política de esquerda e por um Portugal de progresso económico e social.

Aplausos do PCP.

Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Para terminar, o Sr. Ministro da Presidência chamou a atenção, com grande ênfase, para a linha 14 da página 17 do seu discurso e pediu uma resposta. Pois aqui a tem: o Sr. Ministro, nessa página e linha, oferece ao PCP uma posição contratual, sob condição do que chama "modernização".

Não haja ilusões: o que o Sr. Ministro pede é que o PCP faça a mesma "modernização" que fez o PS, isto é, meta o socialismo na gaveta, deixe de ter por referência os valores da esquerda e aceite partilhar uma política de direita.

Aplausos do PCP.

O dilema entre governar à esquerda ou "abrir as portas ao regresso da direita" foi o que enfrentou o PS em Outubro de 1995, quando formou este Governo. O PS optou por "abrir as portas ao regresso da direita", ao prosseguir e prolongar a política desta.

O PCP não o fará, em circunstâncias algumas. Situamo-nos à esquerda, cooperaremos sempre com quem siga o mesmo caminho, combateremos sempre quem capitule perante a direita.

Aqui tem a resposta, Sr. Ministro!

Aplausos do PCP, de pé, e de Os Verdes.

O Sr. Presidente: - Para encerrar o debate, em representação do Governo, tem a palavra o Sr. Ministro Adjunto.

O Sr. Ministro Adjunto: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A interpelação que agora chegou ao fim corresponde a um calendário que os partidos da oposição têm vindo a cumprir religiosamente. Trata-se de uma espécie de "saldos de fim de estação política".

Confrontados com os desagradáveis desmentidos da realidade, os temas das várias interpelações e os seus objectivos assemelham-se de tal forma que até se contundem os argumentos do interpelante - primeiro, foi o PP; depois, o PSD e Os Verdes e, agora, o PCP.

A presente interpelação também não fugiu à regra e, tal como nas outras, evidencia a artificialidade de muitas das questões aqui hoje colocadas.

O paradoxo é tão grande que, num ano, assistimos a um partido, o PSD, passar da teoria do oásis para a teoria do deserto, apresentando permanentemente uma visão catastrofista do País.

Sr. Presidente, Sr.^as e Srs. Deputados: Portugal e os portugueses continuam a defrontar-se com problemas e dificuldades.

Vozes do CDS-PP: - Isso é verdade!

O Orador: - Não o negamos, como outros fizeram, nos 10 anos de Governo do PSD. Portugal encontrou-se, sim, hoje com os seus problemas. Este Governo, apesar de ter um apoio minoritário no Parlamento, tem feito tudo o que é possível para encontrar um futuro melhor para os portugueses.

Sistematicamente, apresentámos propostas, apresentámos soluções, mas também, frequentemente, as oposições limitaram-se a dizer mal, a criticar destrutivamente, nunca apresentando soluções construtivas para nenhuma questão essencial.

Aplausos do PS.

O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP): - Isso é falso!

O Sr. José Calçada (PCP): - Malandros!

Risos do PCP.

O Orador: - Porque os problemas centrais das oposições, muitas vezes, não são os problemas reais do País; são, sim, o facto de o Governo e os portugueses estarem, em conjunto, a resolver muitos desses problemas.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Senão, vejamos alguns dos argumentos utilizados ao longo desta sessão legislativa. Em primeiro lugar, o desemprego.

Durante meses, andaram a dizer que o desemprego iria disparar, porque o Governo não unha tomado qualquer medida para combatê-lo.

A verdade é que essa foi a situação que encontrámos quando chegámos ao Governo: o desemprego a subir preocupantemente.

Mas hoje, como é do conhecimento de todos, atingimos a taxa de desemprego mais baixa dos últimos quatro anos.

Não estamos satisfeitos, porque, enquanto houver um só desempregado, há um problema social para resolver.

Aplausos do PS.

Vozes do PSD: - E os ficheiros?!

O Orador: - O País sabe, no entanto, o esforço que está a ser feito.

Aqui se vê, mais uma vez, que, perante as dificuldades, a oposição inventa factos políticos; o Governo e o País, como se vê, constróem as soluções.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Em segundo lugar, a degradação da situação social. Também nesta matéria, as oposições preconizaram uma visão catastrofista do País, que, mais uma vez, ficou demonstrado não corresponder à realidade.

Ao contrário das anunciadas e, em alguns casos estimuladas, manifestações nas ruas, greves, e de um ambi-