de um direito político, que a'Carta lhe confere, consignando o principio da incompatibilidade ? Dando-lhe a opção, poz de parte completamerite a idéa que poderia suscitar-se da exclusão. Caem por consequência por terra, dissipam-se rapidamente todos os argumentos que nascem, derivam, ou podern derivar desta forma de argumentação; uma confissão desta ordem não pode nunca admittir-se em dialéctica bem regulada.

Partindo pois de um principio que não existe no artigo, caíram todos os argumentos apresentados; portanto paralogistica e' a argumentação, e por outro lado e' paralogistica pelas consequências a que seriamos forçosamente levados, se acaso houvéssemos de tirar todas as consequências dos argumentos com que se pretendeu provar que as incompatibilidades não podiam ser de modo nenhum admittidas, porque esses argumentos levar-nos-iam indispensável mente a conclusões que nós não podemos admittir hoje, não só em presença do nosso direito publico constitucional, que é a Carta, mas na presença dos próprios princípios que professamos ; por um lado deveríamos admittir o suffragio universal, e lá iríamos dar necessariamente; já a este ponto alludiu e se referiu urn illustre Deputado nesta Camará, fallando nesta matéria mesmo; por outro lado poderíamos consagrar urna conclusão que para mim e horrível, que não posso de maneira nenhuma imaginar, nem suppôr, e que fora consequência a que iríamos forçosamente, e era ell:a a subserviência forçosa de todos os empregados públicos,

escripto obras illustres, dignas de ler-se e de meditar-se seguindo o pensamento de Montesquieu^ o mal da corrupção social ou da lepra que se insinua em todos os pontos da sociedade, em todos os ramos delia, e em todas as Nações, e não pôde evitar-se.

Sr. Presidente, ver-me-hei na necessidade de en-Curtar o meu discurso, e ir ás conclusões que quero tirar, mais cedo talvez do que desejo (Havia sussurro naSala)' porque vejo que a Camará não está muito disposta a ouvir os seus Deputados, ou a mim especialmente. Eu ouvi com attenção todos os illnstres Deputados que argumentaram por um e outro lado, mas vendo a distracção que existe na Camará por toda a parte, eu deveria arrepender-me por ter ousado levantar a minha voz neste Parlamento, onde por muitas vezes tenho sido attendido, e ouvido com benevolência ; não posso conciliar hoje esta benevolência ; tnas não faço nisto censura a ninguém, faço censura á minha humilde pessoa, e talvez á minha idade; faço censura a tnim mesmo por ter ousado pedir a palavra em matéria desta ordem, e muilo mais quando nào é esta a minha profissão; isto não é objecto para mim, é só para os Jurisconsultos, é a elles só que cabe a honra de fallar em matérias desta natureza ; mas e certo que nem por isso eu me julgo desligado de fazer algumas ponderações sobre o objecto ( Apoiados ) j não as puderei fazer cotn aquella proficiência com que outros o tenham já feito, e como ainda ha pouco muito digna e eloquentemente o fez o Sr. Ministro do Reino; S. Ex.a foi escutado com muita altençâo,*e realmente não admira que n'uma Camará onde S. Ex.a tem uma iin-mensa Maioria, ella não preste igual attenção áquel-les Oradores que mais ou menos teem opiniões contrarias; a Carnara dos Srs. Deputados, attento no tempo que já dura esta discussão, estará talvez já cançada, e por isso tem dado evidentes demonstrações de que pouco lhe merecerão as minhas observações sobre a matéria; eu não posso deixar de não notar a sensibilidade que me causa a maneira porque o facto se passa comigo, cada vez conheço mais a minha insignificância, já fui mais altendido do que o estou sendo actualmente; mas não admira, tudo neste Mundo muda; eu bem sei que não tenho clicto, nem talvez possa dizer, cousas novas sobre esta matéria, não farei mais do que estar a repetir o que já está diclo, e por isso não mereço hoje tanta ettençào como eu da minha parte dei a todos os Srs. Deputados que tem fallado, edaiei ainda áquellts Senhores que tiverem de tomar parte no debate, porque eu entendo, que é minha rigorosa obrigação prestar toda a attenção ás diversas opiniões que se expõem nesta Camará, venham ellas donde vierem (Apoiados).

Mas volto ao ponto em questão, Sr. Presidente, ainda que não tenha que dizer cousas novas ; com-tudo repetir as cousas boas, úteis, legitimas, legaeí, e inconcussas que se tem proferido, não deira de ter uma tal ou qual conveniência, por isso que a repetição dessas cousas vai pouco a pouco calando no coração humano até ao ponto delle se possuir bem delias, e agora não deixará de ser conveniente recitar