cessos de quem o povo para aqui manda, seja de quem fôr - sem que ninguém lhe tivesse encontrado uma solução de pronto, que eu resolvi intervir na questão, sem consultar ninguém.

Entendo que a melhor solução a dar ao caso seria a que consta da proposta que mandei para a Mesa, tornando extensiva à Câmara dos Deputados a doutrina adoptada pelo Senado, e que eu reputo absolutamente legal.

Reconhecia-se assim que a Câmara dos Deputados, depois de começar a funcionar, devia delegar numa comissão de carácter permanente o julgamento dos processos eleitorais ainda pendentes, para evitar que indivíduos que não viram as suas eleições validadas pudessem continuar a julgar eleições.

Qual é a disposição da lei eleitoral que não permite ao Sr. João Bacelar fazer parte lá fora das comissões de verificação de poderes?

Apoiados.

E o que seria interessante era que o Sr. Felizardo Saraiva tivesse encontrado a disposição legal que proibisse êsse facto.

Dito isto, e completando-o com o argumento do que, se porventura a solução que a Câmara adoptar nos termos do Senado fôr reputada por êste ou por aquele como ilegal, eu estou disposto a demonstrar que ela é absolutamente legal, sob pena do reconhecer que de facto o Senado não está a funcionar legalmente, dito isto, vamos à razão do meu pedido de palavra.

O ilustre Deputado Sr. José Domingues dos Santos, leader da Esquerda Democrática, pediu a palavra sôbre a minha proposta.

Acompanhei o discurso de S. Exa. com interêsse e com vontade de averiguar qual a posição que êsse agrupamento político tomava em relação ao debate; e confesso que me surpreendeu o facto de não ouvir uma palavra de indignação, escudada em argumentos, para a minha proposta.

Divagou S. Exa., fez interessantes considerações, algumas das quais até já feitas nesta Câmara por mim próprio, e o que é certo é que não quis perder o ensejo de me dirigir uma amabilidade que agradeço por me dar também ocasião a dizer o que se segue.

O assunto que se debate, apesar de interessar apenas um reduzido número de processos eleitorais, é na verdade de grande interêsse para a Câmara dos Deputados. Não é um problema mínimo, como disse S. Exa., mas de muita importância, porque toca os direitos de quem quer que seja.

Apoiados. Exa. ainda lamentou, a êste propósito, que eu não preocupasse a minha atenção com questões de interêsse nacional.

E de entro todas, naturalmente por ser a mais importante, foi destacar a do sufrágio. Nesse parêntesis quis averiguar das minhas intenções, esquecendo-se das considerações por mim feitas, quer quando apresentei a proposta, quer quando a justifiquei em resposta ao Sr. Marques Loureiro e à minoria monárquica.

Atribuiu-me também a intenção de querer solucionar um conflito existente dentro do Partido Democrático; mas essa não é a minha idea, porque entendo que os conflitos partidários só devem ser resolvidos dentro dos partidos e, como o sei, nunca tendo feito parte dele, nem mesmo quando êle em nome das liberdades públicas praticava os maiores atropelos, nem mesmo quando o Sr. José Domingues dos Santos andava em luta com os seus correligionários, nem mesmo nessa altura, jamais me quis imiscuir nas lutas intestinas daquele partido.

De resto, eu também lamento que a maneira de trabalhar da Câmara dos Deputados não permita a qualquer Deputado, dos partidos ou não, o poder tratar no momento próprio das questões de alto interêsse nacional.

Apoiados.

Devo dizer a V. Exa., Sr. Presidente, que a minha disposição ao ocupar êste lugar, com a assiduidade que a Câmara tem de reconhecer e com a boa vontade que a Câmara tem de notar (Apoiados], era aguardar, com a serenidade dos discípulos que olham para os mestres, as soluções trazidas aqui pelo ilustre leader da Esquerda Democrática a respeito das questões nacionais e, muito especialmente, a respeito do problema eleitoral.

Mas até agora nada ouvi exposto por S. Exa. acerca de tais casos. E até devo recordar à Câmara, talvez já esquecida, de