6 Diário da Câmara dos Deputados
solva êste assunto, de forma a que os interêsses do público não sejam afectados dêste modo.
Eu sei que agora se não devem agravar as taxas postais; mas acho que o funcionalismo dos correios e telégrafos, com a retribuição que actualmente recebe, devia fazer o serviço na devida ordem.
Porém, eu tenho constatado que êsses serviços se tornaram mais deficientes depois da publicação do célebre decreto que aumentou os vencimentos dos seus funcionários e que tanta celeuma levantou entre o restante funcionalismo do Estado.
Tenho dito.
O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Gaspar de Lemos): - Ouvi, com a devida atenção, as reclamações formuladas pelo Srs. Oliveira Simões e vou transmiti-las à Administração Geral dos Correios, para que ela providencie de maneira a que a correspondência seja mais bem distribuída.
Aproveito estar com a palavra para enviar para a Mesa duas propostas de lei.
Devo dizer a V. Exas. que a lei cuja revogação eu peço numa destas propostas é de minha iniciativa.
Em 1916 iniciei os meus trabalhos no Parlamento por esta proposta de lei criando uma junta autónoma para o rio Mondego; mas, infelizmente, ela não tem dado os resultados que eu esperava, porque houve sempre dificuldade em reunir os seus vogais.
O pensamento a que tinha obedecido a criação dessa junta era bastante lato e tinha um sentido geral, porque desejava abranger todos os nossos rios.
A Junta do Rio Lis tinha actuado com grande vantagem, e isso me levou a pensar que a do Rio Mondego faria o mesmo.
Dividi êste rio em duas zonas: o alto e o baixo Mondego; e, se os trabalhos fossem feitos com a devida intensidade, teriam dado resultado; mas êles não o foram, e, ainda assim, aqueles que se fizeram devem-se ao Sr. engenheiro Lucena.
Assim, eu proponho que a junta seja extinta, mas que as funções e as principais receitas que lhe eram atribuídas fiquem ainda na bacia do Mondego, para serem aplicadas pela divisão hidráulica respectiva.
Tenho dito.
O Sr. Alberto Vidal: - Quando eu ontem pedi enérgicas providências ao Sr. Ministro do Interior para que se investigasse o que havia sôbre o atentado de Oiã, afirmei que não conhecia o referido pároco, que, porventura, pertencerá ao número daqueles que fizeram propaganda contra a minha candidatura, dizendo que eu era contraia igreja.
Mas isso não significa que eu aqui não. possa pedir providências contra êsse atentado.
Se se verificar realmente o que há pouco aqui foi afirmado, êsse pároco deve ser castigado e bem castigado.
Vejo que as minhas palavras foram mal interpretadas, porque o que eu disse foi o que consta desta carta:
Leu.
O que eu pretendo, repito, é que se proceda a investigação rápida sobra êsse atentado, a fim de serem rigorosamente castigados os verdadeiros criminosos.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Aboim Inglês: - Congratulo-ma com a presença do Sr. Ministro do Comércio, pois há mais de um mês que não tinha a dita de o ver nesta Câmara. Vejo que em boa hora foi presente a proposta sôbre a pesca do bacalhau, que teve o condão de trazer S. Exa. aqui.
Realmente a referida proposta contém doutrina que eu de há muito defendo, que é a do crédito industrial; e folgo imenso de ter por companheiro o Sr. Ministro do Comércio.
Dito isto, eu tenho de apresentar o meu protesto e o dos meus colegas eleitos pelo distrito de Beja contra o estado em que se encontram as estradas do meu distrito.
Vozes: - E no meu!?
O Orador: - V. Exas. sabem de si. E há muito quem proteste sem ter razão.
Já que V. Exa. se deu ao gosto de olhar pelas estradas do norte do país, lance a sua vista pelas do sul, que estão absolutamente intransitáveis.
Desejava falar na presença do Sr. Ministro das Finanças; mas, como não vejo presente S. Exa., peço ao Sr. Ministro do