O Sr. Raúl Rêgo (PS): - Está a dá-las!

Uma voz do PSD: -É esse o vosso comportamento?! É essa a vossa dignidade?

O Orador: - Realmente, essa é uma prova de «democracia»!

O Sr. Raúl Rêgo (PS): - É exactamente!

O Orador: - Se VV. Ex.as me deixam falar, eu aceito. Se me recusam o direito de falar, ficam com essa responsabilidade.

Protestos do PS.

O Sr. Presidente: - Sim, Sr. Deputado, a Mesa deu-lhe o direito de usar da palavra.

O Orador: - Estava eu a dizer, Sr. Presidente, que nós somos um partido democrático com provas dadas e não aceitamos, não obstante o muito respeito que temos pelo Sr. Deputado Jorge Sampaio, que ele -neste momento, que, por contrário, lhe é adverso - nos queira dar lições de democracia.

Aplausos do PSD.

O Sr. Jorge Sampaio (PS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Jorge Sampaio (PS):-É para dar esclarecimentos, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Não pode, Sr. Deputado.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Diga que é para uma interpelação à Mesa!

O Sr. Eduardo Pereira (PS): - É a nossa resposta à figura usada pelo Sr. Deputado Correia Afonso!

O Sr. Jorge Sampaio (PS): - Sr. Presidente, não quero, numa tarde destas, em que as intervenções são com certeza uma matéria de fundo, intervir agora para levantar uma questão de natureza processual. V. Ex.ª decidirá e eu...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, tem mecanismos regimentais, se os quiser utilizar!...

O Sr. Jorge Sampaio (PS): - Usarei o mecanismo se V. Ex.ª me esclarecer que mecanismo e que figura regimental o Sr. Deputado Correia Afonso usou, porque, em função disso, eu qualifico a figura que devo usar.

Risos gerais.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Correia Afonso produziu uma interpelação à Mesa e foi nesse âmbito que a Mesa lhe concedeu a palavra.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Jorge Sampaio (PS): - Peço desculpa, Sr. Presidente.

Penso que ficou claro na minha intervenção que não estava aqui a pretender dar lições a alguém e muito menos ao meu estimado colega Sr. Deputado Correia Afonso. O que ninguém me pode evitar é a veemência com que defendo o meu protagonismo e o da minha bancada no processo democrático em Portugal.

É só isso, Sr. Presidente.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, permito-me assinalar a presença nas galerias de grupos de alunos, acompanhados pelos respectivos professores, das Escolas Secundárias de Jácome Raiton, de Tomar, de António Nobre, do Porto, de Tomás Cabreira, de Faro, e da Escola Primária n.º 19 de Lisboa, a quem cumprimentamos e saudamos.

Aplausos gerais, de pé.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Para dirigir algumas palavras à Sr.ª Deputada Odete Santos, solicito à Mesa que, sob a forma de interpelação, me conceda a palavra.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Gostaria de salientar a presença da Sr.ª Deputada Odeie Santos, que, pela primeira vez, volta a esta Câmara depois do infaustíssimo acontecimento que a enlutou e a ioda a sua família.

A bancada do CDS, o meu próprio partido e eu próprio não podíamos deixar de manifestar-lhe a nossa total solidariedade na dor e, embora ela não acredite nisso, exprimimos o nosso pensamento: «Que Deus guarde o seu filho!»

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado Joaquim Marques.

O Sr. Joaquim Marques (PSD): - Sr. Presidente, em duas palavras e na sequência do que já tivemos oportunidade de transmitir pessoalmente à Sr.ª Deputada Odeie Santos, em nome da bancada do Partido Social-Democrata, quero dizer-lhe que a acompanhamos neste momento difícil e que a nossa solidariedade está com ela.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lacão.

O Sr. Jorge Lacão (PS): - Sr. Presidente, muito singelamente, mas também muito sentidamente, gostaria de dizer à Sr.ª Deputada Odete Santos que compreendemos