8 Diário da Câmara dos Deputados

coração de todos nós, os sinceros democratas, devendo-se-lhes prestar não só o culto da nossa saudade, como o acto de contrição dos nossos defeitos administrativos.

Estará nesta disposição o Parlamento?

Estará nesta disposição o Govêrno?

Não será um pouco abdicação dos nossos deveres como povo colonial o segredo, a despreocupação com que vêm sendo tratadas as nossas questões ultramarinas?

Não seria de maior utilidade nacional e coerência que, a seguir à glorificação do uma ligara que só engrandeceu na defesa do nosso património colonial, o Govêrno e o Parlamento, com cuidado, com patriotismo, fora de quaisquer preocupações partidárias, se ocupassem da nossa acesa, grave o ponderável questão ultramarina?

Faz votos a minoria socialista para que, em seguida a n m voto de sentimento que só pode significar uma preocupação do nos colocarmos bem com as regras do humano respeito, se faça uma elevada discussão do problema ultramarino, que bem carece dos nossos cuidados e do nosso estudo.

Com êste processo de trabalho, mais que com simples lágrimas vertidas sôbre o túmulo de um homem que morreu, nós cumpriremos o nosso dever para com o soldado que se engrandeceu ao serviço da nossa terra, procurando engrandecê-la.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ginestal Machado: - Sr. Presidente: quando acabei de entrar nesta Câmara fui dolorosamente surpreendido pela notícia do falecimento do general Sr. Alves Roçadas, que até há pouco tempo era meu correligionário, e que sempre foi e continuava a ser meu particular amigo.

Relevantes serviços prestou à Nação o general Sr. Alves Roçadas.

Como muito bem disse o Sr. Cunha Leal, êle teve a boa fortuna de ligar o seu nome a uma das acções mais brilhantes nos últimos tempos realizadas pelas tropas portuguesas em África. Mas não foi só por isso que se distinguiu o general Sr. Alves Roçadas como soldado valoroso, e êle era-o como poucos. O ilustre soldado foi, também, um chefe de prestígio, de coragem serena e firme, tanto mais serena e firme quanto maior era o perigo.

Alves Roçadas mereceu a consideração e o respeito de todos os portugueses e a sua memória, para aqueles que foram seus amigos, merece eterna saudade.

Êste lado da Câmara associa-se às manifestações de pesar que aqui já foram prestadas e dá inteiramente o seu voto à proposta do Sr. Ministro da Guerra sôbre a elevação do general Alves Roçadas, ao quadro do generalato, a um lugar efectivo que não tinha e que talvez já devesse ter.

Congratulamo-nos com o facto de o Sr. Ministro da Guerra, como chefe do exército, ter tomado a iniciativa de prestar a devida homenagem a um dos membros da família militar com mais altas qualidades e que mais se distinguiu pelos seus brilhantes serviços à Nação.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Rosado da Fonseca: - Sr. Presidente: o Grupo Agrário sente profundamente o falecimento do português ilustre que foi o general Sr. Alves Roçadas e reconhece que constitui um preito de justiça relembrar aqui os relevantes serviços por elo prestados à Nação. Em tais circunstâncias, o Grupo Agrário dá o seu voto à proposta apresentada pelo Sr. Ministro da Guerra.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Guilhermino Nunes: - Sr. Presidente: com a morte de Alves Roçadas está de luto a terra de Vila Real, está de luto a Nação, porque, sendo um dos seus filhos mais queridos, sempre ali foram devidamente apreciados os altos predicados que exornavam a sua personalidade.

Vila Real sente e sente com amargura que no Olimpo das verdadeiras glórias nacionais acaba de tombar um dos seus Deuses.

Na ausência do Sr. Carvalho Araújo, e a seu pedido, cabe-me o dever de ser aqui o intérprete do sentimento da população de Vila Real.

Tenho dito.

O orador não reviu.