Os primeiros números que vou citar são os que se extraem do quadro 1.° publicado no relatório.
São êstes:
Leu.
Êstes números são os da Companhia.
A primeira cousa, portanto, para nós, que não somos técnicos, nem o queremos ser, nos podermos pronunciar acerca da verdade com que a Companhia tem organizado os seus números, era saber isto que era essencial, e é impossível de admitir que se faça esta cousa estranha, de êsse número não figurar no parecer: um quilograma de tabaco em rama, em média, quanto dá de tabaco fabricado?
O monopólio da actual Companhia produz caro e mau. E seria conveniente explicar a razão da diferença que existe nos mapas do relatório entre tabaco em rama, tabaco fabricado e tabaco vendido, em mais de 2 milhões do primeiro para o segundo e de 5 milhões do segundo para o terceiro, como conveniente séria que a comissão explicasse a diferença do mapa de página 20, combinado com os preços de página 24 e o mapa de página 15, distanciados em, aproximadamente, 21:000 contos.
Também desejava que a comissão me dêsse a explicação do motivo por que, tendo baixado a importação do tabaco manufacturado estrangeiro em 1925, na quantidade de 500:000 quilogramas, essa diferença não só se não fez sentir favorecendo a elevação de venda pela Companhia, e beneficiando as percentagens das suas vendas, mas antes, sem que nestas tivessem influência, se verifica a descida de venda em também 500:000 quilogramas. Isto é: pelas contas da Companhia e da Alfândega, deve ter-se fumado em Portugal, em 1925 menos 1 milhão de quilogramas de de tabaco.
Certamente a comissão explicará bem as incoerências que êstes números traduzem.
Do que não resta dúvida, Sr. Presidente, é que há uma diferença entre as estatísticas alfandegárias e as estatísticas da Companhia, e isto pela razão de que as estatísticas alfandegárias são feitas por anos económicos e as da Companhia por anos civis.
Variam os números da Alfândega. A importação desde 1919 inclusive, até 1924 inclusive, soma 21.768:794 quilogramas, números estabelecidos nas estatísticas alfandegárias e que garanto estarem certos. Ora, como o ano de 1919 está compreendido em parte no ano social de 1919-1920 e em parte no ano social de 1918-1919, vamos às estatísticas da Companhia e somemos o valor das importações de 1920 até o ano de 1924-1925. Por outro lado, examinando-se os números relativos à importação .de 1918-1919 até 1923-1924, reconhecemos que, evidentemente, a Companhia regista nas alfândegas importações superiores às que regista nos seus balanços. Mas há mais, e isto não é para entrar no detalhe técnico do problema, mas para dizer que não compreendo absolutamente nada na selva dos números que me foram fornecidos.
A páginas 15 é mencionado neste documento o tabaco vendido pela Companhia.
A páginas 17 vem o importado em monopólio pela Companhia. Examinando os números relativos ao ano de 1923-1924, no que respeita a tabaco vendido, não fabricado, e ao tabaco importado em monopólio pela Companhia, chegamos a estas conclusões:
Leu.
Mas no ano de 1924, como V. Exas. sabem, aumentaram-se os direitos do tabaco estrangeiro. Era natural que se aumentasse a quantidade de tabaco nacional vendido e que deminuísse a do tabaco estrangeiro importado. Deminuíu quanto?...
Nesta altura, o orador lê e compara em face do relatório, sucessivos números para concluir que êles não exprimem a verdade.
O Orador: - Alguém acredita nisto?...
O Sr. Presidente: - V. Exa. dá-me licença?... E a hora de interromper a sessão...
O Orador: - Se V. Exa. me dêsse licença, eu acabaria o raciocínio que estou fazendo, o que levará, quando muito, uns