lidade, a legitimidade que lhe outorgou o povo português e, por que não dizê-lo, a fiabilidade que resultou da acção do anterior governo.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Costa Andrade

Aplausos do PSD.

Agora, em relação à oposição, o bonito já não é o pequeno é o «quanto maior, melhor». Implícito neste discurso, o ideal seria que o PS assumisse o gigantismo da oposição.

Ao mesmo tempo vai também dizendo que no arquétipo dos poderes políticos há outra estrela que brilha com particular fulgor: o Presidente da República, que é aquele para quem nós olhamos. Penso que essa figura não devia ser aqui trazida, mas cá vem ele, uma vez mais.

Mas o Presidente da República, Sr. Deputado, também foi eleito por maioria, e por uma maioria absolutamente incindível, porque se trata de um orgão unipessoal. Só que, em relação a ele, o PS ainda se julga estar mais próximo da fogueira, com alguma legitimidade acrescida.

O mal não está nas maiores, está no facto de elas não estarem do nosso lado: porque aquelas que estão próximas de nós, essas são excelestes.

Risos e aplausos do PSD.

Mas, digamos, o importante não é isto, Sr. Deputado. O importante (e o preocupante) é a atitude do PS, pela voz do Sr. Deputado, perante o fenómeno de existir ou não uma maioria de Governo em Portugal.

O Partido socialista, pela voz do Sr. Deputado Almeida Santos, disse que Portugal deixou de ser a pátria do contraditório. Não é verdade, Sr. Deputado.

Deixou de ser a de um certo contraditório, que era o contraditório do sistema político fechado, onde as forças políticas se contradiziam, se anulavam reciprocamente e apareciam nos próximos actos eleitorais sem a incerteza e sem a plena responsabilidade, porque, entretanto, desculpavam-se com o teatro do absurdo que ia correndo no micro-sistema político.

O verdadeiro contraditório, Sr. deputado, começou agora. É com uma maioria que vai Ter quatro anos para governar, com uma oposição que se vai candidatar em alternativa, que agora começa o verdadeiro contraditório. Só que é um contraditório perante o povo português, não é um contraditório de subterfúgios, de anulações recíprocas dentro do sistema e da comunidade política. O verdadeiro contraditório começa agora, mas a questão verdadeiramente preocupante é a de que não há um candidato alternativo, porque o PS disse que o bom não é haver uma maioria, o bom será - para usar uma imagem de uma cidade que, tal como a mim, lhe é cara - um país de partidos, do «Portugal dos Pequeninos».

Para terminar, dado que me revejo em todas as intervenções feitas pelos meus colegas de bancada, a questão que ponho é esta: O partido Socialista renuncia à sua vocação, ao seu desafio de também, um dia, se constituir como alternativa? Com que é que Portugal pode contar?

Se um dia, por hipótese, o Partido Social-Democrata não obtiver a maioria, que Governo teremos? Será, de novo, um governo do «Portugal dos Pequeninos»? Será, de novo um governo de pequenos partidos, do «Portugal dos Pequeninos, com o contraditório entre eles e sem o verdadeiro contra ditório face ao povo português?

Com que é que o povo português pode contar da parte do partido Socialista? Aspira ele a ser ou não, um dia, maioria' e se aspira a ser maioria, porque é que não festeja, independentemente do seu conteúdo, este facto verdadeiramente inovador, esta nova realidade que está aí, este salto qualitativo de termos passado para o regime das maiorias, como a Espanha, de Felipe Gonzalez, a Grécia e tantos outros países da Europa ocidental governados neste momento (e bem) por maiorias?

Esta é, Sr. Deputado, a minha pergunta: o PS candidata-se ou não? Que é que este povo pode esperar do Partido Socialista?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Lima.

Democrática, mas também houve no tempo do bloco central, do qual V. Ex.ª foi um ilustre ministro e que teve a seu cargo as relações com o Parlamento.