Celorico de Basto e Braga contra Aenor
Auto-estradas Irritam Populações
Morreira, Trandeiras e Gandarela têm em comum pertencerem ao distrito de Braga. Mas não só. A ser aprovado o projecto da auto-estrada que ligará Braga a Guimarães (A11), Morreiras e Trandeiras vão ficar a poucos metros da via e algumas das suas casas serão deitadas abaixo. O mesmo sucede com S. Clemente e em Ribas, duas freguesias da localidade de Gandarela, em Celorico de Basto, caso venha a ser adoptado o traçado B do sublanço Fafe- Celorico de Basto da A7, que ligará Guimarães às Terras de Basto.
Com um atraso significativo, a A11 está, mais uma vez, num impasse. Em 1996, o Ministério do Ambiente deu parecer desfavorável a qualquer uma das duas alternativas propostas para a auto-estrada Braga-Guimarães. Quatro anos depois, e segundo os moradores de Trandeiras e Morreira, só se alterou o traçado relativo ao lanço de Guimarães, tendo o ministério aprovado a solução-base (que havia antes sido reprovada) na área de Braga.
Conclusão: a ser assim, algumas casas virão abaixo, enquanto outras terão como vista o viaduto da auto-estrada. Por isso, a população enfaixou as localidades a negro e pede que seja retomado o traçado alternativo, que passa por terrenos desabitados. Na passada semana, a Assembleia Municipal de Braga aprovou, por unanimidade, três moções contra o traçado aprovado.
Ontem, as comissões de moradores reuniram-se com o presidente da Câmara de Braga, Mesquita Machado, que se solidarizou com o voto da Assembleia Municipal, mas preferiu manter-se neutro na questão. Hoje mesmo, os moradores esperam resultados mais conclusivos de uma reunião com o governador civil do distrito. Entretanto, a empresa concessionária da obra, a Aenor (Auto-estradas do Norte), afirmou publicamente que o traçado é irreversível.
Em traços largos, a população de Gandarela, em Celorico de Basto, vive exactamente o mesmo tipo de problema, com a diferença de o projecto da auto-estrada que ligará Guimarães às Terras de Basto se encontrar ainda na fase de consulta pública. Na assembleia municipal extraordinária, efectuada ontem, os deputados locais votaram por unanimidade uma proposta da câmara que sugere a adopção do traçado B, o qual não tem qualquer impacte negativo junto das populações. Por uma estranha coincidência, também aqui, e de acordo com os habitantes, a Aenor mostra-se favorável à adopção do traçado que atravessa as duas freguesias.
A não ser adoptada a solução B, a assembleia acordou que, no mínimo, se proceda à correcção do traçado A, para não atingir as populações. O irónico da situação é que, apesar de percorrer toda a zona de Celorico, a auto-estrada não prevê um acesso ao concelho, o que é reivindicado na proposta da autarquia ontem aprovada. Além de afectar as casas, o traçado proposto rasga o planalto da Lameira, onde se encontram inexplorados vestígios arqueológicos milenares.
Celorico de Basto tem a vantagem aparente de ter um rosto mediático a exercer influência junto do poder central. Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da Assembleia Municipal, encarregou-se pessoalmente de pôr o ministro do Equipamento Social, Jorge Coelho, ao corrente da situação e garante que Coelho foi "muito receptivo". "Eu tenho a certeza de que se vai conseguir [alterar o traçado]. Tenho encontrado grande abertura e compreensão da parte do Governo", garantiu Rebelo de Sousa. Aproveitando a fase de consulta pública, que se prolonga até finais de Agosto, as juntas de freguesia estão a recolher assinaturas contra o traçado da Aenor e a munir-se de estudos técnicos que comprovem a validade de uma alternativa com impactes menores.
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