quero dizer-lhe que estou satisfeito. Não me desiludiu, pois tem estado a fazer...
Vozes do PS: - Muito bem!
Protestos do PSD.
O Orador: - Sr. Deputado, para nós, a política de emprego não é feita casuisticamente ou pontualmente, é integrada. Em Dezembro de 1995 o líder do meu partido, hoje Primeiro-Ministro deste país, no Conselho Europeu de Madrid, quando os senhores estavam a dormir, quer no PSD, quer no PP, quer no PCP, preocupou-se com a questão do emprego.
Aplausos do PS.
Sr. Deputado, é meritório que o último Conselho de Amsterdão tenha tido uma posição concreta sobre a resolução deste problema que não é fácil. Por isso apelo, como tenho feito várias vezes, a que as juventudes partidárias dêem as mãos para resolver este problema, que não é fácil e acerca do qual não basta recriminar, não basta apresentar medidas avulsas sem qualquer conteúdo e não ter uma posição concreta, concertada e eficaz.
Vozes do PS: - Muito bem!
O Orador: - Sr. Deputado Jorge Moreira da Silva, frustrou-me, porque em relação a emprego disse zero, disse nada!
Aplausos do PS.
Só apontou medidas avulsas como quando estavam no poder - agora já não estão -, em que tomavam medidas pontuais que não resolviam, que atrapalhavam, confundiam e que, imagine, aumentavam o desemprego de jovens licenciados ou não.
Mas digo-lhe mais: não vai ouvir mais da minha boca o argumentário político de mais ou menos desemprego. Não estamos satisfeitos, mas estamos a trabalhar objectivamente para a resolução do mesmo.
Quanto aos assuntos que diz que o líder da minha juventude partidária pôs na ordem do dia, Sr. Deputado, quero dizer-lhe que isso não nos cria quaisquer complicações porque não temos secretários-gerais a demitirem-se, não temos vice-presidentes a demitirem-se. Mais: nós não temos uma equipa de futebol, como os senhores, que queria ser de 11 elementos mas não tem dois vice-presidentes, não tem um secretário-geral! Cuidado porque a breve trecho não terão um líder do partido. Sr. Deputado, preocupe-se com o seu partido...
O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Preocupamo-nos com o trabalho dos jovens.
O Orador: - ... porque nós, juntamente com o Governo, estamos cá para resolver, para tentar atenuar um problema que atinge seguramente muitos dos jovens portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Nuno Abecasis inscreveu-se para defender a honra da bancada. Srs. Deputados, não me levem a mal se vos fizer o reparo de que hoje estão hipersensíveis.
Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Abecasis.
O Sr. Nuno Abecasis (CDS-PP): - Sr. Presidente, não estou hipersensível, nem sou hipersensível, mas não posso ouvir em silêncio dizer que o Deputado que representa a Juventude Centrista-Gerações Populares, que não ferir a dimensão do Grupo Parlamentar do PS, não está presente quando o Deputado Nuno Correia da Silva, que é o único Deputado eleito pela Juventude Centrista-Gerações Populares neste Parlamento, está cá, está activamente presente na altura em que se discute o problema do trabalho e do emprego dos jovens. Lamento que seja dito isto e que não sejam respondidas questões pertinentes que ele apresentou.
Vozes do CDS-PP: - Muito bem!
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Nuno Abecasis, tenho a honra da sua bancada por tão sólida que insisto em que há hipersensibilidade hoje.
A palavra, para dar explicações, ao Sr. Deputado Gonçalo Almeida Velho.
O Sr. Nuno Correia da Silva (CDS-PP): - E na sua?
O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Deu um tiro no pé! O seu líder também não está!
O Orador: - ... a discutir questões sérias, como são as que hoje discutimos. Em todo o caso, não vou passar qualquer atestado de menoridade, porque não cometeria essa indelicadeza, mas o debate é sério.
O Sr. Carlos Coelho (PSD): - O seu líder também não está!
O Orador: - Sr. Deputado Nuno Abecasis, não esperava, de modo algum, ouvir as opiniões extremistas que o PP imprime à construção europeu, porque o Conselho de Amsterdão soube criar e ter a sensibilidade para o problema do desemprego, mas, como estamos preocupados, o que eu gostava era de saber se a líder da sua bancada está preocupada ou não. Aliás, creio que o líder do seu partido estará, seguramente, tão preocupado como nós.
Vozes do PS: - Muito bem!