Chamarei a atenção do governador civil para o caso passado na via pública; o resto diz respeito às comissões municipais.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Colónias (Vieira da Rocha): - Desejava que V. Exa. consultasse a Câmara a fim de entrar imediatamente em discussão o parecer n.° 103.

Foi aprovado.

Lê-se na Mesa. É o seguinte:

Senhores Deputados. - A vossa comissão de colónias, estudando a proposta de lei n.° 72-F, criando um Comissariado Geral do Govêrno para organizar a representação das nossas colónias na 7.a Exposição Internacional de Produtos Coloniais, a realizar em Paris, de 21 de Janeiro a 6 de Fevereiro de 1927, e abrindo um crédito de £ 3:640-0-0 para ocorrer às despesas a fazer, reconhece que Portugal, como grande nação colonial, não pode deixar de procurar demonstrar perante o mundo civilizado o que tem sido e está sendo a sua administração e a grandiosidade da sua obra colonizadora. Reconhece também o alcance político e económico para o país de fazer representar as nossas colónias em exposições, preferindo as que tenham, como a de que se trata, uma feição de propaganda de carácter comercial, orientando os mostruários de forma a mostrar das suas riquezas naturais, das possibilidades do seu aproveitamento, do desenvolvimento do seu comércio, da sua agricultura e da sua indústria, da excelência da qualidade e quantidade de produtos a exportar, possibilidades e facilidades de transacções, acompanhadas de informações para o seu comercio.

Mas se é êste o modo de ver da vossa comissão, não podia esta deixar de ter em consideração as críticas que por vezes têm sido feitas aos resultados obtidos em algumas exposições em que Portugal se fez representar, às exageradas importâncias nelas despendidas, pelo que procurou estudar cuidadosamente o respectivo processo organizado pelas repartições competentes.

Esta exposição é a sétima da mesma natureza, realizadas as cinco primeiras

em Londres e a sexta em Bruxelas, organizadas por um comité inglês, ao qual os Governos inglês e doutras nações têm dado todo o apoio e facilidades. A elas têm concorrido as nações coloniais tropicais e as que possuem colónias tropicais. Para êste certame, que se realiza no Grand Palais, em Paris, já todo o espaço se encontra reservado para a representação colonial francesa, inglesa, belga, holandesa, brasileira, mexicana, columbia na e egípcia.

As nações coloniais têm de facto dado uma especial preferência a êstes certames, a tal ponto que nações que não concorrem a outras exposições muito maiores o fazem a estas. Assim, o Brasil, que até êste momento não resolveu fazer-se representar na exposição que se realiza em Sevilha, apesar das instâncias recebidas e da campanha da imprensa feita nesse sentido, concorre à sétima Exposição Internacional de Produtos Tropicais, como o fez às anteriormente realizadas.

Portugal fez representar a colónia de Angola em 1914 e todas as colónias em 1921.

A representação das nossas colónias nas últimas exposições a que oficialmente concorreu tem sido brilhante e os resultados obtidos, pode-se afirmar, honram--nos como nação colonial e honram a administração colonial republicana.

Em 1914 os expositores da província de Angola que concorreram à segunda Exposição Internacional de Produtos Tropicais foram larga e excepcionalmente premiados, tendo alguns obtido em concursos especiais a primeira classificação para algodões, agaves, rícinos e cafés. Àquela província foi dada medalha de ouro e igual recompensa aos Serviços Agrícolas oficiais.

Na quinta Exposição de Produtos Tropicais, realizada em 1921, a representação colonial portuguesa obteve o primeiro prémio, destinado à nação colonial que melhor se fizesse representar, tendo os expositores obtido os maiores prémios e classificações para os produtos que expuseram.

A nossa representação na parte colonial na Exposição Universal dó Rio de Janeiro não só foi brilhantemente galardoada com os maiores prémios e distin-