Obras na Rede de Saneamento Transforma Paços de Ferreira Num Imenso Estaleiro
A concessão de todo o sistema de água e saneamento à iniciativa privada pode transformar Paços de Ferreira num dos maiores estaleiros do país. O contrato da câmara com a empresa AGS Paços de Ferreira, assinado formalmente anteontem, prevê que as obras de implantação de equipamentos de saneamento básico venham também a ser utilizadas para a execução de melhorias em estradas, ruas, passeios e em sistemas de electricidade e telefone.
O cronograma prevê que, pelo menos em uma oportunidade, existam dezoito frentes de trabalho distribuídas pelas dezasseis freguesias do concelho, o que equivale a mais de uma obra por freguesia.
"Vamos aproveitar as obras da água e dos esgotos para fazer todas as remodelações que o concelho precisa", disse o vice-presidente da Câmara, Pedro Pinto, também responsável pelo pelouro de Infra-estruturas e Qualificação Urbana. No caso das ruas e estradas, a AGS Paços de Ferreira assume os custos pela recuperação de meia faixa. Em alguns casos, em que o estado de conservação seja considerado de má qualidade, a câmara recupera todo o troço.
Há cerca de dez dias que todo o sistema de água e saneamento do concelho passou a ser gerido pela AGS Paços de Ferreira. A empresa, que pertence ao grupo Somague, venceu o concurso público realizado pela Câmara em Março de 2003.
A proposta da AGS Paços de Ferreira prevê investimentos de aproximadamente 52 milhões de euros nos próximos cinco anos, com o objectivo de cobrir todo o concelho com oferta de água e saneamento. Hoje, menos de 60 por cento do município tem acesso a água e menos de 40 por cento da sua área tem acesso à rede de esgotos. A contrapartida da privatização , no entanto, será um aumento de cerca de 30 por cento das tarifas em vigor. O contrato entre a câmara e a empresa do grupo Somague prevê a concessão da água e saneamento por 35 anos. Até o fim desse período, segundo o presidente do conselho de administração, José Miguel Neves Moreira Maia, a empresa pretende fazer com que os actuais 11.630 clientes da empresa se transformem em mais de 27 mil.
De acordo com o presidente do conselho de administração da AGS, empresa proprietária da concessionária de Paços de Ferreira, Pedro Falcão e Cunha, a perspectiva é que o retorno do investimento só venha a ocorrer dentro de dezoito anos. "Até lá, teremos que pagar os empréstimos aos bancos e os investimentos que vamos fazer. São projectos de longo prazo", disse.
Os financiamentos das obras que serão realizadas pela AGS em Paços de Ferreira foram feitos no BCP e na Caixa de Madrid, através do sistema "project finance", em que o próprio projecto a ser desenvolvido é a garantia exigida pelos bancos para a concessão dos empréstimos. No caso de Paços de Ferreira, os valores obtidos pela exploração do sistema de água e esgoto são a contrapartida exigida pelos bancos.
Com a assinatura do contrato, a AGS Paços de Ferreira tem 90 dias - a partir da próxima terça-feira - para começar a trabalhar. Isso significa, entre outras coisas, a criação e instalação de uma sede no município e a contratação do quadro de pessoal que, inicialmente, deverá ser originário da própria câmara.
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