Secretário de Estado visitou investimento de um milhão que proporcionou 260 postos de trabalho

Xavier Rosário

O secretário de Estado da Energia, José Penedos, visitou ontem a fábrica alemã de interruptores e disjuntores "Schupa", em Penafiel, numa altura em que os investidores dão por concluída

a primeira fase do projecto. A unidade fabril arrancou há dois anos, mas só agora - dizem - entrou em velocidade de cruzeiro. Quanto às fases seguintes, os gestores alemães ainda nada podem dizer.

O secretário de Estado de Energia, José Penedos, esteve em Penafiel para se inteirar do esforço financeiro dos alemães e da capacidade de produção da fábrica de artigos eléctricos "Schupa", instalada na zona industrial, junto do nó da auto-estrada Porto/Amarante.

Os visitantes percorreram demoradamente as instalações da empresa e verificaram a tecnologia de ponta utilizada pelos investidores. A unidade fabril veio oferecer trabalho a 260 pessoas, quase na totalidade mulheres, que laboram em apenas um turno, à excepção da unidade de peças plásticas cuja produção se estende por dois períodos de laboração.

Na oportunidade, Dietrich Kock, um dos dois sócios-gerentes da empresa, agradeceu a visita do membro do Governo e de outras entidades que o acompanhavam, designadamente o presidente da Câmara Municipal, Agostinho Gonçalves, e o governador civil do Porto, Carlos Barral.

Dietrich Kock disse ao JN que a "Schupa" está sediada na Alemanha, onde possui quatro unidades de produção, mas que também se encontra instalada em França, para além de Portugal, países onde tem apenas uma fábrica.

Aquele gestor frisou que a empresa - de capitais totalmente detidos por quatro famílias alemãs desde 1938 - começou a laborar em Penafiel há cerca de dois anos, altura em que apostou forte na formação dos técnicos, o que levou a enviar engenheiros e encarregados de produção para estágio na Alemanha.

O responsável alemão destacou que a "Schupa", empresa que fabrica "uma gama de 3000 artigos, ou seja, tudo relacionado com os quadros eléctricos para casas ou fábricas", gastou em Portugal cerca de um milhão de contos.

Quanto à produção, salientou que a União Europeia (principalmente a Alemanha, Itália, a França e a Holanda) ocupa o lugar cimeiro da lista dos países de destino das exportações, seguida da Malásia, Singapura e Austrália.

Instado a comentar eventuais apoios por parte do Estado português, Dietrich Kock destacou que, depois de se ter instalado em Penafiel, recebeu 250 mil contos, através do "programa de incentivos SIBR, que sensibiliza os investidores para zonas do interior".

"Se não fosse esse apoio, teríamos investido na mesma", garantiu o técnico, explicando que optou por Penafiel face a sua aproximação à auto-estrada, aeroporto e terminal TIR, estrutura que os camiões da empresa chegaram a utilizar antes da abolição das barreiras alfandegárias.

"Oliveira de Frades - devido as sua situação geográfica tendo em conta o IP5 - foi outra das zonas estudadas para a instalação do projecto", referiu.

Depois de sublinhar que a "Schupa" emprega, na globalidade dos países em que está implantada, um total de 1200 trabalhadores, Dietrich Kock enalteceu o papel "extremamente importante" da Câmara Municipal de Penafiel, que, em sua opinião, "foi muito rápida em instalar, junto ao nó da auto-estrada, uma zona industrial que era para ficar situada na estrada para Paredes, onde agora vai ser construído o Hospital do Vale do Sousa".

Embora deixasse claro que se festejava ontem a conclusão formal da instalação da "primeira fase do empreendimento", o sócio-gerente da "Schupa" escusou-se a fazer quaisquer considerações sobre futuros investimentos nos terrenos contíguos que a empresa possui, tipo de produção, calendarização e número de eventuais postos de trabalho que possam ser criados na região.