas da autarquia a todos os munícipes". Promete ainda "planear todo o trabalho autárquico" e "superar as deficiências de comunicações e transportes".

O Partido Popular apresenta como cabeça-de-lista à Câmara o independente Fernando Lopes, que é também o director do "Jornal da Marinha Grande". Há quatro anos colaborou directamente com a campanha eleitoral do PS e, nas legislativas de 1995, apareceu como director de campanha do PSD para o concelho.

Este candidato é bastante crítico sobre a gestão autárquica e garante estar em condições "de fazer melhor do que aquilo que tem vindo a ser feito".

Por seu turno, o PSD aposta em Rui Verdingola, o treinador de hóquei em patins do Sporting Clube Marinhense. Independente e até agora sem actividade política conhecida, este candidato substitui como cabeça-de-lista o actual vereador António Matias, que, em Abril último, perdeu a confiança das estruturas locais do PSD.

Outro dos partidos que se apresenta ao eleitorado marinhense é o PCTP/MRPP, cujo cabeça de lista é Rui Carqueijeiro, um professor do ensino secundário.

A Câmara Municipal da Marinha Grande conta actualmente com três vereadores do PS, tantos quantos a CDU que não aceitou nenhum pelouro, e um vereador do PSD.

O concelho é constituído por três freguesias: Marinha Grande, Vieira de Leiria e São Pedro de Moel, no qual votam cerca de 30 mil eleitores.