Tese de Mestrado Propõe Reabilitação do Turismo em Mira
Um combinado de propostas ambientais, culturais e desportivas, alinhavadas ao longo de vários quilómetros de uma pista para ciclismo, é a "receita" prescrita por uma mestranda da Universidade de Aveiro para a reabilitação do turismo em Mira. Segundo um princípio de equilíbrio com o meio natural e uma aposta de sustentabilidade para todo o ano. "O turismo em Mira não está a ser aproveitado da melhor forma, é urgente uma intervenção no sentido do desenvolvimento de um concelho que pertence ao litoral mas tem perdido população", argumenta Helena Albuquerque. A solução defendida vai ser dentro em breve apresentada à autarquia local.
Porque a procura turística tem sofrido uma "quebra significativa desde 1999" e porque a oferta existente é "pouco diversificada, resumida a sol e praia e com perda de qualidade ambiental", Helena Albuquerque considera que Mira precisa de "um turismo sustentável durante todo o ano". "Mira tem condições que não estão a ser aproveitadas", continua a autora de uma programa de recuperação turística daquele concelho, que vai ser dentro em breve proposto à câmara municipal. O trabalho "Turismo sustentável nas zonas costeiras: o caso das praias de Mira" quer mostrar ao visitante o que há para ver para além da praia, desde o meio natural ao património e ao artesanato.
"Também há floresta, percursos pedestres, desportos de natureza e desportos náuticos, circuitos culturais", exemplifica Albuquerque, lamentando que, "actualmente, não existem actividades que aproveitem estes recursos". Mais do que bons dias de sol na praia, o roteiro sugerido por Helena Albuquerque convida o turista de Mira a visitar o ecossistema associado aos sistemas dunares, antigas casas de guardas florestais ou velhos moinhos de água. Outras sugestões apontam na direcção das típicas casas gandarezas, do Museu Etnográfico local ou do eco-museu planeado. Abrindo caminho, sempre, através da ciclovia: "A ideia é que seja possível visitar todos os pontos através da pista, para bicicletas e peões, que tem cerca de 20 quilómetros mas ainda não está terminada. A pista é a infra-estrutura de ligação", afirma Helena.
Ou seja, ao turista basta pedalar ou caminhar pista fora para se lançar em "percursos temáticos pelas dunas, pelos moinhos e pelo pinhal, com a ajuda de um guia da natureza"; seguir em circuitos traçados pelas "casas florestais, pelas lagoas e pela ria"; aventurar-se em "desportos da natureza como BTT, orientação e desportos náuticos". "Trata-se de ressuscitar o turismo e fazê-lo ser praticado durante todo o ano sem degradar o ambiente. Mira tem potencialidades, tem que ser feita uma aposta que traga novas ofertas e, ao mesmo tempo, a mudança e modernização das que já existem", sublinha a autora da proposta, referindo que, actualmente, é possível alugar bicicletas a privados, mas a curto prazo estarão na estrada as "bikes" municipais.
"É possível e oportuno fomentar formas de turismo que aproveitem recursos em equilíbrio com o meio natural", sustenta Helena Albuquerque, observando que Mira "começa a sofrer alguma degradação ambiental e também alguma pressão urbanística". "Penso que pode haver recuperação se este programa for aplicado", afirma, admitindo que o trabalho exige algum esforço de investimento, desde a criação de "uma agência de turismo sustentável", à aplicação de "meios financeiros municipais e da Administração Central", ao "envolvimento das associações e da população local". "Porque as pessoas têm que perceber que o turismo não é só sol e praia, esse é um produto esgotado", frisa. O complemento da operação seria uma adequada "estratégia de marketing", conclui Albuquerque, imaginando o novo roteiro turístico de Mira lançado em panfletos de distribuição local e na internet, para todo o Mundo.
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