repito, em nome de todos os portugueses, esteve à altura da história e do futuro.
Aplausos do PS.
Pela nossa parte, Partido Socialista, vamos fazer tudo para que, de novo, com Jorge Sampaio, o mesmo destino se venha a cumprir, para bem da democracia portuguesa.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (João Amaral): - Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Jorge Ferreira, Guilherme Silva, Carlos Encarnação e Luís Filipe Menezes.
Para o efeito, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Ferreira.
O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Alberto Martins, hoje, mais uma vez, tivemos aqui a prova de que as eleições presidenciais andam com pouco interesse, pois VV. Ex.^as têm de vir aqui periodicamente lembrar ao País que esse tema existe. Entretanto, digladiam-se, mas, para provar que, de facto, as eleições presidenciais estão com pouco interesse, acabam sempre a falar do Orçamento do Estado...
O Sr. José Magalhães (PS): - Porque é que será?!
O Orador: - Porque é que será, Sr. Deputado?! Já lá vamos!
Como estava a dizer, acabam sempre a falar do Orçamento do Estado, do passado do actual Presidente da República ou do passado dos candidatos a esse cargo.
Vozes do CDS-PP: - Muito bem!
O Orador: - Em matéria de Orçamento do Estado - e falando do futuro, que é o que interessa à bancada do Partido Popular, e, por isso, temos pouca aptidão para entrar no estilo de debate que tem existido até agora -,diria que o problema que está aqui em causa não é de muletas é, antes, um problema de ter consciência de que o próximo Orçamento do Estado tem' um co-autor, que é o PSD, além do Governo e do PS.
Aplausos do CDS-PP.
Não está em causa uma questão de andas, de muletas ou de braçadeiras mas, sim, uma co-autoria. Portanto, não se ofendam muito, porque, daqui a um mês, vão ter de entender-se, ou seja, mais dia menos dia, vão ter de engolir muita coisa que agora estão aqui a dizer. E olhem que os candidatos não vos agradecem, nem a uns nem a outros!
Vozes do CDS-PP: - Muito bem!
O Sr. José Magalhães (PS): - Então, e a pergunta?!
O Orador: - Já lá vamos à pergunta!
Sr. Deputado Alberto Martins, gostava de lhe fazer duas perguntas.
O Sr. Deputado, que elogiou tanto o Dr. Mário Soares, que nunca votou em Otelo nem no General Eanes, dando um testemunho ao País de que é possível ser-se de esquerda sem nunca se ter votado em candidatos com tentações menos democráticas ou civilistas no exercício do poder - e honra lhe fazemos por isso, nós que nunca votámos no Dr. Mário Soares -, sente-se bem...
O Sr. José Magalhães (PS): - Também não votaram na CEUD!
O Orador: - Também nunca votámos na CEUD, Sr. Deputado.
O Sr. José Magalhães (PS): - É por isso!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (João Amaral): - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Martins.
O Sr. Alberto Martins (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Jorge Ferreira, V. Ex.ª iniciou a sua intervenção dizendo que tinha pouca aptidão para o estilo de debate que estava presente no Parlamento. Ora, a sua intervenção confirmou, de facto, isso e, portanto, fez jus à atitude de modéstia com que iniciou a sua intervenção.
Risos do PS.
O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP): - Ainda bem!
O Orador: - De qualquer forma, deixe-me dizer-lhe que não estou tão seguro quanto V. Ex.ª de que o Dr. Mário Soares nunca tenha votado em Otelo.
Risos gerais.
É uma questão de lhe perguntar!
Quanto aos livros brancos. devo dizer que o Dr. Jorge Sampaio tem falado publicamente em livros brancos - eu já o ouvi e V. Ex.ª, se teve essa Atenção, também, pelo que a sua pergunta é falaciosa - com vista a um trabalho de reconhecimento e identificação de grandes causas nacionais e não propriamente para conterem qualquer interferência ou intromissão na área governativa.
O Dr. Jorge Sampaio e o Partido Socialista, todos nós, estamos cientes de que quem governa é o Governo e o Presidente da República preside ou é o vértice, com o Governo e com a Assembleia da República, do regime democrático. O passado do Dr. Jorge Sampaio dá garantias a todos nós, porque, embora sendo um passado polémico, de risco, é um passado de isenção, de imparcialidade e de seriedade. Há coisas que o Dr. Jorge Sampaio não é, não é um troca-tintas, não é um homem dúplice, não é um homem de duas caras, não é um arrogante, não é um autoritário; é, sim, um democrata que arriscou, perdeu e