No número 53 da Avenida da República, em Lisboa, o primeiro dos nove andares da Sociedade Euro 2004 é ocupado pelo departamento administrativo, responsável pela logística do evento. Por trás do pano, longe dos holofotes, quem lá está luta contra o tempo para que nada falhe, garantindo que ninguém deixe de trabalhar por falta de meios - "olear" as rodas dentadas da enorme máquina organizativa é a sua função.

A sala assemelha-se a uma redacção em miniatura, uma atmosfera de trabalho onde se sente a agitação do inadiável. No canto oposto àquele por onde se entra está o gabinete de Manuela Costa. O seu sorriso afável não destoa do ar jovem e informal do departamento que dirige, onde trabalham mais dez pessoas, e mesmo antes de qualquer pergunta satisfaz-nos com prontidão o primeiro olhar curioso, lançado sobre uma parede do escritório onde está uma lista dos locais onde o Euro 2004 se jogará: "Esse é um dos grandes desafios! A desconcentração do evento". "As necessidades são as mesmas nos diferentes estádios, desde Braga ao Algarve", sublinha.

"Este é um departamento de fim-de-linha - explica - nós aqui não temos problemas, temos é que arranjar soluções". Depois de ter estado durante oito anos envolvida na preparação de um evento tão exigente como a Expo 98, Manuela Costa apontou as principais diferenças da exposição mundial em relação ao Campeonato da Europa: "O Euro 2004 é um desafio de norte a sul do país, muito mais exigente a nível de logística. Estamos a falar de hotéis, centros de imprensa, centros de acreditação".

Explicando que o trabalho se faz em duas frentes. A primeira delas é a "vertente interna", que "consiste em dar suporte às cerca de 120 pessoas que trabalham no edifício". "Dar condições de trabalho para permitir que possam funcionar em situações de grande pressão". Acrescentando: "Como costumo dizer, os nossos colegas são os nossos clientes!".

Para que nem uma caneta falte

Aqui é recebido, registado e distribuído todo o correio que chega ao edifício, e daqui são as vozes que atendem as cerca de 300 chamadas telefónicas que a Euro 2004 recebe diariamente - cujo atendimento é assegurado "das oito da manhã às oito da noite", havendo no entanto quem esteja "contactável 24 horas por dia". O trabalho interno passa também pela "preparação das salas de reuniões, que são utilizadas consecutivamente", assim como por certos pormenores logísticos: "Reabastecimento de fotocopiadores e de todas as máquinas" distribuídas pelos nove andares do edifício.

"Um dos nossos objectivos é que ninguém possa deixar de trabalhar porque não tem papel ou uma caneta", explicou Manuela Costa, falando-nos também da outra "frente" que o departamento enfrenta: a "vertente externa". "Numa conferência de imprensa, quando há uma reunião as pessoas nem sequer se apercebem, mas vêem um 'backdrop' por trás, uma sinalética, águas, pastas dadas aos jornalistas. Sabem que são coisas habituais, mas se calhar não sabem como é que a pasta chegou ali ou quem é que a mandou produzir", exemplificou.

Esta é uma tarefa complexa e exige por vezes recursos externos, desde "serviços de estafeta" até à empresa que trata do "armazenamento" de materiais. Esta vocação externa do departamento também se concretiza numa desmultiplicação de esforços pelos dez estádios. No entanto, à medida que o início do campeonato se aproxima, a descentralização é evidente, com a implantação de escritórios em cada um dos palcos do Europeu.

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