mulas, não há maneira de cada um poder defender os seus pontos de vista e cada um poder ser maleável dentro dêles?
Então é o Partido Democrático esta alcatea de lobos esfomeados, que está como os tubarões à espera que lhe doem alguma cousa para saciar a fome, é esta alcatea de lobos, intransigente?
E porque o não foi, e porque não o quis ser, é que apresentou a fórmula da co-régie.
Eu não conheço, ao passar em revista, o que foi e o que serão as reuniões do Grupo Parlamentar Democrático. Mas o ilustre leader da União Liberal Republicana, já aqui o disse.
Simplesmente se enganou; é que a questão nunca foi fechada, o cada Deputado democrático que aqui está, assistindo à discussão, ouve os oradores da maioria, ouve os das oposições, pode à vontade fazer o contraste entre as afirmações de uns e outros, quando a discussão estiver em circunstâncias que afoitamente se possa dizer qual é o melhor regime; quando a consciência de cada um estiver completamente tranquila para emitir o seu voto com absoluta serenidade, então sim.
Quando entramos para um partido ou qualquer outra organização, cada um perde algum pouco da sua liberdade; todavia não apunhala nunca os seus sentimentos mais nobres, nem faz tábua raza daquilo que pensa.
Para que serviu, dentro do Partido Democrático, a co-règie.
Serviu, porque não somos escravos, porque não temos senhor.
Apoiados.
Serviu, porque francamente dissemos uns aos outros que havia uma plataforma, dentro da qual nos podemos encontrar todos. Serviu, para dizer ao País e aos partidos, que se alguém teme daquilo que nós não tememos, não desejamos servir-nos da fôrça do número para monopolizar uma administração, visto que tínhamos neste momento, ocupando as cadeiras do Poder, um governo que deve ser do Partido Democrático.
Em co-régie estamos nós a viver há muito tempo. Temo-la nos caminhos de ferro, onde o Estado entra com 7 representantes, os accionistas com 7 e os obrigacionistas com outros 7.
No Banco de Portugal, temo-la em parte, e no Banco Ultramarino outro tanto sucede, e embora não haja comparticipação de capitais, há a de responsabilidades. Eu defendo essa comparticipação, e porque vem a talho de foice, devo dizer o seguinte:
A primeira vez que fui atacado na imprensa, que me chamou fariseu republicano foi no tempo do Sr. Pestana Júnior, quando Ministro das Finanças e com S. Exa. colaborei na célebre reforma bancária, com a mesma lealdade com que colaboro com o actual titular da mesma pasta.
Sou daqueles que, por vaidade ou por orgulho, não temo o número.
Nunca vi que num conselho de administração ou num conselho fiscal, aqueles que estudam os assuntos e têm a hombridade de apresentar as questões, aqueles que estão livres e não têm cadeias a oprimi-los, não sejam capazes de opor as suas razões, não pela fôrça do número, mas pela fôrça dos argumentos.
Sr. Presidente: eu quero ser justo até para aqueles que não o são para comigo.
Evidentemente que esta sessão é destinada a discutir o regime provisório, mas o que é um facto é que a Câmara tem apreciado o projecto em conjunto, e eu tenho sido um dos infractores.
Mas isto é apenas um desabafo do meu espírito.
Vamos a factos concretos.
O Sr. Mexia disso que o que convém é o statu que com a Companhia.
Eu não sei, nem discuto neste momento se o acordo está válido; o que sei é que nesse acordo há dois representantes: um dos interêsses públicos, que é o político, o outro da Companhia, que defende os interêsses dos accionistas.
Veja V. Exa., Sr. Presidente, o que diz o artigo 1.°
Eu direi que o monopólio da Companhia foi bom para ela e para o Estado em determinado ano. Em 1914, se de facto não ganhou, também não perdeu, e em 1918 ganhou o bastante para se refazer da perda que teve anteriormente.
Mas foi só por isto, e porque foi assim