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Que é que se passa Portugal perdeu?

Não importa, a festa

não pode parar!

Nem a intensíssima pressão francesa durante largos períodos do jogo; nem a forma exasperante como Barthez defendeu uma bola que todos os portugueses viram dentro da baliza quando o minuto 90 estava ao virar da esquina; nem o remate de João Pinto que uma mão "maléfica" desviou da rota ansiada quando se consumiam os últimos minutos do prolongamento; e nem a forma escabrosa como o homem que percorre a linha conseguiu descodificar uma mão intencional num remate fortíssimo à queima-roupa, que deu em penalti e em golo de ouro maldito. Nada, mas nada, nem deste mundo nem do outro, nem uma derrota no final do prolongamento através de um penalti virtual e mortal, podia deter a festa que os corações portugueses da cidade de Lyon tinham preparado.

As 80 (não é gralha) associações de emigrantes portugueses de Lyon vibraram com o percurso da selecção no Campeonato da Europa, e quando se soube que o adversário na antecâmara da final era o país de acolhimento, sonhou-se com os franceses derrotados e com uma festa de arromba. Uma festança de tal forma grandiosa que ninguém, num raio de 50 quilómetros, pudesse ficar indiferente. E ninguém ficou.

Apesar da derrota que não precisa de descrição, porque nenhum dos 10 milhões - e não sabemos mais quantos portugueses espalhados pelo Mundo - deve ter passado ao lado do jogo, em Lyon, a festa, que começou há alguns dias, estendeu-se pela noite fora. Lyon parecia uma cidade portuguesa. Pronto, se não Lyon, de certeza a mais importante praça do burgo. Quatro mil portugueses (neste texto não há gralhas) invadiram Bellecour e fizeram dela um estádio, com os jogadores a serem observados, apoiados e ofendidos, num ecrã gigante a fazer as vezes do recinto baptizado com nome de rei.

Ninguém gosta de perder, principalmente quando se sentiu a vitória tão perto, mas os portugueses de Lyon mostraram que estão nos antípodas dos desprezáveis "hooligans". Com um espírito de aço, sentiram que poucas ocasiões têm para festejar o seu portuguesismo - ou outra festa qualquer. Não podiam deixar de o fazer.

José Proença, o director da agência do Banco Pinto & Sotto Mayor na cidade, que pôs os empregados portugueses a atender os clientes equipados com as camisolas da selecção, e deu, no seu gabinete, uns toques na redondinha quando dois canais da televisão francesa (FR 3 e M6) quiseram ver ao vivo e a cores os "estranhos" portugueses e o seu "raro" director, explicou porque é que a festa não podia parar. "Os portugueses mostraram que sabem jogar à bola e não é um penalti injustificado que nos amassa."

E ao redor de José Proença ninguém o desmentia. Os gritos por Portugal eram incessantes, as buzinas também, e a festa continuou até às tantas, com comida e bebida à descrição. Portugal não ganhou? Solta o fogo-de-artifício à mesma. Foi certamente este o diálogo havido em Voux Velim, a localidade de onde partiram os foguetes que incendiaram a noite de Lyon.

Alguém quis "matar" Portugal... Dramático!

Arrepiantemente doloroso.

Como jogou a França:

Frank Leboeuf: "Fiscal-de-linha foi forte"

Gilberto Madaíl: "Já contava com a demissão

Rui Costa: "Até o campeão do Mundo

tem que ganhar com justiça"

Quevedo: "A mão existe..."

SPEHAR, jogador do Sporting: "Se eu fosse o árbitro

não marcava penalti!"

Fora-de-jogo no primeiro golo

e bola na mão no segundo

Reinaldo Teles: "Era uma final antecipada

todos dignificaram Portugal"

Árbitros cercados

Federação e jogadores

na mira da UEFA

Decepção e revolta entre

Encontros na Grande

Praça da... concórdia

Valeu a pena, selecção!

O Coliseu é um

estádio. de desconsolo

Um milhar seguiu o jogo

redistribuídos, directa ou indirectamente, em qualquer meio

computador destes materiais ou de partes dos mesmos,

salvo para fins pessoais ou não comerciais.

Alguém quis "matar" Portugal...

Dramático! Arrepiantemente doloroso.

Entrevista com Roger Lemerre

"Vitória extremamente difícil"

"Decisão infeliz impediu-nos de estar na final"

A casa às costas

Conselho de ministros anulado