Após quase 12 anos

de espera, vendo

as corporações de voluntários do concelho ampliarem

novas instalações, o pessoal da Companhia de Sapadores de Gaia está, finalmente,

a um passo de mudar

para o novo quartel.

J.Paulo Coutinho

Fotos

O novo quartel da Companhia de Sapadores de Gaia (CSG) situa-se na Estrada Nacional 222, em Avintes, junto das Oficinas Gerais da Câmara Municipal de Gaia, mesmo em frente das instalações da empresa "Salvador Caetano".

A construção, iniciada em 1985, foi interrompida, no ano seguinte, em favor da conclusão das obras de edificação de novos quartéis para os "Voluntários" da Aguda e de Coimbrões.

Os "Sapadores" esperaram ainda pela ampliação das instalações dos "Voluntários" dos Carvalhos, Avintes e Valadares, antes de verem recomeçada a construção do seu quartel, em Fevereiro passado.

A empreitada, com prazo de execução de 180 dias, só agora atingiu a fase de acabamento, estando a inauguração prevista para o próximo dia 19. Então, os custos do quartel (construir e equipar) atingiram cerca de 600 mil contos. Um montante que o Governo, através da Secretaria de Estado da Administração Autárquica, vai comparticipar com cem mil contos, no âmbito de um contrato-programa cuja assinatura ocorrerá oportunamente.

Um dos imprevistos que atrasou os trabalhos foi a remoção de um poste de alta tensão que se encontrava na rampa de acesso à "Casa-Escola". Foi preciso arrancá-lo e recolocá-lo uns 50 metros atrás.

Para os "Sapadores" de Gaia - que contam 158 anos de actividade -, as vantagens da mudança de instalações não se resumem à troca de um velho quartel por outro novo.

"Comparadas com as actuais, estas instalações são um luxo", adiantou João Vieira, chefe da Companhia. "Para já, vamos ficar um pouco mais independentes da Câmara, pois, actualmente, estamos em instalações anexas ao edifício da autarquia", prosseguiu, guiando a reportagem JN numa visita às obras.

Nas actuais instalações, os "Sapadores" de Gaia não têm refeitório, pelo que utilizam a cantina da Câmara. Mas, ao fim-de-semana, com os serviços autárquicos encerrados, os bombeiros de piquete comem refeições compradas. No novo quartel, entretanto, vão dispor de um amplo refeitório e áreas de apoio, como aprovisionamento, lavandaria, arrecadação, etc.

"Lá, os dormitórios são acanhados e estão em ruína, com a caliça a desprender-se constantemente, enquanto aqui, além de novos, são espaçosos", notou João Vieira, acrescentando que também foram construídas camaratas para elementos femininos, prevendo a entrada de mulheres na corporação, nas próximas escolas de recrutas.

O pessoal da CSG tem razão para estar ansioso pela inauguração do novo quartel.

"As instalações sanitárias que temos, actualmente, resumem-se a um cubículo com uma sanita e uma cabina com três chuveiros", disse o mesmo bom beiro. "Para toda a Companhia, incluindo chefias e Comando", reforçou.

No novo quartel, há instalações sanitárias distribuídas pelo edifício, por áreas de funcionamento.

"Este parque, por exemplo, tem cerca de 800 metros de superfície - e não é o único abrigo para viaturas -, enquanto na Avenida da República, o parque coberto dá apenas para dois carros, o que obriga a que o carro de desencarceramento, que é um equipamento dispendioso, fique à chuva", observou João Vieira. "Mas ainda temos outro parque coberto, no piso inferior, e duas "paradas", que servem para a "Ordem Unida" e, ao mesmo tempo, são parques descobertos para instrução e manobras".

Para além da melhoria de condições de instalação e funcionamento de certas áreas de serviço, os "Sapadores" de Gaia vão poder usufruir de espaços de cultura e lazer (sala de estar, sala de convívio, biblioteca ...), no próprio quartel. Os espaços de formação também surgem com dimensão e dignidade.

"Aqui, vamos ter ginásio próprio, que muita falta nos tem feito", acrescentou o mesmo responsável. "Até hoje, para termos "Educação Física", temos dependido da cedência de instalações: o campo do "Gaia", o quartel da Serra do Pilar ou o Pavilhão Municipal", rematou.