Começou o Sr. Deputado por dizer que tinha muitas questões para me colocar, já que haveria muitos erros na minha intervenção, mas que não dispunha de tempo.
Porém, se V. Ex.ª quiser, dou-lhe mais dois minutos do meu tempo para me apontar tais erros, porque naquilo que referiu não os apontou.
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, penso que o Presidente da Mesa, neste caso, tem algo a dizer, porque há aqui uma "entorse" nítida ao Regimento.
Mas, para facilitar, o Sr. Deputado Rui Carp dispõe de mais dois minutos para continuar a pedir esclarecimentos, até porque manifestou também essa intenção.
no seu discurso.
O Sr. Presidente: - Para responder às questões colocadas, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Lilaia.
Portugal retome a velocidade dos países da Comunidade?! Essa, de facto - deixe-me dizer-lhe - é do melhor!
Quanto ao crescimento dos anos 60, trata-se de uma mera constatação, pois não fiz mais do que fazer uma comparação, face aquilo que é, sistematicamente, a propaganda do Governo. Ora, lembrei-me de comparar as actuais taxas de crescimento com as dos anos 60 e dos anos 70 e tirei as constatações que ficaram expressas na intervenção que fiz. Não fiz mais do que isto.
O terceiro suposto erro é uma referência à taxa de crescimento da formação bruta de capital fixo em Espanha, comparando-a com a portuguesa e tirando, também aí, algumas ilações relativamente ao crescimento do produto em Portugal e em Espanha.
Foi a constatação que fiz, mas V. Ex.ª juntou-lhe a variável desemprego. Já sabemos que houve na condução da política económica uma nítida preferência do Governo, como tem sido expresso, pela variável do emprego. Não me referi a isso na minha intervenção, m as faço-o naturalmente agora, com inteira justiça, não como um erro da minha intervenção.
Não há dúvida de que, em matéria de desemprego, há que realçar um relativo êxito que a política económica deste Governo teve. Como sabe, gosto de fazer justiça, quando essa justiça deve ser feita.
O quarto suposto erro é sobre a comparação que fiz entre o crescimento das exportações tradicionais portuguesas e o crescimento das exportações não tradicionais.
Ora, o que comparei foi estruturas de exportação e na estrutura portuguesa, pelo facto de, como muito bem referiu, as exportações não tradicionais terem crescido, em 1989, mais do que as exportações tradicionais, isso, infelizmente, não alterou de forma alguma, ainda, o padrão das nossa estrutura de exportações. Além disso, nem o ano de 1989, em que de facto isso se manifesta de forma evidente pela primeira vez, pode ser tomado como decisivo, permitindo-nos, apenas, tirar ilações relativamente àquilo que vai ser o fut uro.
Relativamente às observações que fez-e agora também porque o tempo já começa a ser escasso - não notei, de facto, mais nenhum suposto erro.
O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Octávio Teixeira.
O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: O PCP, por diversas vezes, tem defendido a necessidade de amplo debate nacional sobre a problemática da evolução da integração comunitária e sobre o seu aprofundamento, designadamente no que respeita à união económica e monetária e à chamada união política.
Identicamente, o PCP de há muito vem propondo a institucionalização da atempada prestação de informações pelo Governo à Assembleia da República sobre temas comunitários, e à comparência regular de membros do Governo nas comissões especializadas para informação e debate das questões que se vão colocando nos Conselhos de Ministros da Comunidade Europeia.
Nesta perspectiva, registamos com o maior interesse posições convergentes de outros partidos da oposição e sublinhamos, neste ponto que não noutro, as recentes declarações do Sr. Presidente da República sobre a necessidade de realização de debates a profundados "que esclareçam a Nação na sua consciência mais profunda, para o salto qualitativo que estamos a viver" no âmbito da integração europeia. E coincidimos com o Sr. Presidente da Assembleia da República, quando afirma que o processo de transformações em curso na Europa "não pode ser conduzido apenas por um partido ou Governo".
A verdade, porém, é que os factos demonstram cabalmente que o Governo não é de tal opinião. O Governo