Santarém
O núcleo de Santarém do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) acusou os responsáveis pela candidatura da cidade a património mundial de terem "falado muito e preparado pouco", vendo-se obrigados a suspender o processo para evitar um "chumbo".
Em conferência de imprensa anteontem realizada na Ribeira de Santarém, três dirigentes do PEV consideraram "estranha" a "retirada 'in extremis'" ("para evitar o chumbo") da candidatura de Santarém a património mundial, quando "o resultado era apresentado como praticamente adquirido, fosse pelo que fosse: 'lobbies', interesses ou encenações".
Para "Os Verdes", é ainda "mais estranho" que sejam agora "destacadas como fragilidades" justificativas da retirada questões como a envolvência paisagística, para as quais dizem há muito ter alertado e reivindicado soluções e que "nem sempre obtiveram do poder local e central o reconhecimento da sua importância".
Em causa estão, em particular, questões como o desvio da linha de caminho-de-ferro do Norte da zona ribeirinha, a intervenção nas barreiras de Santarém e a recuperação e reflorestação da carreira de tiro de Vale de Estacas, assuntos que têm sido alvo de intervenções e de propostas do PEV tanto na Assembleia da República como na Assembleia Municipal e que não têm contado com o apoio dos eleitos do PS, frisou o ecologista Francisco Madeira Lopes.
Por outro lado, acusam o executivo municipal (de maioria socialista) de não ter feito esforços suficientes para "reabilitar e revivificar o centro da cidade", o que passava nomeadamente por um "plano global e integrado" para a resolução dos problemas de trânsito "que envolvesse e conquistasse os munícipes" e que incluísse a criação de uma rede de transportes públicos alternativos.
Para Manuela Cunha, a candidatura enfermou de "debilidades óbvias", reconhecendo, contudo, que foi feito algum trabalho ao nível da intervenção em algum património monumental.
A dirigente do PEV destacou o simbolismo da escolha da Ribeira de Santarém para cenário da conferência de imprensa - no largo onde se encontra a estátua de Santa Iria, entre a linha de caminho-de-ferro e o Tejo, e frente ao edifício que foi casa da portagem e grande entreposto comercial, adquirido pela autarquia mas em visível estado de degradação - pelo abandono em que se encontra toda a zona ribeirinha, pela situação das barreiras e pelos efeitos da passagem do comboio.
"É querer mostrar o primeiro andar com o rés-do-chão em ruínas", disse, lamentando o "lavar de mãos" do presidente da Câmara, José Miguel Noras, que quinta-feira responsabilizou o Estado português pela necessidade de suspender o processo da candidatura.
Esta conferência de imprensa, intitulada "Candidatura vai, candidatura vem", teve por objectivo ser "uma chamada de atenção, agora", porque uma candidatura deste tipo envolve "muito dinheiro" e a população "não pode ser defraudada", disse.
Os dirigentes de "Os Verdes" sublinharam que Santarém "tem todas as potencialidades para aspirar a ser reconhecida como património mundial pela UNESCO, pelo seu valiosíssimo património histórico-monumental, indissociável de um património natural e paisagístico não menos valioso e complementado por um património histórico-cultural que, embora pouco valorizado, tem um significado importante".
O núcleo de Santarém do PEV apela a "todo um trabalho de informação, formação e de motivação" para que a candidatura seja "efectivamente assumida pela cidade como sua e não apenas como um projecto político pessoal".
Nesse sentido, afirmam esperar poder "contar com muitos aliados" na resolução dos problemas que "Os Verdes" têm apontado, pela valorização do património histórico, monumental e paisagístico de Santarém, que afirmam continuar a defender, "com ou sem candidatura".
Lusa
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