da terra, e a melhor prova disso é a mobilização de todas as terras da Gafanha, que hoje são dos campos mais produtivos do País. Mas se o Ministério da Agricultara não tem agora em actividade, naquele distrito, nenhum organismo técnico, isso deve-se, em parte, à falta de recursos, e também à falta de pessoal técnico com que luta o Ministério da Agricultura.

Há, evidentemente, um plano concretamente detalhado e pormenorizado, para ser exercido em todo o País, e ao qual eu procurarei dar realidade e execução.

A região de Aveiro fica, por êsse plano, integrada numa outra região muito característica, a Beira do litoral, e o organismo que vai proceder a toda a actividade técnica, sob o ponto de vista agrícola, na Beira, é a estação agrícola que tem a sua sede em Coimbra. É essa estação que domina, tecnicamente, todo o movimento agrícola na Beira, excepção feita da Beira transmontana que, geologicamente, não pode ser considerada da mesma maneira.

Cabe ao distrito de Aveiro, porque o seu desenvolvimento agrícola é grande, uma missão presidida por um engenheiro agrónomo.

Está preconizada a seguinte acção: essa missão agrícola fará trabalhos de demonstração da ensilagem, para o bom aproveitamento das magnificas forragens criadas naquela região, a fim de que assim se possa beneficiar também o desenvolvimento da indústria pecuária, e realizando-o servirá de campo experimental, aqui, acolá, onde a sua presença fôr julgada conveniente para orientar o élan de que a população do distrito está possuída e que é, realmente, impressionante.

Facultarei à Estação Agrária da Beira todos os meios ao meu alcance para bem presidir, dentro de um plano previamente estabelecido, a todos os trabalhos a realizar, e em Aveiro lá estará a missão móvel, que certamente terá o mesmo êxito que teve a do Minho, dirigida pelo Sr. Mota Prego, a qual tem prestado grandes serviços.

Assim, por uma obra que é mais de assistência ao lavrador de que de tutela, iremos dar uma ajuda àquilo que já é grande: o esfôrço da população.

Quanto à produção pecuária, também se procura intensificar. Estabelecer-se há na região um grupo permanente de reprodutores que, do mesmo modo, vá pela região toda realizar a obra que hoje é um pouco atrabiliária, sem método.

É certo que a falta de recursos não permitirá que esta obra se torne brilhante. O pessoal é mal pago e, lutando com dificuldades de toda a ordem, não pode humanamente ser coagido a ir trabalhar para essas regiões de mãos vazias, sem os indispensáveis recursos. Em todo o caso, procuro dar solução ao problema e encontrar uma pessoa para presidir a êsses trabalhos e integrar a actividade do distrito na obra do País. Assim, embora modestamente, chegaremos ao fim, pois que as provas dadas pela última organização do Ministério da Agricultura onde têm podido ser prestadas são concludentes.

O Sr. Oliveira Simões e o seu distrito não estão sós, havendo outro precisamente nas mesmas condições, como, por exemplo, o de Portalegre e o da Guarda, onde nada há feito. Essas necessidades hão-de ir sendo satisfeitas a pouco e pouco.

Quanto às estradas e à ponte de Angeja, transmitirei ao Sr. Ministro do Comércio os bons desejos que as necessárias obras se executem.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Vitorino Guimarães: - Sr. Presidente: está próximo o fim do prazo que a Constituição Política da República fixa para a duração da sessão parlamentar. Nesta altura, porém, não só está bastante atrasada a discussão dos orçamentos, mas há ainda questões de maior importância, como sejam a dos tabacos, a das estradas, a questão financeira das colónias o tantas outras que precisam ser discutidas pelo Parlamento, e, por mais que se trabalhasse de dia e de noite, não haveria já possibilidade de no fim do prazo fixado pela Constituição termos todos êsses assuntos discutidos e votados.

Em tais circunstâncias, impõe-se à Câmara dos Deputados, nos termos da Constituição, tomar a iniciativa da prorrogação dos trabalhos parlamentares, e é nessa ordem de ideas que tenho a honra de enviar para a Mesa uma proposta,