Boavisteiros só "aceleraram" na segunda parte

O Boavista venceu facilmente um adversário bem mais modesto, construindo o resultado na primeira parte do encontro, por sinal a menos interessante. Valeram os golos de Jimmy e Nuno Gomes, para, na etapa complementar, o Infesta dar nas vistas por algumas ocasiões, com o guadião Ricardo em plano de evidência. Seja como for, a formação do Bessa jogou em ritmo de passeio.

Foi assim mesmo, o jogo teve momentos que roçaram a mediocridade, talvez porque os boavisteiros bem cedo ficaram praticamente a salvo de uma hipotética reviravolta no marcador. E com naturalidade - até muita - o Boavista venceu uma equipa que pouca luta deu, excepção feita a a algumas jogadas mais vistosas já no declinar da contenda.

É evidente que os "axadrezados" tiveram uma postura mais ofensiva, com Jimmy e Nuno Gomes bem lá na frente do ataque, enquanto que o Infesta rodeou-se de naturais cuidados, povoando em demasia o seu sector mais recuado.

Logo aos 6 minutos, Isaías abriu o marcador, sem qualquer oposição, sobre a linha de baliza, depois de receber a bola de Pedro Emanuel. Estava aberto o caminho da vitória, mas o segundo tento só chegaria a quatro minutos do intervalo, através de uma entrada fulgurante de Nuno Gomes, depois de um toque primoroso de Jimmy.

Dois momentos marcantes de uma primeira metade que mais nada teve de assinalável, a não ser, pela negativa, a lesão de Tulipa, retirado do campo em maca, após ter sofrido uma pancada de um adversário num pé - deve recuperar durante esta semana -, logo substituído por Timofte.

Após o intervalo, a equipa de Mário Reis exibiu-se num plano mais aceitável, muito por "culpa" da actuação de Sanchez, que só não marcou por manifesta falta de sorte. Finalmente, via-se algum (bom) futebol no relvado do Bessa.

O técnico Augusto Mata procedeu às devidas alterações no seu conjunto, passando o Infesta a ter também uma postura mais ofensiva. E foi mesmo o guardião Ricardo a brilhar com intensidade, negando por três ocasiões o golo aos forasteiros. Uma reacção bonita, mas que veio muito tarde.

Isidoro Rodrigues teve uma tarde calma, sem problemas, mas terá de rever rapidamente o entendimento com os seus auxiliares.

O técnico do Boavista, Mário Reis, considerou que a sua equipa atingiu os objectivos, mas também entendeu que houve facilidades a mais:

"Penso que o importante era ultrapassar a eliminatória e esse objectivo foi atingido, pelo que me considero satisfeito. Todavia, não o estarei no modo a equipa actuou, pois espero que no futuro renda mais. Se considerarmos que jogadores fundamentais, como são os casos de Sanchez, Timofte e Tulipa, vieram de lesões com alguma gravidade, está de algum modo explicado alguma reserva nas suas actuações. Contudo, pareceu-me que o Boavista facilitou um pouco, não podendo estar satisfeito com a escassez do resultado".

E quanto à prestação do seu filho, Mário Reis considerou-a "positiva" atendendo a que "causou alguns problemas ao Paulo Sousa".

Por seu turno, o carismático técnico mamedense mostrou-se resignado com a derrota:

"Sabíamos que não era fácil batermo-nos de igual para igual com o Boavista, por motivos óbvios, mas também porque o ritmo de uma e outra equipas divergem bastante. Jogámos com cautelas redrobadas, mas ao sofrermos os dois golos desinibimo-nos, a ponto de atacarmos do modo como se viu nos minutos finais".

Jogo no Estádio do Bessa. Árbitro: Isidoro Rodrigues (Viseu), auxiliado por Guedes de Carvalho e Fernando Santos. Cartões amarelos: Jimmy (10 m), Sanchez (33 m) e Miguel (52 m).

BOAVISTA - Ricardo; Paulo Sousa, Pedro Emanuel, Isaías e Nelo; Sérgio Duarte e Tavares (Hélder, aos 60 m), Tulipa (Timofte, 26 m) e Sanchez (Latapy, 68 m); Jimmy e Nuno Gomes.

INFESTA - Fonseca; Miguel (Porcel, aos 78 m); Moreira (Pascoal, aos 65 m), Alfredo, Lapa e Reis; Amorim; Sérgio Carlitos e Teixeira; Alcino (Bruno Mendes, aos 76 m).

Treinador: Augusto Mata.

Ao intervalo: 2-0. Marcadores: Isaías (6 m) e Nuno Gomes ( 41 m).