Merece referência o importantíssimo porto espanhol, nosso vizinho, de Vigo, que de 1932 a 1943 recolheu em média 50:000 toneladas de peixe destinado em parte importante à desenvolvida indústria de conservas e em grande parte a expedição para larguíssima zona da Espanha e para Portugal. Neste porto, que é essencialmente um porto de pesca, mas que também é sede da importante movimento comercial, adoptou-se solução que mais o aproxima do primeiro tipo.
Os dois géneros de pesca, costeira e do alto, acham-se instalados em docas separadas, visto serem muito diferentes as suas exigências, quer do mercado -no primeiro caso lota por amostras, sem desembarque, no outro, lota com desembarque total, para subsequente preparação e embalagem-, quer de preparação, mesmo no caso em que o peixe costeiro se destina a consumo local em fresco.
Porém, ao passo que para os serviços de descarga e abastecimento de gelo e combustível se utilizam as quatro docas de Berbés, num extremo do porto, para o estacionamento, reparação e todo o outro reabastecimento, são utilizadas as instalações, do outro extremo do porto, onde são feitos estes serviços para a navegação em geral. Quando se concluírem os melhoramentos, em adiantada execução, da doca n.º 4 e aterros anexos, ficará este porto com 1:900 metros de cais acostáveis de 2 a 7 metros de profundidade; 9 ha,52 de superfície de água, a maior parte para a pesca costeira, e 11 ha,6 de terraplenos.
A importância do porto dê pesca de Lisboa ajuizar-se-á da importância do produto da pesca desembarcado, e que em 1938 foi de 31:500 toneladas; e em 1943 de 26:000 toneladas, apesar das dificuldades com que os navios de pesca lutaram, por deficiente abastecimento de combustível.
A maior parte do produto da pesca é consumida em Lisboa e arredores, não tendo a expedição em caminho de ferro ido além de 430 toneladas no primeiro daqueles anos e de 1:600 toneladas no segundo, como atrás se registou. A expedição por camionetas para fora da área de Lisboa e arredores também não teve excessiva importância.
A indústria de conservas tem em Lisboa importância relativamente pequena, naturalmente em virtude do elevado preço que as espécies mais apropriadas atingem no mercado de Lisboa.
A indústria da pesca do bacalhau, que não atinge também no porto de Lisboa a maior importância, dispõe de instalações privativas na margem esquerda do Tejo, pelo que não há que lhe fazer aqui maior referência.
Outro (problema do porto de Lisboa que é da maior importância e que carece de urgente solução é o das reparações navais, a que naturalmente se liga o das construções navais também de grande interesse.
Para as reparações dos navios de longo curso situação é hoje a mesma que há quarenta anos, pois que apenas existe para esse fim no porto de Lisboa e em Portugal uma doca seca, a doca n.º l, construída pela empreitada Hersent.
A doca n.º 2, construída na mesma época, não tem aproveitamento corre spondente ao seu comprimento, em consequência da sua reduzida largura.
Docas secas da A. G. P. L.
Além destas docas há, mas para uso militar, um plano inclinado transversal para navios de média tonelagem no Arsenal do Alfeite e outros planos inclinados de menores dimensões.
Estão em adiantada construção neste porto duas docas secas, destinadas a reparações e a construções navais, com as seguintes dimensões:
Além destas há a funcionar a
Doca seca engenheiro Duarte Pacheco
Existem planos inclinados para reparação de navios de pequena e média tonelagem na Afurada (Douro), na Figueira da Foz, em Setúbal, etc.
O número de navios da frota nacional que têm de utilizar a doca maior para as suas reparações e limpezas de fundo, por terem mais de 100 metros de comprimento ou de 12m,50 de largo, são em número de 42, a que - há a acrescentar os navios estrangeiros que, em muito maior número do que os nacionais, frequentam