outros, contou com o empenhamento pessoal, directo e sincero do Sr. Primeiro-Ministro.

Abro aqui um parêntesis para dizer que o Sr. Professor Cavaco Silva conseguiu para Portugal 500 milhões de contos, quando os senhores, os negociadores socialistas, previam que os governos sociais-democratas só iriam conseguir 196 milhões de contos.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Risos do PSD e do CDS.

Ora, o Sr. Deputado Martins Goulart foi repescado para líder do PS-Açores e aqui está nessa qualidade, tendo acabado de produzir uma intervenção filosoficamente rica, que até me surpreendeu...

... e que teve algumas passagens com as quais me identifico. Mas foi manifestamente uma intervenção que não vai ter sequência na sua actividade política quotidiana na Região Autónoma dos Açores.

O Sr. Abílio Curto (PS): - O Sr. Deputado é um convencido!

O Orador: - Sim, efectivamente estou convencido de que ganhei as eleições na Região Autónoma dos Açores.

Aplausos do PSD.

Disso estou, de facto, convencido.

Deixo-lhe duas perguntas, Sr. Deputado Martins Goulart.

A primeira é a seguinte: ao pôr, naquela noite, o seu lugar à disposição, não reconheceu explicitamente o seu fracasso na liderança do PS-Açores?

A segunda pergunta diz respeito à afirmação do Sr. Deputado de que é uma alternativa credível ao PSD-Açores: como é que um homem que, dentro do seu partido, apoiou já o Dr. Jaime Gama, depois o Dr. Jorge Sampaio e agora o engenheiro António Guterres pode transmitir uma imagem de coerência e credibilidade ao eleitorado da Região Autónoma dos Açores?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Reis Leite.

O Sr. Reis Leite (PSD): - Sr. Deputado Martins Goulart, ao contrário do meu colega Mário Maciel, não considero que o discurso de V. Ex.ª tenha tido qualquer suporte filosófico.

O seu discurso baseou-se numa série de lugares comuns e de generalidades sobre os problemas da autonomia, para conseguir, à volta desta questão, o consenso que o senhor tanto gosta de invocar quando lhe convém. Mas o problema que aqui se apresenta é outro.

O Programa do Governo, em matéria das regiões autónomas, quer nesse capítulo específico, quer noutros capítulos que também tratam de matérias relativas às regiões autónomas, tem o quantum satis - e não quero retirar o monopólio do latim ao meu colega do PSN -, isto é, diz o que deve dizer, não diz nem de menos nem de mais.

Ora, no discurso de V. Ex.ª o que se levanta é a velha questão que o PS, de vez em quando, vem agitar, ou seja, a de que deve estar contido no Programa do Governo da República o que se deve fazer nos Açores. É isso que o PSD não aceita! E o Sr. Deputado Martins Goulart esqueceu-se de uma coisa importantíssima no seu discurso: é que quem defendeu, desde sempre, a autonomia para as ilhas dos Açores e da Madeira, quem deu suporte aos programas do desenvolvimento e do aperfeiçoamento da autonomia, não foi o PS, foi o PSD.

Portanto, agora, não venha com "pézinhos de lã" dizer que foi o PS, porque ninguém acredita.

Aplausos do PSD.

Sr. Deputado Martins Goulart, a minha pergunta é simplicíssima: mesmo depois do discurso do Sr. Primeiro-Ministro, mesmo depois do que diz o programa do Partido Social-Democrata, o Sr. Deputado ainda acredita que o PS vai ser Governo dos Açores e que V. Ex.ª vai ser presidente do Governo Regional dos Açores, ajudado e elevado pelas mãos do Professor Cavaco Silva?

Gostaria que me respondesse a esta questão, porque foi isso que V. Ex.ª andou a dizer nos Açores.

Além disso, gostaria de perguntar-lhe se ainda tem a veleidade de pensar vir a ganhar, conjuntamente com as outras oposições, o PCP e o CDS - e imagine-se que o CDS foi elevado não às honras dos altares pelo PCP, mas foi elevado a partido democrático nos Açores. Está tudo dito...-, as eleições no próximo anos nos Açores.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Catarino.

regionais. Isto é, os diplomas emanados das