O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP):- Exactamente! O PS é que não!
Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!
O Orador: - No entanto, Sr. Ministro, permita-me que lhe diga - e desculpe que o faça desta maneira -, no dia 18 de Julho, teve uma postura bem mais aceitável do que hoje, porque aquilo que resulta para muitos de nós e para a opinião pública é que o Sr. Ministro, ao contrário daquilo que lhe conhecíamos, está a «esconder a cabeça debaixo de areia» como a avestruz.
O Sr. Ministro, em 18 de Julho, não ignorou os problemas mas hoje, sistematicamente, no seu discurso diz que não há estudantes prejudicados.
O Sr. Ministro da Educação: - Pois não!
O Orador: - É um discurso em que que tenta minorar os inconvenientes que resultaram para os alunos daquilo que sucedeu na 1.ª fase. Mas, Sr. Ministro- desculpará, mas é a minha opinião; cada um de nós terá a sua e creio que nem o senhor me irá convencer da justiça da sua nem eu da minha - seria bem mais razoável que V. Ex.ª, perante a Assembleia da República, tivesse uma posição de humildade democrática e dissesse (e isso foi evidente para a opinião pública e para a unanimidade da Assembleia da República) que a 1.ª fase dos exames tinha corrido mal na concepção, na execução, na avaliação, mas que iam encontrar a melhor forma, em diálogo, ....
O Sr. Silvio Rui Cervan (CDS-PP): - É fundamental!
Sr. Deputado Sérgio Sousa Pinto, que teve a coroa de glória de agora ser citado pelo Sr. Ministro da Educação - julgo, aliás, que é o primeiro secretário-geral da Juventude Socialista que tem essa medalha no seu curriculum -; verificou que foi um discurso identificado
com o do Ministro da Educação. O Sr. Deputado Sérgio Sousa Pinto. fez um discurso bem feito, sob o ponto de vista formal - justiça lhe seja feita -, que é uma recriminação à bancada socialista, pois acaba por criticar, com argumentos veementes, tudo quanto o PS fez em 18 de Julho.
Senão repare: o Sr. Deputado Sérgio Sousa Pinto diz «Mas o que é isto? Seria uma desigualdade que estes estudantes, que trabalharam e estudaram mais dois ou três meses, pudessem entrar no ensino superior como os outros». E eu pergunto, Sr. Deputado, o que é que o PS quis dizer quando, connosco, por unanimidade, votou a recomendação de transformar a época de Setembro em época de melhoria de nota.
O Sr. António Braga (PS): - Mas sempre assim foi!
O Orador: - O que é que o PS queria dizer quando votou o ponto 5 da recomendação, que propunha a adequação dos calendários do regime de ingresso no ensino superior, exactamente para não haver discriminações?
Vozes do PSD: - Muito bem!
O Orador: - O Sr. Deputado Sérgio Sousa Pinto criticou violentamente a bancada do PS. Longe de mim critica-lo, pois, enquanto fui presidente da JSD - coisa de que muito me orgulho no meu curriculum político -, critiquei várias vezes o meu próprio partido.
O Sr. José Junqueiro (PS): - Já lá vão muitos anos!
O Orador: - Sim, já lá vão muitos anos. E que saudades, Sr. Deputado!
Só que, Sr. Deputado Sérgio Sousa Pinto, quando o fizemos, assumimo-lo, não disfarçámos. Quando estávamos em discordância, porque a JSD tinha uma posição diferente da do PSD, assumíamo-la. Agora, não foi isso que o Sr. Deputado fez! Dá-me ideia de que vestiu mais a farda de vice-presidente da bancada do que a de secretário-geral da JS, o que deu algum ar equívoco à sua intervenção. E talvez se justifique o facto de o Sr. Ministro da Educação, num gesto muito simpático - reconheça-se -, ter citado, abundantes vezes, a intervenção do Sr. Deputado Sérgio Sousa Pinto.
O Sr. José Junqueiro (PS): - Chama-se a isso «dor de cotovelo»!
O Orador: - Srs. Deputados, o que é que está aqui em causa? Está em causa um conjunto de afirmações do Sr. Ministro da Educação e um conjunto de afirmações da bancada socialista que não podem deixar de merecer resposta.
Em primeiro lugar, os Srs. Deputados repararam na forma como o Sr. Ministro da Educação se referiu à lei da autonomia universitária, dizendo «Srs. Deputados, é uma lei importantíssima, porque foi votada por unanimidade»...
O Sr. Ministro da Educação: -- Com certeza! É uma lei!
O Orador: - Com certeza, Sr. Ministro, mas dá a ideia de que, para si, há unanimidades boas e unanimidades más. A unanimidade de 18 de Julho, na Comissão Permanente,