A Quinta de S. Miguel, um futuro centro de acolhimento de crianças e jovens em risco, na freguesia da Venda Nova, no concelho da Amadora, espera desde Julho de 2002 pela inauguração. Depois da reconstrução do espaço, levada a cabo pela câmara local, o imóvel mantém as suas portas fechadas devido a um alegado incumprimento, por parte do Instituto de Solidariedade e Segurança Social (ISSS), de um acordo celebrado entre a instituição e o Estado.
Num concelho onde não existe um único centro de acolhimento deste tipo, mas onde se estima que existam mais de 700 crianças e jovens em situações de risco, a Quinta de S. Miguel foi projectada não só com o intuito de vir a acolher 14 crianças dos 0 aos 12 anos, como também, com o objectivo de vir a funcionar como centro de dia para 50 idosos, centro de apoio domiciliário e
atelier de tempos livres para 120 crianças e jovens entre os 6 e os 18 anos. No meio de toda a indignação que tem vindo a causar na zona o impasse da Quinta de S. Miguel, uma das vozes que se levantam é a do próprio presidente da Câmara Municipal da Amadora, Joaquim Raposo que, depois de ter tomado a
iniciativa de investir dois milhões de euros na recuperação do velho imóvel destinado ao centro, acusa agora a Segurança Social de não disponibilizar o financiamento prometido.
"Antes de iniciarmos as obras, apresentámos o projecto à Segurança Social que aprovou desde logo a iniciativa e se comprometeu a financiar a gestão do centro e a compra de todo o equipamento necessário para a criação deste. No entanto, a Quinta de S. Miguel está pronta desde Julho de 2002 e ainda nem móveis tem", explica o presidente do município, indignado com o compasso de espera que se vive actualmente.
Embora o autarca garanta desde já que "o centro vai entrar em funcionamento este Verão", não deixa, no entanto, de acrescentar que "caso a Segurança Social não dê o seu apoio, irá estar a condicionar o futuro de centenas de jovens e crianças do concelho." "A autarquia está bastante limitada pelas restrições orçamentais que se vivem actualmente e, como tal, não poderá nem acolher, nem dar assistência a tantos menores como se pretendia com este projecto", sublinha Joaquim Raposo.
"É pena ver que o Governo fale tanto nos problemas dos menores, mas mantnha fechado um edifício tão bonito e tão bem recuperado que, em virtude e estar fechado há tanto tempo, até já se está a degradar", acrescenta o presidente da Câmara Municipal da Amadora. Quanto ao Instituto da Solidariedade e da Segurança Social, o principal entrave ao projecto tem sido não só a falta de verbas disponíveis mas também alegadas incompatibilidades entre a autarquia e a AFID, a instituição de solidariedade social que teria ficado encarregada de gerir o novo centro de acolhimento. De acordo com uma informação escrita da Segurança Social, depois do edifício estar concluído, a Câmara Municipal da Amadora oficiou aos seus erviços, em Julho de 2002, solicitando uma reunião com vista à programação do início da actividade e visita às instalações. "Através de ofício, o Centro Distrital informou a Câmara Municipal da Amadora sobre a inviabilidade da cooperação durante o ano de 2002 por incapacidad e financeira. Nesta conformidade, no final do ano 2002 foi feita uma visita às instalações com posterior reunião." Depois de vários outros encontros, no ano de 2003, o Centro Distrital da Segurança Social incluiu então este acordo em orçamento, "não se tendo concretizado pelo facto de terem começado a surgir problemas entre a Câmara Municipal e a AFID." Recentemente a Câmara Municipal da Amadora terá voltado a contactar os serviços para reinício do processo com uma instituição por ela escolhida. Instituição esta que, segundo o ISSS, "ainda não possui registo como IPSS, pelo que é impossível celebrar qualquer acordo", conclui.
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