Andar de carro em Lisboa e no Porto ainda é mais barato e rápido do que usar os transportes públicos, alerta um estudo da associação Deco, que sairá na edição de Setembro da revista da Proteste. O trabalho mostra que, se um automóvel for usado diariamente por mais do que uma pessoa, gasta-se menos dinheiro do que optando pelos transportes públicos.

No percurso entre Alfragide (Amadora) e as Olaias (Lisboa), por exemplo, uma pessoa terá um gasto mensal de 31 euros num passe social, enquanto um automóvel que pode levar pelo menos quatro pessoas gastará pouco mais de 45 euros no mesmo período.

Nesta análise, os técnicos da associação de defesa do consumidor Deco e da Proteste acompanharam durante uma semana 12 colaboradores que moram e trabalham nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, para diagnosticarem que meios de transportes são mais dispendiosos, mais rápidos e mais poluentes.

Além de concluir que o carro pode compensar financeiramente, o estudo mostra que, na maior parte dos percursos, o automóvel vence em rapidez. "Verificamos que o automóvel é a solução mais rápida na maioria dos casos, permitindo ganhar algumas horas no final da semana. As excepções são os percursos entre Sintra e Lisboa (pelo IC 19) e entre Vila Nova de Gaia e Porto (por causa da passagem pela ponte da Arrábida)", lê-se no artigo da Proteste.

O estudo concluiu ainda que os cidadãos estão mais expostos à poluição nos trajectos feitos de carro e de autocarro do que nos percursos feitos de comboio ou de metro. Para testar a exposição à poluição, cada um dos participantes no estudo transportou, durante uma semana, dois pequenos aparelhos que permitem medir as concentrações poluentes.

O artigo da Proteste recorda um estudo feito pela revista em 2003, onde uma das maiores críticas feitas pelos utentes dos transportes públicos era a pontualidade, a segurança e o conforto. "De facto, em Lisboa entram todos os dias 155 mil automóveis e, no Porto, cerca de 75 mil, sem contar com o dos moradores. Por isso, não é de estranhar que os consumidores se queixem do tempo que demoram e das filas que enfrentam até chegar ao destino", analisam os responsáveis da Proteste.

Para melhorar a circulação dos carros nas cidades, a revista aconselha a revisão do regulamento das cargas e descargas (para que não ocorram em hora de ponta) e a criação de mais parques de estacionamento junto a locais com transportes públicos.

Outro dos alertas feitos pela Proteste é a definição de preços baixos que incentivem os automobilistas a deixar os carros nesses parques e a optar pelos transportes públicos. Quanto aos carros, o conselho é para apostar no gás natural e nos motores híbridos (a gasolina e electricidade), por serem opções mais amigas do ambiente.

A maioria dos automóveis que entra diariamente em Lisboa apenas leva um ocupante cada, de acordo com dados da associação ambientalista Quercus. Segundo estudos feitos em 2000 pelos ambientalistas, nas estradas mais movimentadas da área metropolitana de Lisboa cada carro "quase não chega a transportar duas pessoas", lembrou Hugo Tente, especialista em transportes da Quercus.

Segundo os dados da Quercus de 2000, na Avenida Marginal, que liga Cascais a Lisboa, em média, os carros transportavam 1,43 passageiros cada, enquanto na A5 (que liga as mesmas localidades) essa média descia para 1,24 passageiros por automóvel. No IC 19, que liga Sintra a Cascais, a média é de 1,39 passageiros por carro e na saída da A1 junto a Lisboa é de 1,55 pessoas por veículo.

Em 1999, o mesmo estudo foi feito na ponte 25 de Abril, em Lisboa, onde cada carro circula em média com 1,40 passageiros. Os estudos da Quercus foram efectuados em hora de ponta, entre as 07:30 e as 09:30, visando sempre carros de cinco lugares.

Segundo Hugo Tente, estes dados devem manter-se actualmente. O ambientalista aponta para uma média entre 1,2 e 1,5 passageiros por cada carro que entra em Lisboa.

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