Contra Insectos
Na transição de estações, o problema é sempre o mesmo e dá por vários nomes: moscas, varejões, formigas, mosquitos....
Toda a gente sabe que é um "pesadelo" com o qual não há muitas formas de lidar. De facto, por mais voltas que se dêem, todos os caminhos vão dar aos insecticidas que além de serem letais para os insectos, são problemáticos para o ambiente.
Um produto concebido para tirar a vida a outros seres vivos, mesmo que incómodos para o homem, não merece grande simpatia. Os seus perigos e limites são, aliás, sobejamente conhecidos, pois podem gerar o aparecimento de fenómenos de resistência nas espécies que visam eliminar, além de implicarem a prazo uma preocupante toxicidade para os demais seres.
Longe vão os tempos em que se encontrava no mercado DDT e outros produtos afins, usados abundantemente durante décadas antes de a respectiva toxicidade ser demonstrada. Infelizmente, ainda podem ser encontradas no mercado categorias de produtos que podem provocar reacções nocivas, como edemas, crises de asma ou irritações oculares. Outros, menos tóxicos para o sistema nervoso (carbamatos), destroem insectos rastejantes. De produção mais recente, há ainda a considerar certas moléculas de síntese (piretrinóides), mas que não constituem melhor alternativa, pois nem sempre são biodegradáveis.
Os fabricantes propõem geralmente duas gamas distintas de produtos. Uma delas é feita à base de moléculas de síntese, neurotóxicos que visam directamente o sistema nervoso dos insectos. A outra linha de produtos é "verde", pois tira partido da função repulsiva de certas plantas, como a erva-cidreira. A maioria dos insecticidas, porém, combina as duas acções: atordoamento sem ataque directo ao sistema nervoso - o insecto cai por terra aniquilado, mas ainda vivo -, seguido de efeito mortal provocado por matérias activas geralmente muito fortes e perigosas para o ser humano.
Outra dificuldade prende-se com as diferentes fórmulas - difusores, aerossóis ou repelentes? -, cada uma delas com desvantagens incontornáveis.
Perante tudo isto, é fácil concluir que a escolha é complexa e difícil, para mais agravada pela existência de uma rotulagem por vezes pouco clara, mesmo para um consumidor com alguns conhecimentos de química. Tudo somado, e tal como se diz a publicidade a bebidas alcoólicas, os insecticidas devem ser consumidos com (muita) moderação.
Após a aplicação, deixar actuar o insecticida durante o tempo recomendado pelo fabricante. Em seguida, areje muito bem todos os locais. Nunca pulverizar uma divisão onde se guardem alimentos, especialmente os que se destinarem a consumo de crianças. No combate aos mosquitos, deve ser pulverizado o chão e o topo das paredes. Se a "praga" é de moscas, aplicar o produto no chão e na zona das janelas.
Cuidados com os produtos
Se optou por aerossóis, cujas matérias activas são muito perigosas e persistentes, o arejamento posterior à aplicação é absolutamente indispensável. Com as pastilhas, os riscos são menores, pois conservam-se estáveis durante anos. Mas não convém correr riscos: siga à risca as instruções de uso, não toque na matéria, lave as mãos após manipulação, guarde o remanescente em lugar seguro. Se a escolha recaiu sobre insecticidas em barra ou placa de pendurar, à base de diclorvos (um organofosforado), é bom não esquecer que este s produtos se tornam muito tóxicos se forem inalados em grande quantidade.
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