Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: -Tranquiliza-nos saber que o Governo, que apoiamos, está atento e actuante como o provam, insofismavelmente, os elementos que foram hoje trazidos hoje a esta Câmara.

Termino repetindo o que disse há pouco: esta interpelação do PCP só tem sentido se este partido quis abrir hoje a campanha para as eleições das assembleias metropolitanas e iniciar a sua pré-campanha para as autarquias de ]993.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Este tipo de manobras cria-nos alguma perplexidade sobre o normal funcionamento das instituições das áreas metropolitanas que queremos implementar.

Não contem connosco para dar cobertura a atitudes desse tipo.

Aplausos do PSD, de pé.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Falcão e Cunha, por ocasião da sua primeira intervenção nesta Câmara, quis dirigir, gentilmente, ao Presidente e a todos os membros da Mesa, sem excepção, saudações e cumprimentos. Cumpre-me agradecer-lhe, em nome de todos, e desejar-lhe, claro está, êxito no exercício deste seu mandato.

A Mesa informa a Câmara que se encontram inscritos, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados José Lello, Leonor Coutinho, Daniel Branco e João Amaral.

Tem a palavra o Sr. Deputado José Lello.

O Sr. José Lello (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Falcão e Cunha, desta sua intervenção esperava mais, que viesse dizer, por exemplo, que se congratulava com a constituição das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, porque poderiam ser instrumentos extremamente importantes da gestão desses espaços.

Vozes do PS: - Muito bem! Protestos do PSD.

O Orador: -Os Srs. Deputados estão muito nervosos, se quiserem podem inscrever-se e intervir, pois tenho muito gosto em ouvi-los, mas em sede própria. Porém, se me permitem, deixem-me terminar o pedido de esclarecimento ao Sr. Deputado Falcão e Cunha.

Bom, mas a isso disse pouco e o que demonstrou e evidenciou foi, antes, uma certa nostalgia, pois quase que lamentou que elas se constituíssem, porque, no fundo, o que fez foi enfatizar o papel do Governo: «Vejam lá que o Governo até nos fundos comunitários transigiu e deu-vos umas migalhas. Nisto fora isso o que é que as câmaras municipais poderiam ter feito?» Depois, veio com a velha história, a antes e a depois de 1985, uma vez que antes os governos nada fizeram e que agora tudo fazem. Esquecem ...

Uma voz do PS: -Grande ataque a Cavaco Silva!

O Sr. Silva Marques (PSD): -É o novo Gulag: a exploração do município pelo município!

O Orador: - Dos Gulag sabe o senhor mais, porque tem maior memória, nessa matéria, do que eu!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Portanto, o meu pedido de esclarecimento não é senão o de esclarece-lo sobre estas situações.

Vozes do PS: -Muito bem!

O Sr. Presidente: -Tem a palavra a Sr.ª Deputada Leonor Coutinho.

O Sr. Presidente: -Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Leonor Coutinho.

A Sr.ª Leonor Coutinho (PS): - Sr. Deputado Falcão e Cunha, fiquei relativamente admirada com as suas afirmações, porque V. Ex.ª, pelas funções que ocupou anteriormente, tinha obrigação de saber que o investimento do governo de Cavaco Silva na área metropolitana de Lisboa, nos últimos cinco anos, ou seja, entre 1985 e 1990, não foi superior, a nível dos transportes públicos, ao investimento dos anos decorrentes entre 1980 e 1985. O mesmo verificamos se consultarmos o volume III do PROT (Plano Regional do Ordenamento do Território) de caracterização.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): -Exactamente.

A Oradora: -Evidentemente que esse investimento foi completamente insuficiente.

O Sr. Falcão e Cunha (PSD): -Qual é o documento, Sr.ª Deputada?

A Oradora: - É o PROT. Terei todo o gosto em lho emprestar.

O Sr. Deputado faz é confusão entre as efectivas acções e as promessas. Promessas de travessia da Ponte 25 de Abril, que não foram cumpridas; promessas do novo aeroporto, que não foi feito; promessas de prolongamento do Metropolitano até ao Cais de Sodré, obra que ainda não foi realizada, acrescentando a isto o facto de o Metropolitano ter estado parado com obras durante cinco anos; ou, ainda, a encomenda das carruagens para a linha de Sintra, que esteve parada, como sabe, durante dois anos devido a problemas internos existentes na CP; o facto de o montante de investimentos da Carris não dar sequer para aumentar a oferta, pois os autocarros novos nem sequer compensam os «abates» de autocarros e de eléctricos que