Venus dominadora atrasa relógio suíço

A mais velha das Williams perdeu o primeiro "set" frente a Hingis, mas depois superou-se e afastou a suíça da final, onde Davenport a esperava

Reuters-Mark Lennihan

ESPERA. Lindsay Davenport chegou primeiro à final que Venus Williams, mas era com Martina Hingis que queria jogar

Venus Williams esteve imparável na noite de sexta-feira, na meia-final disputada no Estádio Arthur Ashe, obtendo a 25.ª vitória consecutiva esta temporada. É certo que perdeu o primeiro set (3-6) com Martina Hingis, mas, a partir daí, parecia uma gazela a movimentar-se no court, demonstrando toda a sua força física e mental para virar o resultado e comparecer na final com Lindsay Davenport.

Dominadora no segundo set (6-3), arriscou tudo no terceiro, quando estava em desvantagem por 5-3, dando um autêntico festival de determinação e robustez, que tornou impossível à suíça contrariar o seu ritmo, misto de audácia e vontade. "Foi uma boa fase da partida", confessou Venus Williams, adiantando: "Penso que o mau período aconteceu quando cometi demasiados erros. Caso contrário, tive sempre as coisas sob controlo e consegui um excelente triunfo."

Empolgante a fase final da partida, com o público em delírio devido à recuperação da compatriota, com três ases em cada um dos dois últimos sets. Aliás, as estatísticas, noutros aspectos, oferecem maior regularidade de Martina Hingis ao longo de uma hora e 53 minutos de jogo. Como, por exemplo, nas duplas faltas (zero contra cinco de Venus Williams), primeiros serviços ganhos (48-38) e, até, nos erros (23-47). Mas os deuses estavam com a americana, que também fez por merecer as suas graças, lutando, correndo, forçando a sorte do jogo.

Aliás, Venus Williams reconheceu ter vivido uma situação difícil na fase inicial: "Na realidade, cometi muitos falhas, especialmente na recepção do serviço de Martina. Parecia que as bolas voavam e tive de conter um pouco o ímpeto." Mas a confiança na vitória está expressa nesta confissão de Venus: "Quando estava em desvantagem por 5-3, apenas pensei em jogar mais depressa para surpreender Martina. A partir dos 5-4 esperei até ao último minuto para ficar em situação de break, pois essa era a última oportunidade."

Martina Hingis, esboçando de vez em quando um sorriso, fez uma análise serena da partida: "Ela jogou melhor nos últimos quatro jogos. Mas penso que tive boas hipóteses de ganhar quando, no seu serviço, atingi os 30-15. Mas a bola andou muito pelo ar e eu tive dificuldades devido a certa fadiga. Para controlar os nossos movimentos, ter discernimento e estar atenta à adversária torna-se necessário frescura física, e é natural que, ao atingir o termo da partida, abrandasse um pouco o ritmo por fadiga."

SYDNEY. Vincent Spadea será o substituto de Andre Agassi na equipa americana que estará presente nos Jogos Olímpicos. Natural de Chicago, com 26 anos, Vincent Spadea (119.º do ranking) foi eliminado nesta edição do US Open na primeira jornada pelo compatriota Todd Martin, que será seu companheiro em Sydney, juntamente com Michael Chang e Jeff Tarango, além de Jared Palmer e Alex O'Brien na prova de pares. Spadea ganhou este ano apenas dois dos 22 jogos disputados e a melhor performance aconteceu no Open da Austrália 99, onde chegou aos quartos-de-final.

MALAPATA. Martina Hingis (foto) não tem muita sorte com as irmãs Williams. No ano passado, nos EUA, ganhou a Venus nas meias-finais e perdeu a final com Serena. Nesta edição, não passou das "meias" frente a Venus. Sem vencer qualquer prova do Grand Slam esta temporada, Martina começa a viver do passado, com a vitória no US Open de 97, precisamente em despique com Venus. Depois teve mais duas finais perdidas: com Lindsay Davenport em 98 e a já referida do ano transacto.

PASSADO. Memórias das 35 vencedoras americanas dos Campeonatos dos EUA poderão ser apreciadas nas instalações do Estádio Louis Armstrong. Na galeria estão expostos diversos objectos e fotografias das tenistas, provenientes do Tennis Hall de Fame, situado em Newport.