algum nome e se quer que eu cite mais algum nome. A Sr.ª Deputada Maria Celeste Cardona deu hoje ao País - penso que esta sessão está a ser transmitida directamente - uma lição de como não se deve intervir num debate democrático, de como não se deve comportar um Deputado que, efectivamente, quer contribuir de maneira séria e coerente para a resolução dos problemas do País.
Aplausos do PS.
Portanto, Sr. Presidente, eu protesto, do ponto de vista político, naturalmente, veementemente, contra a intervenção da Sr.ª Deputada Maria Celeste Cardona, que, obviamente, só teve um objectivo: humilhar o Sr. Ministro das Finanças, enquanto cidadão e enfraquecer a bancada do Partido Socialista que o apoia!
Aplausos do PS.
Protestos do CDS-PP.
Protesto veementemente e digo ao Sr. Presidente que comportamentos desta natureza não são correctos nesta Câmara.
Aplausos do PS.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Quem o humilhou foi o Primeiro-Ministro!
O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Sr.ª Deputada Maria Celeste Cardona, tem a palavra para dar explicações, dispondo, para o efeito, de 3 minutos.
A Sr.ª Maria Celeste Cardona (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Manuel dos Santos, como é óbvio e evidente, neste momento o que quero sublinhar é o seguinte: considero até o Dr. Joaquim Pina Moura um homem de grande coragem.
O Sr. Basílio Horta (CDS-PP): - Muito bem!
Protestos do PS.
O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Sr.ª Deputada, peço-lhe o favor de corrigir.
A Oradora: - Eu vou corrigir, Sr. Presidente!
Quero eu dizer, portanto, que não é intenção minha, nem é intenção desta bancada, ofender, sequer, qualquer Membro do Governo, bem como, como é público e notório, nunca pedimos a demissão de qualquer Membro do Governo!
Se há alguém de quem V. Ex.ª se deve queixar, porque o colocou numa situação difícil,
O Sr. Basílio Horta (CDS-PP): - Claro!
Protestos do PS.
É verdade!
Mas há uma coisa que tenho de salientar: eu exijo respeito, pelo menos, na parte em que fui eleita para o Parlamento, dignamente e com convicção, para defender os nossos pontos de vista. E julgo que esta função essencial de soberania, que reside nesta Casa, por aquilo que ocorreu, está profundamente diminuída. Foi isto o que eu quis dizer, é isto que mantenho, e, com isto, não ofendo quem quer que seja!
O Sr. Basílio Horta (CDS-PP): - Com certeza!
A Oradora: - Apenas procuro dignificar a função para que todos nós fomos eleitos!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Srs. Deputados, sanado este incidente, vamos prosseguir os trabalhos.
Sr. Ministro das Finanças, há ainda outros pedidos de esclarecimento, deseja responder já ou no fim?
O Sr. Ministro das Finanças: - Respondo no fim, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Sendo assim, tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Lino de Carvalho.
O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Sr. Presidente, Sr. Ministro das Finanças,
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - O Sr. «ex-Ministro»!
O Orador: - nós queremos discutir o conteúdo das alterações orçamentais, mas, é evidente, Sr. Ministro, não podemos ignorar as condições surrealistas
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Com certeza!
O Orador: - em que, no plano político, estamos a discutir este Orçamento ou estas alterações ao Orçamento. Seria, da nossa parte, uma enorme irresponsabilidade se pudéssemos dar cobertura a este «filme» de surrealismo político com que este debate está a ser hoje, aqui, desenvolvido!
O Sr. Basílio Horta (CDS-PP): - Exactamente!
O Orador: - A confirmarem-se as notícias vindas a público, no mínimo, o que deveria exigir-se ao Governo do Partido Socialista e em particular ao Primeiro-Ministro, é que salvaguardasse as aparências!
Vozes do CDS-PP: - Com certeza!