mas tenho a autoridade precisa para chamar à realidade o Sr. Ministro das Finanças e também o Sr. Ministro da Guerra, e dizer-lhes que dentro do que seja possível, segundo as disposições legais, S. Exas. tragam uma proposta de alteração a êsse respeito.
Isto permitiria a pouco e pouco o reembolso da importância que o Estado nesta ocasião entendesse dever despender seja para a aquisição de um novo edifício, seja para a ampliação do actual, seja para adoptação de outro edifício que ao Estado possa servir.
Não me compete fazer neste sentido uma proposta de emenda. Não me repugna que essa proposta não seja admitida nesta ocasião, mas quero chamar a atenção do Sr. relator e do Sr. Ministro da Guerra para que S. Exas. avaliem a vantagem do que acabo de expor e julguem da necessidade de trazer a esta Câmara uma proposta, quando não seja de outra forma, a fim de resolver êste assunto, em condições de no próximo ano o Colégio Militar poder dar guarida aos filhos de oficiais, não me repugnando também que isto se torne extensivo aos filhos dos civis. Êste critério já foi aqui expendido, e não querendo ser mais papista do que o Papa, defendo para a classe civil o mesmo que para a militar, pois todas as classes têm êsse direito, que julgo pode ser extensivo aos civis.
Eu julgo que a verba aproximada para a solução do assunto será de 1:200 a 1:500 contos.
Deixo, porém, à observação, ao critério do Sr. Ministro da Guerra, o caso.
Chamo a atenção do Sr. Ministro das Finanças para o assunto que estou tratando.
Interrupção do Sr. Soares Branco que se não pôde ouvir.
O Orador: - A opinião do Sr. Soares Branco vem reforçar a minha opinião.
Os oficiais que vivem exclusivamente da sua profissão têm uma situação de verdadeira miséria.
Não pertenço a êsse número porque, sendo militar, tenho a profissão de engenheiro. Ela me traz, a par da minha profissão militar, qualquer retribuição a mais. Outros haverá que exercem outras profissões.
Mas eu apelo para V. Exa. para que atenda aos oficiais que vivem exclusivamente do seu vencimento, absolutamente insuficiente.
Sr. Presidente: estas minhas considerações levarão, por certo, os Srs. Ministros das Finanças e da Guerra, e bem assim o Sr. relator, à conclusão de que qualquer cousa se deverá fazer neste sentido.
Não me cabe a mim, neste momento, enviar para a Mesa uma proposta de emenda a introduzir no orçamento. Não podia mesmo fazê-lo sem o prévio consentimento do Sr. Ministro das Finanças. Em conformidade com a lei não posso introduzir qualquer modificação no orçamento, que de momento acarreta una aumento de despesa, embora eu diga que ela possa encontrar compensação no que os oficiais estão dispostos a pagar, desde que se estabeleça uma nova classe de pensionistas, para o Estado ser reembolsado do dinheiro que haja de se gastar na compra de um novo edifício no intuito de dividir o colégio e fazer o seu funcionamento em dois edifícios, ou então no intuito de criar outro colégio, para que possa funcionar um no norte do País e outro no sul, a fim de se dar satisfação às necessidades dos elementos de um e outro lado.
Outras considerações ainda tenho a fazer e são elas respeitantes ao Parque Automóvel Militar.
Antes do mais nada e não só em cumprimento de um dever de camaradagem, como também por um dever de justiça, eu quero, Sr. Presidente, fazer salientar perante a Câmara que é absolutamente destituído de fundamento o que corre num papel impresso, que foi distribuído aos Srs. Deputados, em que se atribuem actos desonestos à administração do Parque Automóvel Militar. Essa administração é hoje exercida por um camarada meu, da arma de engenharia, por cuja honestidade eu fico de fiador, aqui e em toda a parte.
Isto não quere dizer que eu possa de uma maneira completa concordar com tudo quanto hoje se passa adentro do Parque Automóvel Militar.
Sob o ponto de vista de critério de administração, admito a possibilidade de discussão sôbre o que se passa ali actual-