Lehman mantém liderança no Open dos Estados Unidos em golfe Tiger Woods já só pode sonhar Tiger Woods voltou a descer na classificação, mas ainda sonha. Tom Lehman manteve a liderança, Ernie Els o segundo lugar e Colin Montgomerie subiu da nona para a sexta posição. Espera-se um confronto entre gigantes na última volta da segunda prova do Grand Slam desta temporada.

A uma volta do fim do Open dos EUA em golfe, Tiger Woods diz que tudo é ainda possível, mas as suas hipóteses de triunfar no Congressional Country Club não dependem agora só de si. A nova estrela do desporto mundial tem de fazer um brilhante resultado e, ao mesmo tempo, esperar que os líderes se descaiam. Coisa pouco provável, já que Tom Lehman lidera, Ernie Els e Jeff Maggert partilham o segundo lugar e Colin Montgomerie é o quarto. Todos eles muito experientes...

Tiger está a nove pancadas do primeiro. A maior recuperação de sempre no Open dos EUA é de Arnold Palmer, que anulou uma desvantagem de sete pancadas em relação ao líder na última volta da edição de 1960. Apesar disto, e com aquela confiança inabalável que o caracteriza, Tiger insiste: "Tudo depende das actuações dos líderes e, claro, de mim: se eu jogar bem, nunca se sabe..."

Foi uma volta atribulada, a da terceira jornada do Open dos EUA em golfe: uma violenta trovoada obrigou à interrupção da prova, desta vez durante duas horas. Tiger Woods só pôde completar a sua prestação na manhã seguinte. E fê-lo com um resultado de 73 pancadas, que o remeteu da nona para a 21ª posição. É preciso reconhecer, no entanto, que ele tem sido um dos mais afectados com a inconstância das condições climatéricas vigente ao longo do evento.

Senão vejamos: na segunda volta, quando a prova foi reatada, Tiger prosseguiu com "bogeys" no 16 e no 17; na terceira volta, após aquelas duas longas horas de espera, fez quatro "bogeys" nos últimos cinco buracos que completou, antes de a falta de luz adiar a conclusão da jornada para o dia seguinte. "Nesta prova, nunca consegui manter a fluidez do meu "swing" ao longo de 18 buracos. Quando isso acontece num percurso tão severo como este, acaba por se pagar um preço alto...", disse.

O sul-africano Ernie Els foi quem melhor aproveitou o facto de completar os 18 buracos no domingo de manhã: fez três "birdies" consecutivos (nos buracos 15, 16 e 17) para terminar com 69 pancadas, o que lhe permitiu manter o segundo lugar, agora de parceria com o norte-americano Jeff Maggert, que chegou a liderar o torneio enquanto os da frente não concluíram as suas prestações. Lehman, por seu lado, com um "birdie" no 18, aumentou a vantagem sobre estes dois adversários para duas pancadas.

Tudo aponta, assim, para um final altamente emocionante: Els, de 27 anos, foi o vencedor da edição de 1994; Montgomerie conta três "top-10" nas últimas cinco edições; Lehman foi terceiro classificado há três anos e segundo no ano passado; quanto a Jeff Maggert, não possui o palmarés dos anteriores, mas é um daqueles jogadores cuja vitória não espantaria, pela sua experiência e regularidade no altamente competitivo PGA Tour (circuito norte-americano). Estes quatro jogadores são os únicos cujo agregado total se encontra abaixo do Par do campo.

"Talvez à terceira seja de vez...", disse Lehman em relação às suas aspirações, acrescentando: "Reconheço que a pressão também pode ser maior, mas basta ser forte mentalmente para aproveitar a situação a meu favor." Se vencer, Lehman torna-se o primeiro jogador, desde Tom Watson, em 1982, a acrescentar o título do Open dos EUA ao do Open Britânico, que conquistou no ano passado.

Mas, ainda mais do que sobre Lehman, a verdadeira pressão está a sofrê-la Montgomerie, autor da melhor volta da terceira jornada - 67 pancadas. É que, no caso de vencer, tornar-se-á no primeiro golfista europeu a vencer o Open dos EUA desde Tony Jacklin, em 1970, quebrando um jejum que já começa a ser psicológico. O espanhol José Maria Olazabal, recentemente regressado à competição, é o segundo melhor europeu, partilhando o 21º lugar com Tiger Woods. com Reuter