Marco Marques é o primeiro camisola amarela da quinta edição da Volta a Portugal do Futuro

Augusto Correia

Vaz Mendes

Fernando Oliveira

Fotos

A equipa da Fimafra venceu o prólogo que marcou o arranque da quinta edição da Volta a Portugal do Futuro. Nos primeiros cinco quilómetros de prova, corridos nas ruas de Pêro Pinheiro, Sintra, os mafrenses bateram os profissionais da Progecer-Tavira e do Paredes Móvel, num dia quente em que as equipas portuguesas estiveram em bom plano.

Algo surpreendentemente, a equipa do Fimafra venceu o prólogo de Pêro Pinheiro. Equipas como a Progecer-Tavira, Paredes Móvel e da Porcelanatto eram apontadas como as principais candidatas, mas foram incapazes de fazer melhor que os 6.12 minutos que os mafrenses gastaram para percorrer os cinco quilómetros iniciais da Volta a Portugal do Futuro.

A uma média de 48,387 quilómetros por hora, os mafrenses colocaram a camisola amarela no corpo de Marco Marques. Um jovem de 18 anos que hoje vai passar à porta de casa, em Torres Vedras, com a camisola amarela no dorso, visto que foi o primeiro ciclista da equipa liderada por António Marta a cortar a linha de chegada.

O prólogo de cinco voltas, percorridas num circuito de um quilómetro nas ruas de Pêro Pinheiro, apesar de quase sempre plano tinha duas curvas apertadas, numa ligeira descida, que obrigaram muitos ciclistas com objectivos mais ambiciosos a moderar a velocidade. E como só contava para a classificação colectiva, os favoritos preferiram evitar correr riscos desnecessários.

Para António Marta, director desportivo da Fimafra, este resultado não constitui qualquer surpresa, porque a equipa "tem trabalhado bem". Apesar de partir com a camisola amarela, o líder da equipa mafrense reconhece algumas limitações e aposta, essencialmente, em vencer algumas etapas.

Numa prova em que 10 das 18 equipas são estrangeiras, merece realce a participação das equipas portuguesas no prólogo de ontem. Destaque para a jovem equipa do Gondomar/Prestige/Barbot, que conseguiu o terceiro lugar, a apenas dois segundos da espanhola Estepona/Toscaf. A equipa gondomarense ainda tem pouco tempo de rodagem na caravana nacional, mas começa a mostrar que tem potencial.

A Progecer-Tavira e a Paredes Móvel, as duas equipas profissionais deste pelotão, não deslumbraram, mas mostraram a sua força. O quarto lugar dos algarvios, a três segundos da equipa vencedora, e o sexto da Paredes Móvel, a quatro, são resultados prometedores. Apesar de grande parte destes ciclistas terem já com muitos quilómetros nas pernas, ontem deixaram perceber que, apesar de estarem no fim de época, ainda têm forças para se afirmarem como favoritos para esta edição da Volta a Portugal do Futuro. A maior desilusão do dia de ontem foi a equipa do Barroselas, que fez o 18.º tempo do prólogo, a mais de meio minuto dos vencedores. A equipa da casa, a Sintrense/Tratolixo, muito apoiada pelas poucas centenas de pessoas que assistiram ao prólogo, quedou-se pelo oitavo lugar, a nove segundos dos vencedores.

Entre os estrangeiros, a maior desilusão foi proporcionada pelos russos da Lokosphik, que contam nas suas fileiras com especialistas de grande craveira mundial em provas de pista. Depois de terem dominado o prólogo na edição de 1996, desta vez não foram além do nono lugar, com o tempo de 6.27 minutos. As "reservas" da Estepona/Toscaf, onde alinha, nos "seniores", o português Vítor Gamito, estiveram em bom plano, ao conseguirem o segundo lugar, a apenas um segundo da Fimafra. A também espanhola Porcelanatto, equipa do vencedor da edição anterior da Volta a Portugal do Futuro, voltou a demonstrar o porquê de ser considerada como uma das melhores do pelotão espanhol de Esperanças. A forma compacta como correram os cinco quilómetros dizem mais da forma do conjunto que o próprio tempo, de 6.16 minutos.

Hoje começa a sério a quinta edição da Volta a Portugal do Futuro. Na primeira etapa da prova, que vai ligar Sintra à Lourinhã, os ciclistas têm pela frente 142,6 quilómetros de terreno quase plano. Como tudo começa do zero, os segundos dos três "sprints" especiais podem ser decisivos para o detentor da camisola amarela, numa tirada que se apresenta propícia a terminar ao "sprint".