O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou ontem a libertação de todas as mulheres palestinianas presas em Israel, cumprindo uma parte do acordo estabelecido com o líder da OLP, Yasser Arafat. As mulheres, num total de 25, integram um grupo de cerca de 5000 palestinianos ainda nas cadeias israelitas. Para saírem em liberdade elas tiveram de assinar um documento prometendo renunciar a "actividades terroristas". A imprensa hebraica referiu que Netanyahu vai pedir agora ao Presidente Ezer Weizman o perdão de judeus "condenados por actos terroristas contra árabes". Entre estes encontra-se Ami Propper, que cumpre sete penas de prisão perpétua por ter morto a tiro sete trabalhadores palestinianos em 1990.
O Partido Socialista Búlgaro (PSB, ex-comunistas) no poder boicotou de novo ontem o parlamento, tornando impossível a realização da sessão, por falta de quorum.
O PSB, que dispõe, juntamente com pequenos partidos aliados, de maioria absoluta no parlamento, já tinha feito o mesmo boicote na quinta-feira, exprimindo o seu descontentamento pelo acordo conseguido na terça-feira com a oposição e que prevê a realização de eleições antecipadas em Abril.
Segundo esse acordo, que põe fim a uma grave crise política, o parlamento deve dissolver-se na próxima semana. O Presidente Petar Stoianov, eleito pelo bloco da oposição, deve nomear um governo interino que funcionará até à eleição de um outro.
A oposição sérvia manteve ontem os protestos de rua, enquanto o parlamento se preparava para reunir em sessão extraordinária para aprovar uma lei que vai ao encontro das suas exigências, o reconhecimento da vitória oposicionista nas eleições locais.
Os protestos iniciados há três meses continuaram, com os dirigentes da oposição, a dias de obterem essa importante concessão do regime, a subirem a fasquia e a atacarem a posição do autocrático Presidente Slobodan Milosevic, tendo em vista as eleições parlamentares e presidenciais no final deste ano.
Sob um dia cheio de sol, cerca de 15 mil estudantes desfilaram por Belgrado, mantendo viva a chama dos protestos até que o parlamento se reúna na terça-feira e aprove os resultados eleitorais favoráveis à oposição em 14 cidades, incluindo Belgrado.
A guerrilha esquerdista lançou na madrugada de quinta para ontem um importante assalto contra uma base do Exército na entrada de sul para Bogotá, matando pelo menos um soldado e ferindo vários outros.
Um número desconhecido de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) atacaram a base situada numa zona rural, perto da localidade de Usme, a cerca de 25 quilómetros a sul da capital.
O ataque ocorreu 48 horas depois de quatro dias de combates terem terminado na comunidade montanhosa de San Juanito, a 50 quilómetros a leste de Bogotá. O exército anunciou a morte de 16 soldados e um número indeterminado de feridos.
As organizações humanitárias evacuaram ontem o último campo no leste do Zaire onde, segundo Kinshasa, 800 rebeldes foram mortos e duas localidades reconquistadas pela primeira vez pelas forças armadas zairenses.
Segundo um comunicado do ministério da Defesa, trata-se das cidades de Watsa, no noroeste de Goma e a uma centena de quilómetros do Uganda, e de Shabunda, a 300 quilómetros a sueste de Kisangani.
Os refugiados que se encontravam nos campos perto de Watsa, confrontados com os combates, fugiram em pânico. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados calcula em cerca de 560.000 o número de civis afectados.
Face ao perigo, as organizações humanitárias internacionais decidiram pela retirada do seu pessoal do campo de Tingi-Tingi, próximo de Lubutu, 250 quilómetros a sueste de Kisangani, o último onde ainda havia a presença internacional.