para fazer citações que estão no ânimo do todos.

Quem estudar a orgânica da Guarda Nacional Republicana, quer pelo seu corpo central, quer pelos seus ramos da província, verifica isto: que, de facto, a Guarda Nacional Republicana serviu talvez de pretexto para atenuar o mal estar do vida de uns certos oficiais que mereciam ou deviam merecer a confiança dos Poderes Públicos. Deficiências de promoção, soldos até certo ponto precários, encontravam na Guarda Nacional Republicana um processo de atenuar essas faltas. E assim a Guarda Nacional Republicana foi tomando um incremento grande, que chegou à situação relativa a 1921.

Antes do 19 de Outubro, ouvi a muitos homens públicos, e até no Parlamento, dizer que a Guarda Nacional Republicana era absolutamente necessário que fôsse mantida, e no emtanto, passado algum tempo, um Govêrno, suponho que do Sr. António Maria da Silva, por um simples decreto modificou a sua orgânica.

Nessa ocasião, toda a gente dizia: estamos em presença de um movimento fatal e imperioso da Guarda Nacional Republicana, e a final êsse movimento não se fez o conseguiu-se uma economia para o Estado.

Quem percorrer o País verificará que, excepção feita de um distrito que não é preciso citar por melindres de ordem patriótica, mas que os militares e os políticos altamente cotados compreendem qual seja êsse distrito, onde há necessidade de manter um certo número de tropas e porventura com missão diferente daquela que lhes está consignada por lei, em todos os outros pontos do País a guarda nacional republicana é a mais.

No norte e no centro do País seria interessante fazer uma consulta a todos os parlamentares, para que êles dissessem das vantagens que têm resultado do estabelecimento da Guarda Nacional Republicana nesses pontos, para o regime e para a ordem social.

Temos que encarar êste problema sob o ponto de vista dos encargos que advêm para o Estado.

Podemos nós, Parlamento, aceitar pura e simplesmente aquilo que as contabilidades organizam em matéria de orçamentos e que os governes se limitam a trazer ao Congresso na sua missão do correios, sem trazerem nenhum ponto do vista que só se aduza em deminuição do despesa?

É legítimo que nós, Parlamento, deixemos passar o ensejo para fazer uma economia que se impõe? Se do facto nós vivemos dentro de um ambiento de cobardia do tal ordem que os homens, para se manterem dentro de um falso e pequenino patriotismo, precisam de pactuar com tudo isto, ou, pelo menos, talvez porque não tenho prestígio grande ou pequeno a defender ou manter, estou disposto a fazer a condenação do que deva ser condenado.

Só de facto vivemos dentro de um ambiente do cobardia de tal ordem, que os homens para se manterem numa situação do falso prestígio, precisam de pactuar com tudo isto, eu, pelo menos, talvez por que não tenho prestígio grande ou pessoas a defender ou manter, estou disposto a fazer a condenação daquilo que devo ser condenado.

Assim, Sr. Presidente, prosseguindo, direi que o distrito de Coimbra figura nos encargos relativos a Guarda Republicana, como possuindo seis companhias mixtas; o de Braga, cinco; o do Santarém, cinco companhias não mixtas, e o de Faro, três.

Excluo os outros.

Êstes que citei, podem admiravelmente servir para nós, de facto, fazermos uma economia.

Apoiados.

O que seria lógico era que se a discussão do Orçamento fôsse outra cousa do que não é, mandar para a Mesa uma moção consignando, em matéria de Guarda Republicana, uma doutrina fàcilmente perceptível e que porventura, votada pela Câmara, fôsse um indicador para o Govêrno seguir em matéria do reorganização.

Mas nem ao menos podemos fazer isso.

No entretanto, Sr. Presidente, nas reduções originadas pelo proposto que perfilho, atinge-se um mínimo que não é para desprezar de 8:000 e tal contos.

Neste momento, Sr. Presidente, em que estamos a braços com um déficit calculado em 83:000 contos, mas que eu não estranho, se porventura não adoptarmos providências no sentido de o reduzir, que nas contas do gerência vá para o dôbro, entendo que uma economia destas não é para desprezar;