O Estado é, por conseguinte, proprietário de 16.506:760,4425 gramas-ouro, ou seja de mais de 16 toneladas.
Isto significa que, pela reserva monetária do sen banco emissor e pela reserva -da tesouraria do Estado, Portugal apoia a sua moeda, em mais de 300 toneladas de ouro ou disponibilidades-ouro.
Sr. Botelho Moniz: - V. Ex.ª está a aguçar os apetites do MUD ...
O Orador: - Ou, mais precisamente: a uma circulação fiduciária de 8 milhões de contos correspondem e milhões de cobertura-ouro.
No estrangeiro, ao menos, esta posição foi compreendida.
As cotações de venda, extremas e médias; das divisas a seguir indicadas foram, em 1940:
(P. 27 do Relatório da gerência de 1940).
E em 1940:
(Relatório do Banco de Portugal, gerência de 1945).
Quer dizer: neste espaço cie cinco anos o escudo valorizou-se, ainda que ligeiramente, em relação à libra, ao dólar e ao franco suíço.
Que facilidades de movimentos assegura esta portentosa situação de disponibilidades?
São fáceis de definir:
Em primeiro lugar, somos dos raros países do Mundo em condições de suprir as nossas deficiências internas recorrendo ao estrangeiro para comprarmos e pagarmos tudo de que necessitamos.
Apoiados.
Neste a tudo podemos com facilidade e segurança abranger a quase totalidade tios abastecimentos indispensáveis para a alimentação dos portugueses do continente; com a multiplicação dos meios de transporte, que a abundância das divisas ao dispor do Governo permite obter, as colónias acudir-nos-ão, com recíproca vantagem para os nacionais de aquém e de além-mar;
Depois, o que as colónias não puderem fornecer-nos, procurá-lo-emos no estrangeiro, de onde, excepção feita do azeite, a experiência comprova ser possível obter car ne, gorduras, batatas, lãs, etc.
E se reservarmos uma parte das nossas disponibilidades, aliás insignificantes em relação ao todo, para que funcione em fundo de compensação por conta do qual correrá a diferença entre os preço de custo dos géneros importados e a sua nivelação com o preço justo tabelado para os géneros de produção interna, os riscos do agravamento do custo da vida atenuar-se-ão.
Apoiados.
A par destas, medidas, impõe-se a remodelação severa, integral, de alto a baixo, dos serviços de racionamento.
Disse-o há momentos e gritá-lo-ei vezes sem conto, sempre que necessário: o que está sucedendo por esse País fora tem de acabar!
Vozes: - Muito bem!
Para os que não cumprem por comodismo, por exacerbação de prosápiais autoritárias, por especulação ou por traição ao serviço que lhes paga ... cadeia, sem do nem piedade.
Apoiados.
E em toda a parte e a todo o momento: guerra a papelada enredadora e irritante.
Apoiadas.
Cumulativamente, no aspecto interno do problema da moeda, o Governo decerto prosseguirá na política de novos subsídios ou elevações de vencimentos que substancialmente equilibrem os réditos dos trabalhadores do Estado com os encargos do seu dia-a-dia, consoante as oscilações apuradas no custo da vida.
Apoiados.
As disponibilidades de cambiais existentes, repito, facilitam ao Governo a aquisição - bem sabemos- que, por vezes, aleatória e difícil - da maior parte dos produtos de alimentação em deficit no consumo interno.
A circunstância, de se não haver seguido a lição sueca ou a suíça da criação de outros fundos de compensação, pêlos quais são suportados os encargos da equipar ação dos preços internacionais, mais elevados que os fixados internamente, não impede que o Governo recorra também a esse salutar recurso, consoante já afirmei.
Seja como for, há que facilitar a vida enquanto a abastança não chega.
Apoiados.
Nenhum dispêndio, sacrifícios alguns, serão excessivos!
Apoiados.
Salus populi, suprema lex!
E as queixas calar-se-ão.
Apoiados.
Duvido se os que me escutam já observaram que na sua grande maioria, os «prospectores» das inflações e das deflações contentam-se com proclamar, triunfantemente, que só a primeira continua em progresso.
Proclamam o facto e tanto lhes basta ... Soluções?
Para quê?