Foi contra o F. C. Porto, nas Antas, que Tó Luís agarrou a titularidade,

então, no Boavista. Um dos melhores momentos da sua carreira,

só superado por este que vive em Vila do Conde. Último obstáculo

aos atacantes, promete fazer os impossíveis para travar os "dragões".

Augusto Correia

O Rio Ave, segundo classificado da geral, recebe hoje, 21.15 horas, o tricampeão nacional e primeiro classificado. Quatro pontos separam a equipa vila-condense do F. C. Porto.

Tó Luís, tem-se assumido como uma das mais-valias do coeso grupo vila-condense. As suas exibições, como aconteceu recentemente na Póvoa de Varzim, têm ajudado a equipa orientada por Carlos Brito a fazer este sensacional campeonato.

Foi ao serviço do Boavista que Tó Luís se destacou na 1ª Divisão. O jogo que marcou a sua melhor época aconteceu nas Antas, frente ao F. C. Porto. "Tenho boas recordações desse jogo, que marcou o início de uma boa época", disse. "Espero que hoje me corra tão bem, porque é sinal que o Rio Ave obteria um resultado positivo", acrescentou.

Depois do sol veio o céu nublado. Pouco utilizado, rumou a Vila do Conde, onde recuperou o sorriso. "Neste momento sinto outra vez a alegria de jogar à bola, que havia perdido na última época que fiz no Boavista", comentou, feliz por fazer parte da equipa sensação do campeonato. "É um grupo espectacular, humilde e trabalhador. Sinto-me muito bem aqui", frisou.

Sublinhando que não tem qualquer ressentimento com o clube do Bessa - "não saí magoado com ninguém" -considera que o Bessa passou à história. "Estou muito contente com a carreira da equipa e com as minhas prestações. Penso que tenho provado que tinha lugar na equipa do Boavista".

No reencontro com os "dragões" como opositor, o Rio Ave, em caso de vitória, fica a um ponto do tricampeão nacional. "É importante vencer, independentemente da posição em que ficarmos após o jogo. O nosso objectivo é ficar na primeira divisão, o que queremos alcançar o mais depressa possível, por isso queremos amealhar o máximo de pontos para que a época decorra tranquila", comentou.

Apesar de liderar o campeonato, o F. C. Porto ainda não mostrou um nível exibicional idêntico ao de outros anos. Mas, a Tó Luís pouco importa a forma do adversário. "Independentemente do momento do F. C. Porto, jogamos em casa e vamos fazer os impossíveis para obter um resultado positivo", comentou, recordando as batalhas vencidas contra outros "grandes". "Se o Rio Ave entrar em campo com a mesma humildade e espírito de sacrifício, vamos sair satisfeitos do Estádio dos Arcos".

Último obstáculo à concretização dos intentos adversários, Tó Luís tem a consciência de que é importante não sofrer golos. "O que importa é ganhar, nem que seja por 5-4. Mas, é claro, vou fazer os impossíveis para não sofrer golos, porque ficarei mais satisfeito com uma vitória por 2-0, por exemplo", comentou.

Com o segundo melhor ataque, o Rio Ave acusa dez golos sofridos em sete jogos, o que não é muito abonatório. Um "score" que o resultado (1-5) em Vidal Pinheiro desequilibrou largamente. "Foi um momento mau de toda a equipa", comentou Tó Luís. "No entanto, há males que vêm por bem e esse resultado acabou por ser bom. Vínhamos de um jogo espectacular com o Benfica e essa derrota fez-nos ver que não há jogos iguais e que temos de vestir sempre o fato-de-macaco, para que este tipo de situações não se repitam", argumentou.

Nos momentos de menos trabalho, Tó Luís é um espectador atento do futebol praticado pela equipa vila-condense. "Neste momento, o Rio Ave é das equipas que melhor futebol pratica na 1ª Divisão", considerou. No entender do guarda-redes, o segredo está na "união e coesão que Carlos Brito conseguiu imprimir" ao grupo de trabalho. "Em muitos anos de profissional, não me lembro de ter encontrado um grupo de trabalho tão bom".