Foi logo nos primeiros dias de Maio. A revolução ainda estava fresca. "Veio a Viseu um grupo de Coimbra e reuniu-se com um conjunto de pessoas que arregaçaram logo as mangas", recorda Sérgio Tavares, um dos fundadores do PSD viseense. "Foram tempos mágicos", pontua. "Éramos liderados por Coelho de Sousa, um militar na reserva, e pelo Álvaro de Figueiredo e Fernando Amaral." E logo nos primeiros dias de Maio de 1974, o "grupo de Viseu" começou a implantar o PPD. Nas freguesias, nos cafés, nos lugares mais recônditos, foi-se soltando a fome de intervenção. "Foram dias de grande entusiasmo, era um meio muito fecundo".Tanto era, que conquistou o "epíteto de cavaquistão".

"Que eu me lembre, o PSD ganhou sempre as legislativas o distrito", elucida José Ernesto, presidente de junta e antigo presidente da concelhia do PSD Viseu. José Ernesto fez parte do grupo de jovens convidados por Coelho de Sousa. Com ele aderiram ao partido José Cesário, actual secretário de Estado das Comunidades, e Luís Martins, um dos homens de proa da distrital. "O Luís Martins era um homem com um sentido político extremamente agudo, ele costumava chamar-me a 'consciência do partido", atira Sérgio Tavares. Naqueles dias tinha 43 anos e era professor.

"Um dos momentos mais marcantes, foi o primeiro comício, em Dezembro.", prossegue Tavares. Foi no pavilhão do Fontelo. Fernando Amaral, que havia de ser presidente da Assembleia da República, Magalhães Mota e Sá Carneiro atraíram muitos beirões. "Olhe, estava cheio", atalha. Mas a insegurança causada por alguns sectores políticos fez-se sentir. "Na altura foi o Luís Martins que coordenou a segurança, eram tempos duros. Por mais de uma vez esfaquearam-nos os pneus dos carros", ilustra o antigo professor e actual comerciante. José Ernesto foi eleito nas primeiras autárquicas , a 12 de Dezembro de 1976, para a Junta de Freguesia de Vila Chã de Sá. Mais de 20 anos depois decidiu voltar a candidatar-se. E ganhou. "Gosto de ser autarca, isso é uma grande parte do espírito da social democracia", assinala o presidente de junta.

Carlos Marta, hoje líder da distrital laranja, prefere acentuar o carácter sólido e perene de alguns princípios. "São os mesmos que há 28 anos me fizeram aproximar do partido", lembra, referindo que só se veio a filiar na concelhia de Tondela em 1985. "Ser social-democrata é ter uma visão da sociedade em que é fundamental a criação de riqueza e a possibilidade de incentivar quem tem mérito. Criar riqueza para distribuir por todos", vinca. Voltando a percorrer as memórias, José Ernesto evoca dois momentos particularmente "importantes" para o partido: a conquista da Câmara de Viseu por Fernando Ruas, em 1989, e a primeira vitória de Cavaco Silva, em 1985. Pelo meio, ficam vários nomes: João Pedro Barros, Esteves Correia, Mota Faria, Joaquim Alfaia, Virgílio Castro. "É impossível destacar todos, mas o desenvolvimento que conquistámos a todos os anónimos do partido se deve", remata Sérgio Tavares.

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