Guterres desloca-se hoje a dois dos estabelecimentos do básico que daqui a poucos dias recebem alunos pela primeira vez
O primeiro-ministro visita hoje, em Albergaria-a-Velha e Santo Tirso, duas das 17 escolas dos 2º e 3º ciclos que este ano abrem a porta pela primeira vez. Enquanto o centro das grandes cidades se vê a braços com a redução do número de alunos, a periferia cresce e requer instalações. No 1º ciclo, haverá dois novos estabelecimentos com jardim de infância.
Já se tornou rotina: todos os anos, o primeiro-ministro marca o início das operações do arranque das actividades lectivas com uma visita oficial a um estabelecimento de ensino. Hoje António Guterres vai estrear duas de 17 novas escolas que daqui a cerca de duas semanas vão receber alunos - do 5º ao 9º ano - pela primeira vez. Para além disso, nascem dois jardins de infância com 1º ciclo incluído. O regresso às aulas de perto de dois milhões e 130 mil estudantes, do pré-escolar ao superior, está programado para a semana de 11 a 18 Setembro.
Na Escola Básica 2/3 de Agrela, Santo Tirso, a equipa do Ministério da Educação e Guterres farão o balanço do trabalho feito. Só no Norte, em apetrechamento, conservação e novos empreendimentos foram gastos, no ensino básico e no secundário, 12 milhões e quase 800 mil contos - a maior fatia do "bolo" nacional destinada ao sector.
Seis dos estabelecimentos de ensino dos 2º e 3º ciclos que serão estreados dentro de poucos dias substituem escolas antigas que já não serviam as necessidades. Onze, pelo contrário, foram criados de raiz para dar resposta a necessidades recentes. E há ainda dez que foram ampliados de forma a receber mais estudantes e três dezenas que finalmente vão ter finalmente um pavilhão gimnodesportivo. Feitas as contas ao arranque do ano 2000/01, o Ministério da Educação diz que gastou quase 39 milhões de contos, sem contar com a verba destinada à expansão da rede do ensino pré-escolar (pouco mais de cinco milhões) ou com o programa Nónio Século XXI, ligado às novas tecnologias (quase cinco milhões).
A dimensão média das "primárias" em Portugal é de 51 alunos por escola. Já no secundário ou nos estabelecimentos de ensino de 3º ciclo que incluem também 10º, 11º e 12º anos o número médio de estudantes matriculados ronda os 1080, mas também há alguns (15) com mais de 2000 alunos. Apesar disso, existem ainda 717 escolas básicas do 1º ciclo com menos de cinco alunos.
É sobretudo nas periferias que se verificam as ampliações e a construção de novas escolas - Sintra, por exemplo, zona em expansão demográfica, vai ter direito a uma nova escola dos 2º e 3º ciclos (ver lista). Enquanto isso, os grandes centros urbanos estudam a melhor forma de fazer face à redução de alunos. Em Lisboa, a reorganização da rede escolar passará por transformar secundárias em básicas - anunciou já a respectiva Direcção Regional de Educação. Mas ainda não será este ano.
Outra solução passa pela criação de escolas que incluam vários níveis de ensino. Desta forma, explica o secretário de Estado da Administração Educativa, Augusto Santos Silva, racionalizam-se recursos em localidades "onde a demografia já não implica a construção de várias escolas de diferentes níveis" e, sobretudo, "respeita-se a unidade do ensino básico".
O reajustamento da rede do secundário passa também pela extinção de cursos: o ensino recorrente/nocturno tem um corte de meia centena de cursos (no ano passado foi de 154) e são criados 37 novos; no ensino diurno serão extintos 52 cursos (desde os mais orientados para a vida activa até aos destinados ao prosseguimento de estudos) e criados 35.
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