las de que não são autores, e uma recusa da outra parte em intervir. Isto não é debate democrático, Sr.ª Presidente!
Gostaria ainda de recordar que no Regimento há disposições que garantem o mínimo de alternância nas intervenções; é uma maneira de assegurar que situações como esta se não verifiquem, sob pena de não fazermos debates, ditarmos para a acta, fazermos monólogos. Creio que para nós, parlamentares, não é dignificante, a qualquer título, e muito menos para a Mesa da Assembleia da República, que continuemos a funcionar nestes termos.
Portanto, Sr.ª Presidente, é com serenidade que ponho à consideração de V. Ex.ª que tome a decisão de convocar uma reunião de representardes dos grupos parlamentares.
O Sr. Silva Marques (PSD): - Vão Chamar os vossos líderes! Os vossos líderes não estão cá!
O Sr. José Magalhães (PCP): - O chefe Marques está sempre cá!
O Sr. Correia Afonso (PSD): - Sr.ª Presidente, peço a palavra para fazer uma interpelação à Mesa.
A Sr.ª Presidente: - Faca favor, Sr. Deputado.
O Sr. Correia Afonso (PSD): - Sr.ª Presidente, gostaria de começar por fazer uma declaração de apreço pela dignidade com que V. Ex.ª está a dirigir os trabalhos,
Aplausos do PSD.
Quero também deixar aqui registado com muita clareza o meu sentido de repulsa pelas palavras perfeitamente insidiosas que acabaram de ser dirigidas a V. Ex.ª Apreciamos, pois, a sua dignidade e creia, Sr.ª Presidente, que no lugar onde se encontra prestigia os trabalhos do Parlamento e a própria Assembleia da República.
Aplausos do PSD.
Em segundo lugar, quero dizer a V. Ex.ª que acabou de assistir ao exemplo rematado de perda e de consumo de tempo sem qualquer resultado. É assim que num debate, cujo tempo global era de seis horas, já se gastaram quinze horas e ainda há tempos para gastar!
Sr.ª Presidente, a solicitação para a convocação de uma reunião de líderes parlamentares não é mais que um outro expediente para fazer gastar tempo!
Aplausos do PSD.
Finalmente, e para não me alongar demais, quero chamar a atenção de V. Ex.ª para um facto: é que nas bancadas dos deputados que estão a protestar apenas se encontram três ou quatro Srs. Deputados e logo todos os outros estarão aqui frescos, ao passo que nós ainda nos encontramos aqui a esta hora e, pelo menos eu, penso estar presente às 10 horas.
Aplausos do PSD.
Vozes do PCP: - Não faz mais que o seu dever! Aí de si se falta!
O Sr. Marques Júnior (PRD): - Sr.ª Presidente, peço a palavra.
A Sr.ª Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. Marques Júnior (PRD): - Sr.ª Presidente, não creio que se justifique usar da palavra ao abrigo da defesa da honra por aquilo que disse o Sr. Deputado Correia Afonso. Assim, peço a palavra para uma interpelação à Mesa.
A Sr.ª Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
ninguém poder intervir no debate!
Sr.ª Presidente, de facto, estamos perante um caso excepcional! O facto de dentro de 3 horas e 30 minutos iniciarmos uma nova sessão plenária é um caso excepcional e eu faço a seguinte pergunta: não se têm realizado conferências de líderes para se resolverem problemas que surgem no decurso dos trabalhos com muito menos razões objectivas do que estas? A minha solicitação não é nenhum expediente!
O Sr. José Apolinário (PS): - Sr.ª Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.
A Sr.ª Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. José Apolinário (PS): - Sr.ª Presidente, o líder da bancada parlamentar do PS teve ocasião de, a horas decentes e a tempo oportuno, alertar a Assembleia e a maioria parlamentar do PSD para o problema com que estávamos confrontados a propósito desta discussão em torno do Regimento da Assembleia da República.
O líder do Grupo Parlamentar do PS já teve ocasião de exprimir a posição do partido no sentido de que asseguraríamos a nossa presença e participação no debate mas não se sentia, nem se sente, responsável pela garantia da, maioria de modo que a Assembleia possa funcionar, porque pensamos que só quem adopta comportamento e tácticas políticas que, quanto a nós, não dignificam nem a Assembleia da República nem o relacionamento entre a maioria e as minorias, ou seja, só quem adoptou como táctica política essa escolha é que deve garantir a maioria.