car a vida no campo. O que está em causa é saber se, de facto, somos ou não solidários, se no plano da política agrícola nacional entendemos que, criando melhores condições de vida aos nossos pequenos agricultores, estamos a promover a coesão do País e a evitar a desertificação das zonas mais rurais, particularmente do interior.
O Sr. José Junqueiro (PS): - Muito bem!
O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Contamos que, hoje, os partidos políticos da oposição dêem, nesta Câmara, uma resposta clara e sem evasivas.
O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - E vai tê-la! Vai tê-la!
O Orador: - Se verdadeiramente entendem que a agricultura nacional também é o desenvolvimento do nosso mundo rural não podem deixar de apoiar o Governo nesta importante reforma.
O Governo deve pois seguir em frente com esta corajosa reforma.
O Sr. José Junqueiro (PS): - Muito bem!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Corajosa?!
O Orador: - O País, particularmente o País real, onde estão os pequenos e os médios produtores agrícolas, tantas e tantas vezes esquecidos na distribuição destas ajudas, espera isso do PS. É isso que o Governo do PS fará!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Rosado Fernandes.
O Sr. Rosado Fernandes (CDS-PP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Ontem, na Academia das Ciências, tive ocasião de, pelo cabo submarino, comunicar com a academia brasileira e com o Professor Celso Furtado - um bom economista, amigo do meu falecido amigo Alfredo Sousa -, que disse que Portugal, neste momento, estava nas mãos da Espanha.
Pois arriba señor Ministro, porque, agora, com Arias Cañete, que foi meu colega no Parlamento Europeu e que, certamente, não é parvo nenhum, nem é um romancista russo aplicado, é evidente que os espanhóis vão entrar em Portugal cada vez mais. Não quero Aljubarrota nenhuma!
O Sr. José Junqueiro (PS): - Ainda não falou dos pequenos agricultores!
O Orador: - Não sou nacionalista e "estou-me nas tintas" para aquilo que vocês pensarem!
De qualquer maneira, é uma "operação Robin dos Bosques", feita no movimento eleitoral. É evidente que é uma medida eleitoralista...
O Sr. José Junqueiro (PS): - Vamos ter eleições?
O Orador: - ... e nem sequer corresponde àquilo que o Sr. Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas nos disse: que se a Espanha não fizesse - e não vai fazer, porque, como eu já disse, não é parva nem romancista russa aplicada... É evidente que nós vamos fazê-la.
Diz o meu colega Miguel Ginestal que isto é uma reforma. Isto não é reforma alguma!
Vozes do PS: - É uma reforma, é!
O Orador: - Isto é roubar aos ricos para dar aos pobres.
O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Antes fosse!
O Orador: - Isto é à Zé do Telhado!
Se você chama a isto reforma, prefiro chamar a Al Capone para fazer a reforma agrícola em Portugal.
Risos do CDS-PP.
Agora, o que ninguém mediu é o que isto vai significar em falta de competitividade nas empresas que ainda conseguem exportar e ser competitivas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Muito bem!
O Orador: - Ninguém sabe! Vocês nada sabem!
Protestos do PS.
O Orador: - Vocês nunca foram bons em economia! Vocês, de facto, não têm a mínima ideia do que é a agricultura e são uns citadinos convictos que, no fundo, mesmo que venham das zonas rurais, têm horror ao cheiro da bosta e da terra!
Risos do CDS-PP, do PSD, do PCP e de Os Verdes.
Portanto, "não me venham com tretas"!
Com isto, o Sr. Ministro poderá, naturalmente, ganhar alguns votos, mas não resolve o problema! Porque, se fizermos a conta aos cinco anos, a percentagem é de tal maneira ridícula que, se considerarmos os mais de 2 milhões de contos disponíveis para a agricultura no período de 2000/2006, os ganhos decorrentes da modulação - 23,1 milhões de contos, penso que confere -, representam um acréscimo de 0,0000001%.
Aplausos do CDS-PP.
Fiquei sem fôlego, porque, de facto, não há fôlego possível para esta rendição a uma Europa, que já nos impingiu uma PAC, que vocês engoliram, que o PSD também engoliu,...
Risos do CDS-PP.
... uma Agenda 2000, que não fez a modulação na Europa, porque a Europa "está-se nas tintas" para os intuitos reformistas da nossa especificidade!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Muito bem!
O Orador: - Esta é que é a verdade, mas continuam a lamber-lhe as botas! Fazem muito bem! E a verdade é