vidade com problemas, a necessitar da melhor das atenções de todos nós, cujo rendimento se pode ver questionado e a sofrer uma enorme, feroz mesmo, concorrência e competição dos nossos parceiros europeus e não só.

Por isto, Srs. Deputados, sendo esta a linha de pensamento que vos deixo, poupem-nos, por favor, a uma eventual posterior interpelação em que comecem por dizer que eu, enquanto Deputado da maioria e por isso mesmo, aqui «pintei» um quadro cor-de-rosa, aqui deixei um quadro ilusório, apenas para esconder dificuldades.

0 Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Cor-de-rosa não é consigo, Sr. Deputado!

0 Orador: - Não, Srs. Deputados! Eu disse, e repito, que o sector da agricultura portuguesa atravessa uma fase difícil e para o mesmo pedi a melhor atenção de todos, inclusive a vossa.

Neste aspecto, julgo, então, que estamos entendidos.

Segundo: a partir deste pressuposto, no qual penso estarmos de acordo, é que começam as nossas divergências, que, com gosto, vou rebater.

De facto, Srs. Deputados, enquanto que nós, Deputados da maioria e Governo, partimos desta base difícil para um conjunto de soluções, que, com maior ou menor custo, acabarão por bem viabilizar o sector, os senhores, oposição, fazem a política da terra queimada, acabam por denegrir tudo e todos na vossa actividade - e, portanto, vós próprios também -, prosseguindo numa postura política incrível, crentes que a mesma vos virá a dar fortes resultados eleitorais numa próxima oportunidade.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Orador: - No entanto, insisto, a vossa postura defin0-a como «desorientada.» e os vossos argumentos despropositados.

Quarto: de facto o rendimento baixou em muitos casos, não haja dúvidas. Mas, Srs. Deputados da oposição, baixou porquê? Será que os senhores desconhecem a política de preços que, de há anos a esta parte, vem sendo praticada na Europa? Será que os senhores pensam que a baixa de rendimento de alguns agricultores é problema exclusivamente nacional?

0 Sr. SiUva Marques (PSD): - Muito bem!

0 Orador: - Se os senhores não pensam assim, como pessoas e Deputados minimamente conhecedores, então, porquê dizerem que o Governo é culpado desta situação?!

Quinto: apesar de tudo, o aumento do rendimento de alguns agricultores não vos interessa? E quanto à subida generalizada de rendimento que se verificou no ano de 1994, os senhores não têm nada a dizer? Tudo é desgraça, tudo é terra queimada? É mentira que Portugal tenha sido mesmo o País cujo rendimento acrcola mais aumentou em 1994?

Vozes do PSD: - Muito bem!

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Orador: - De facto, hoje, mais produtos agrícolas são importados pelo nosso país, pelos próprios agentes portugueses, na generalidade. E então? E daí? Não será esta uma regra do jogo da adesão de Portugal à Comunidade Europeia? Não haverá, da nossa própria parte, enquanto interesse nacional, a intenção de exportar produtos? Não o faremos já, com o agrado de inúmeros agentes económicos portugueses, e não pretendemos reforçar esta perspectiva na Europa e no Mundo?

Os senhores não podem dizer, de forma alguma, que o Governo português não tem uma política agrícola definida; os senhores não podem dizer que as prioridades não estão definidas, não podem ignorar todos os documentos escritos e aprovados nesta Câmara e, por muito que com eles não concordem, deverão, ao menos, fazer-lhes referência.

Aliás, insisto, quer no quadro do Programa do Governo quer no quadro das Grandes Opções do Plano, Portugal e os seus responsáveis seguem caminhos correctos, concebidos depois de farta discussão, na qual, é evidente, as vossas próprias opiniões não deixaram de ser reflectidas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Orador- - Então, insisto, porquê ignorar estas e outras verdades?

0 Sr. Rui Carp (PSD): - São uns ignorantes!