O Sr. Presidente:-Vai passar-se à

O Sr. Presidente: - Vai entrar-se na primeira parte da ordem do dia: discussão do Protocolo Adicional ao Tratado do Atlântico Norte sobre a adesão da Grécia e da Turquia ao mesmo Tratado.

Tem a palavra o Sr. Deputado Colares Pereira.

O Sr. Colares Pereira: - Sr. Presidente: está na ordem do dia da. nossa sessão de hoje o Protocolo Adicional ao Tratado ido Atlântico Norte relativo à adesão da Grécia e da Turquia.

Pedi a palavra, Sr. Presidente, não porque sobre essa matéria, e em virtude de algum predicado ou conhecimento especial, eu sentisse qualquer obrigação de me pronunciar.

Pelo contrário, e por mais estranha que pareça a declaração, estou exactamente aqui nesta tribuna por não me sujeitarem quaisquer peias, nascidas de uma posição já anteriormente tomada ou de conceitos que me pudessem influenciar.

Isto é, sobre o Pacto do Atlântico e a inclusão ida Grécia e da Turquia, sinceramente, eu sinto mais do que conheço o problema; mas, como português, creio, com absoluta segurança, que ele representa para nós: orgulho patriótico, necessidade real e vantagem imprescindível.

Vozes: - Muito bom!

reacção quase sempre imprevisível, de estudo, na maioria das vezes inútil, e de consequências cada vez também mais temerosas, nasceu a obrigação de agir com decisão e rapidez, tão necessárias agora para a defesa, como o foi aos outros que dessa rapidez se serviram para tentar o ataque...

Mas há ainda no Mundo uma grande e consoladora força, que essa não mudou, não se deixou nem deixará vencer, e que constitui por si, e é para todos nós, países de civilização cristã, motivo de orgulho e, sobretudo, é condição de coerência para que ainda valha a pena viver a vida: a nossa civilização cristã.

A Europa é a dona de um património de civilização e é a chave de resolução ide um problema: "conservar a Civilização e conseguir a Paz".

Quer e há-de também trazê-la aos países e às almas.

Não esqueçamos que a Europa aglutina, aquela, multidão de seres livres a quem ensinou, habituou e prometeu não deixar jamais que viessem a viver sem trazer consigo a consolad ora certeza de que ela lhes defenderia a conquista cristã do respeito pela dignidade humana, inseparável do homem que foi para sempre tornado livre.

Esta certeza magnífica - património milenário tanta vez sagrado - não se conserva sem esforço nem vive sem sacrifício ...

Ainda em nossos dias, para sua defesa, lhe foi dada, em varias partes do Mundo, pela abnegação de alguns para o bem de todos, a dádiva generosa e humaníssima de a"...lágrimas, suor e sangue!".

Não se trata de defender um mito, mas sim uma realidade: a civilização e a paz ameaçadas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Defender a civilização cristã, por ser o único baluarte contra as doutrinas subversivas.

Defender a paz, por ser a única frente contra, a qual não pode ter êxito a invasão.

Foi da noção exacta do perigo que nasceu e, felizmente, frutificou o desejo de as nações livres e independentes do Ocidente congregarem os seus esforços para, em conjunto, estabelecerem uma defesa adequada "da herança comum e da civilização dos seus povos".

Ora a nós, Portugueses, tanto ou mais do que a qualquer outro povo do Mundo, interessa defender o que está em jogo.

Muito do que se defende é nosso!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Guardado, a proporção entre o que queremos e podemos, entre força e espírito, entre moral e temporal, a verdade é que temos saldo, e grande, a nosso favor, pelo apostolado que fizemos através do Mundo, desde o dia em que, de olhos fitos em Deus, partimos da "pequena Casa Lusitana", debruçada sobre o Atlântico -este mesmo Atlântico-, a espalhar prodigamente por todos o que era já património nosso.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

razão e até com evidente urgência, de defender, não uma fronteira, mas todas, pois são todas as ameaçadas.

E porquê? É fácil a resposta:

Onde há no Mundo outra presa que a iguale, quando é a Europa a depositária e defensora de uma civilização que é crista e foi alicerçada sobretudo em quanto de belo, de generoso, de nobre, com fé e sacrifício, o engenho do homem vem acumulando e aperfeiçoando de há