Os responsáveis da selecção francesa de futebol temem que, nos dias dos seus jogos no Euro 2004 , muitos dos seus adeptos fiquem retidos nos aeroportos portugueses até de madrugada porque as estruturas áreas não têm capacidade para despachar mais do que oito voos "charter" por hora. O coordenador francês, Henry Emile, estimou que "a dificuldade vai ser grande", já que muitos dos adeptos não conseguiram comprar programas completos de permanência nos hotéis ("packages") e vão optar por virem e regressarem no mesmo dia. "Se calhar, muitos só vão sair de Portugal às cinco ou seis da manhã", prevê. E não haja dúvidas que não vai faltar apoio à França. Os bilhetes enviados para a Federação Francesa de Futebol "foram todos vendidos num espaço de dois dias", revelou.
Henry Emile chefiou uma delegação que ontem esteve a tratar da instalação da selecção na cidade de Santo Tirso. Os franceses terão um hotel à sua disposição - "vamos pagar uma indemnização para podermos utilizar todos os serviços", explicou Emile - e trarão dois cozinheiros, um dos quais de nacionalidade italiana, especificamente para confeccionar massas.
Os géneros alimentares serão adquiridos em Portugal, excepto a água já que esta terá de ser de uma marca que patrocina a selecção. "Se os produtores locais quiserem oferecerem o vinho, nós agradecemos", glosou Henry Émile. E, da mesma forma descontraída, o médico da selecção, Jean Marcel Ferret, acrescentou que o néctar deve ser "tinto devido ao seu efeito anti-oxidante". Ferret visitou o hospital local e diversas clínicas de Santo Tirso e mostrou-se satisfeito com os equipamentos. O responsável pela segurança da selecção vistoriou diversos locais da cidade, acompanhado por um oficial da PSP e da Polícia Municipal. Ficou desde já assente que as ruas de acesso ao hotel estarão cortadas, mas os jogadores não "vão para uma prisão e poderão passear quando quiserem", adiantou Henry Emile. Isto apesar de, sublinhou, ser complicado para os atletas mais conhecidos (exemplificou com Zidane) passarem despercebidos. Mesmo assim, a selecção quer sentir-se desejada por Santo Tirso e, por isso, em todos os treinos, haverá no campo dez crianças do concelho para apanharem bolas e ajudarem os jogadores.
Os treinos diários ocorrerão no estádio Abel Alves Figueiredo (centro da cidade) e no estádio de Vila das Aves. Neste último, no dia a seguir às partidas oficiais, os elementos não utilizados realizarão jogos-treino com atletas do Aves. "A intenção é fazer os treinos de porta aberta o maior número de vezes possível. Mas se aparecer muitas gente, mais vale encerrar para não decepcionar as pessoas", afirmou Emile. A Câmara Municipal comprometeu-se a melhorar a relva dos dois recintos.
A selecção irá jogar em Lisboa, Coimbra e Leiria. Sairá na véspera de Santo Tirso onde regressará logo após a conclusão dos jogos. O quartel-general dos Franceses prevê ainda a montagem de uma "pool" para jornalistas no pavilhão municipal. Haverá salas separadas para cadeias de TV, rádio e imprensa. E serão os protagonistas que saltarão de uma sala para a outra, para conversas de dez minutos. Só de França, está prevista a presença de 100 jornalistas da imprensa escrita, mais os profissionais de cinco canais de televisão e oito de rádio.
A maior preocupação destes trabalhadores será arranjar um hotel. O único que existe em Santo Tirso foi tomado pela selecção - o facto de só existir uma unidade hoteleira "foi preponderante" na escolha da cidade de acolhimento dado que assim a selecção consegue tranquilidade. Os adeptos "estarão sempre de passagem"
A França chegará a Portugal no dia oito de Junho e espera regressar a Paris, apenas no último dia do Euro e com o bi-campeonato na bagagem.
"Se calhar, muitos [adeptos franceses] só vão sair de Portugal às cinco ou seis da manhã"
"Neste momento temos pernas, mas não temos cabeça"
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