medidas no sentido de evitar que o trabalho da Universidade sofresse por virtude de ser o grau ali alcançado o motivo especial da falta de interesse depois de atingido?
Muitos membros do corpo docente de Universidades portuguesas têm repetidas vezes provado uma profunda dedicação, que pode ir até a sacrifícios materiais, à causa do ensino e investigação científica. Têm trabalhado devotadamente num meio hostil e indiferente, com falta de elementos que lhes permitam trabalhos científicos dispendiosos. Contribuem dentro do limitado ambiente que as circunstâncias lhes impõe para manter viva a tradição universitária. O obreiro científico é por natureza probo e modesto, e não recebe na maior parte das vezes os agradecimentos e incentivos que a sociedade deve aqueles que ao seu progresso dedicam a vida inteira.
As palavras que nestes pareceres têm sido escritas em defesa do ensino superior e universitário tentam chamar a atenção para as condições em que esses servidores da comunidade trabalham - e têm o objectivo imediato de procurar o esclarecimento de uma questão de alta importância para o futuro do País. Foram melhorados e justamente os ordenados dos professores de ensino superior, e certamente essa melhoria ainda não representa aquilo que lhes compete na vida moderna.
Mas a reforma da mentalidade universitária não depende apenas da melhoria das condições de vida do pessoal docente. Tem de ir até à organização dos cursos e definir qual o dever e a missão que cabe a cada um dos seus membros. E se houver abusos no cumprimento desses deveres, por falta de assiduidade, por indiferença ou outras causas, terão de ser modificadas as normas regulamentares de modo a tornar mais produtivo um ramo de ensino que é um dos fundamentos do progresso mental, moral e material da sociedade portuguesa.
Parece por tudo isto ser indispensável uma reforma completa do ensino universitário português, que tenha como objectivo simplificar os cursos, reduzir o número de professores e aumentar o pessoal auxiliar, tornar mais prático o ensino, desenvolver a investigação laboratorial, concentrar o ensino de especialidades em laboratórios e oficinas convenientemente equipadas e dotadas de fundos suficientes, numa palavra, transformar as Universidades em centros de investigação científica e literária que possam produzir e formar os elementos que sirvam de base ao progresso do País.
O grande decréscimo na Academia das Ciências de Lisboa foi devido a considerável redução na verba de publicidade e propaganda, que desceu de 695 contos em 1941 para 45 em 1942.
O dicionário da língua despendeu 147 contos em 1941 e 136 em 1942.
O aumento notado na Academia Portuguesa da História foi resultante de maiores gastos na verba do subsídios a cofres ou a organizações metropolitanas, coloniais ou estrangeiras, respectivamente 134 e 829 contos em 1941 e 1942. Tirando o Instituto d«; Oncologia, outras variações foram pequenas.
Contos
Escola das Belas Artes do Porto .. 348
Em todos os pareceres tem sido notado isto. A luta económica no futuro há-de naturalmente ser mais intensa do que no passado e dirimida em campo diferente. A Universidade e outras escolas superiores hão-de desempenhar uma função muito mais importante na vida económica. Há por isso necessidade de as apetrechar convenientemente e dar-lhes os elementos de ordem material e profissional indispensáveis.
s números que definem as despesas do ensino técnico em 1942 pouco diferem dos de anos anteriores, como pode ler-se no quadro que segue, em contos: