A segunda obediência maçónica portuguesa, mas a mais numerosa a nível mundial, a Grande Loja Regular e Legal de Portugal (GLRP - Legal), foi a eleições no passado 13 de Dezembro, para eleger o sucessor de José Anes. Trovão do Rosário, que, há três anos ,se apresentara em oposição a Anes, foi desta vez eleito num processo pacífico e consensual de candidato único, o que não quer dizer de aprovação unânime. O passado socialista do eleito não é do agrado de muitos membros mais próximos do PSD, embora ninguém discuta a sua isenção maçónica.

Trovão do Rosário fez a sua iniciação na Grande Loja Regular, o que é de assinalar, dado que os anteriores grão-mestres tinham sido iniciados no Grande Oriente Lusitano (GOL), de onde saíram numa posição de desafio para fundar uma maçonaria deísta.

José Manuel Anes entrega o bastão de grão mestre da Grande Loja Regular e Legal de Portugal (GLRP - Legal), a Trovão do Rosário na cerimónia do equinócio de Março próximo e, pela primeira vez na sua história de dez anos, a sucessão processar-se-á sem sobressaltos nem cisões. José Anes foi o pacificador destas turbulências, que fizeram escândalo há precisamente sete anos, quando se deu em Cascais a "cisão da Casa do Sino". O grão-mestre em exercício, Nandin de Carvalho, foi expulso, acusado de "insanidade maçónica", pela facção onde pontificavam José Braga Gonçalves (que se tornaria mais tarde na figura central do processo da Universidade Moderna), e Fernando Teixeira (fundador da GLRP, falecido em Maio de 1997).

A frágil maçonaria regular portuguesa viveu então momentos conturbados. Houve quem prenunciasse o seu fim, com o regresso dos maçons desavindos ao Grande Oriente Lusitano, de onde muitos tinham saído em 1990. Uma saída que se dera não só contra a doutrina agnóstica do GOL, mas também em protesto pela não eleição de Santinho Cunha. Ele fora ultrapassado por Rosado Correia (falecido). Que se recandidatou a um segundo mandato, numa atitude que os partidários de Santinho Cunha consideraram de "deslealdade maçónica".

Embora a grande maioria dos membros da GLRP tenha recusado a cisão da Casa do Sino, reconhecendo em Nandin de Carvalho o grão-mestre eleito, a verdade é que o escândalo, discutido na praça pública, incomodou os defensores da "legalidade maçónica", havendo quem entendesse que a solução da dissensão passava pela demissão de Nandin de Carvalho.

Este assim não o entendeu. Beneficiando do apoio das principais lojas maçónicas dos outros países, que optaram pela legalidade eleitoral e desaprovaram a tese do "golpe de estado", separou prontamente as águas entres os que ficaram na Casa do Sino e os que o seguiram - para uma sede provisória, posta à sua disposição em Lisboa por José Carlos Nogueira. Criou uma outra denominação, Grande Loja Regular e Legal de Portugal, deixando a antiga GLRP para os seus adversários da Casa do Sino.

No final do mandato, há três anos, face à insistência interna para que não o renovasse, provocou uma situação complicada, ao anunciar que se auto-suspendia das funções de grão-mestre, lançando assim uma dúvida sobre a tomada de posse do seu sucessor. A objecção, contudo, não colheu e as eleições opondo José Anes a Trovão do Rosário realizaram-se em Dezembro de 2000, com a vitória do primeiro, que foi instalado em Março do ano seguinte, na cerimónia do equinócio, na presença de uma vintena de grão-mestres estrangeiros. Nandin de Carvalho não aceitou proceder à investidura, dada a sua alegada situação de auto-suspenso.

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