"Matadouro Ajudaria a Promover a Região de Dão Lafões"
A criação de um matadouro na região de Dão Lafões ajudaria a promover os produtos regionais e daria um novo incremento à pequena agricultura. A ideia foi defendida este domingo no colóquio "Serra Viva", integrado na Festa da Carqueja, que se realiza no Parque da Fraguinha, São Pedro do Sul. "Um pequeno matadouro nesta região ajudaria a promover os produtos locais; um pequeno matadouro, de 100 mil contos [500 mil euros], por exemplo, com uma linha de bovinos e ruminantes, vitela de Lafões e cabrito da Gralheira", defendeu Vítor Barros, antigo secretário de Estado do Desenvolvimento Rural. A ideia foi secundada por Jorge Branco, responsável pelo núcleo de licenciamento da Direcção Regional de Agricultura da Beira Litoral (DRABL). "Achava muito pertinente, mas esse matadouro devia ter também uma linha pequena de abate de ruminantes", esclareceu.
A quinta edição da Festa da Carqueja prolonga-se por todo este mês. "A carqueja é uma planta, mas funciona como um elemento decorativo, é uma celebração que vai juntar as autarquias e as gentes desta região para a sensibilização ambiental", frisa Eduardo Basso, da organização. Durante este mês, as serras da Freita e da Arada - que abrangem os concelhos de São Pedro do Sul, Oliveira de Frades, Arouca e Vale de Cambra - , são palco de actividades que vão desde os debates à gastronomia, tudo para tentar "pôr no terreno o que já se encontra o no papel".
No debate de domingo, Vítor Barros, especialista em Sociologia Rural, alertou para a necessidade de se reforçarem os apoios aos pequenos agricultores da região de Lafões. "O pequeno agricultor é visto como um irracional, porque não tem racionalidade económica. Mas serve de tampão à crise. O que era deste país sem a agricultura de subsistência?", interrogou, para logo responder: "Evitam crises profundas e conflitos sociais".
De acordo com o investigador, os incentivos têm sido escassos, o que pode redobrar os riscos de desertificação. Há muito a fazer nesta área, os agricultores são produtores de paisagem, mas não são valorizados, os apoios não podem voltar para trás", avisou. Vítor Barros enfatizou ainda a falta de estratégia florestal em Portugal. "É uma questão decisiva para o nosso país, por isso é que ardem 400 mil hectares, isto não pode acontecer", assinalou. "A questão florestal coloca-se no minifúndio. Temos muita floresta e já nem sabemos quem são os proprietários", prosseguiu.
Como medida terapêutica "razoável", o antigo governante defendeu a inclusão de um técnico florestal por cada cinco mil hectares. "E também, por que não, contratualizar com associações de desenvolvimento equipas de sapadores florestais?", questionou.
À margem do colóquio, Eduardo Bassos, o rosto visível da Festa da Carqueja, demonstrou alguma preocupação pelo "alheamento" dos poderes públicos em relação às serras da Freita e da Arada. "Fala-se muito de desertificação, mas este incremento em massa de parques eólicos não ajuda a cativar pessoas", argumentou. Basso lamenta que as serras integrem a Rede Natura 2000, sem que o Instituto da Conservação da Natureza (ICN) tenha desenvolvido quaisquer esforços para preservar a região. "É uma zona delimitada pelo ICN, mas tem sido um espaço esquecido", sublinha. Daí a organização desta festa, que pretende alertar para a "urgência em respeitar" o meio ambiente.
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