tramarina, no sentido, por exemplo, do regime de transição para o self-government, regime tão favorito dos ingleses, por exemplo, numa política cujos resultados estão à vista de todos.
Não! Portugal não abandona os seus princípios de soberania, de integridade absoluta dos seus territórios ultramarinos, e não se desvia da política tendencial de unificação e de assimilação.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Os conselhos legislativos não significam um preliminar do self-govermnent à maneira inglesa, mas conselhos provinciais com certas faculdades legislativas e deliberativas, dadas a distância da metrópole e a conveniência da expressão das opiniões locais. Mas tudo dentro de certos limites, nunca para além destes, e nunca sobretudo com risco da integridade nacional e desprestígio do representante do Governo Central. Os conselhos legislativos que se constituíssem em focos de perturbação e de autonomismos subversivos, aqueles que pretendessem transformar-se em câmaras de deputados de tipo demagógico, aqueles que quisessem ultrapassar os limites legais da sua competência, não poderiam subsistir. Estariam irremediavelmente condenados à dissolução por usurpação ou adulteração de funções, por esquecimento deplorável do seu verdadeiro papel. Automaticamente se destituiriam deste.
Então seria justo e admirável que os portugueses das províncias ultramarinas tivessem dois engrandecimento daqueles territórios.
Vozes: - Muito bem!
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Ainda agora se anunciou que setenta e um geólogos estrangeiros vão fazer prospecções de minérios radioactivos em Angola e Moçambique. Onde estão afinal os nossos geólogos de cá e de lá? Verifica-se que todos juntos não bastam para a tarefa? Que tristeza sinto!
O caso do Conselho Legislativo na Índia reveste carácter especial. Deu-se tradicionalmente à Índia Portuguesa a designação de Estado. Mas nem assim creio que a criação daquele Conselho ali suscite interpretações erróneas dum enfraquecimento da intransigência portuguesa no que respeita à soberania nacional nos nossos territórios indianos. Não duvido da lealdade dos habitantes destes a uma nação e a um povo que tão fraternalmente se uniram com eles e colocaram naturais da Índia em magistraturas das mais altas deste país. Mas também não duvido da sua inteligência, porque os indo-
portugueses sabem que não encontrariam sob qualquer outra bandeira a calma e feliz mediania, a afectuosa e franca solidarie dade, que desfrutam sob a bandeira de Portugal.
Há anos, num inquérito sobre preferências raciais na África do Sul, os indianos ali residentes votaram com particular simpatia pelos Portugueses. Estou certo de que análogo inquérito daria resultado semelhante no perturbado Quénia, onde pessoalmente verifiquei há dois anos o ambiente carinhoso de que Portugal desfrutava não só entre indo-portugueses mas também entre outros indianos ali residentes.
Entre parêntesis, direi que ao passo que a Casa do Portugal é em Nairobi, e muito bem, uma verdadeira Casa da índia, os Indianos vivem ali em separação dos outros europeus.
Visitei um grandioso e belo parque municipal que foi abandonado por estes quando começou a ser frequentado pelos Indianos. Felizmente, nós, portugueses, manifestamos a maior divergência em relação a factos como este, bem tristes, de indevida segregação racional.
Ainda entre parêntesis, eu quero dizer-lhes que estive também no seio da tribo dos Quiquios, onde existe essa famosa seita secreta dos Maus-Maus, a que se atribuem tão graves perturbações, desordens, crimes, etc., naquela região africana. Alguns têm um nível de vida que eu pude concretizar numa fotogravura de um livro meu: um casal quiquio, numa excelente residência, tomando o chá das cinco horas...
Pois, apesar disso, a solidez do domínio europeu em regiões destas nada é comparada com a da soberania portuguesa nos nossos territórios.
Vozes: - Muito bem, muito bem!
O Orador: - A razão sabe-se muito bem qual é. Nenhum povo é mais franco, aberto, acessível a todos os outros povos e raças do que o nosso.