Sidney 2000
Golfe
e o presunto à sombra
O Autódromo do Estoril viveu ontem o ambiente dos grandes momentos. Certo que as provas têm voltado ao Autódromo, mas a estreia do Mundial de Motocilismo é outra coisa. A lembrar a Fórmula Um, com um "circo" que apresenta algumas características semelhantes, embora o "pessoal das motas" se revista de características bem particulares.
Junto às curvas, o "proletariado" dos adeptos fanáticos compôs as coisas, mas na bancada central e lateral ainda não havia muita gente. Coisa que hoje não se vai verificar, por certo. Os treinos das motas não "puxam" tanto como os da Fórmula Um.
Alguns preferiram mesmo despir os fatos de competição, ficar de tronco nu, com a cabeça deitadinha no colo da namorada, ambos bem acompanhados por uma arca frigorífica com o "combustível". Um pouco ao modo da Volta a Portugal, em ciclismo. Porque há pontos de comparação. As motas andam mais, mas é tudo questão de duas rodas.
Que o diga Ana Paula Almeida, um dos sorrisos mais deslumbrantes da Volta a Portugal, uma das meninas do pódio, que trabalhou nas antepenúltima e penúltima edição. Desta feita, está a ajudar na Sala de Imprensa do GP de Portugal. E se gosta do ambiente do ciclismo, prefere o motociclismo como desporto. De resto, está a estagiar numa seguradora e nem quis escolher um piloto que gostasse de "segurar". Porque não tem ídolos no desporto mundial. E se lhe propusessem uma voltinha de mota, nem hesitava. Sem medos.
O mesmo não aconteceu a Adruzilo Lopes. Em conversa com Felisberto Teixeira, não se deixou convencer a dar uma volta com Randy Mamola, que até já tinha transportado uma boa catrefada de VIPS em dias anteriores. Sem acidentes a assinalar. Só que Adruzilo caiu recentemente de mota e não se sentia nada inclinado a "experiências". Dos ralis para os monolugares, a mesma vontade de não "inventar". André Couto também não se quis expor, porque ainda se recorda do acidente que o mandou para o hospital do Mónaco. Aconteceu durante o Grande Prémio de F.3000, quando Couto ia de "acelera" para o jantar. Nem se lembra do que lhe aconteceu. O que o salvou foi o capacete integral.
De capacete na mão, surpreendemos o Dr. Talon perto da VIP Village, acompanhado por uma criança com um T-shirt da Suzuki. Por sua vontade, todos podiam comer o presunto Campo Frio, despudoradamente exibido nas instalações pneumáticas do Team Yamaha D'Antin Antena 3. Os espanhóis sabem da poda ! Se fôr preciso emagrecer, o Dr. Talon trata do assunto.
E quanto a previsões, quase toda a gente se inclina por Roberts. Michael Doohan e Domingos Piedade apostaram no americano, mas os treinos ainda não tinham acabado. Nuno Henrique Luz, jornalista que é actualmente director do "Portugal Diário", publicação on-line da Media Capital, gostava que vencesse Capirossi, mas inclina-se mais para Roberts ou Rossi.
Em Biaggi, que triunfou na última prova, ninguém falou. Nem nós. Ainda fomos atrás dele no "paddock", mas não tivemos velocidade suficiente para bater a "motoreta" privada, que deixou à porta da sua caravana particular "Crown Royal by Monaco". Pelas 13 horas, estacionou, deixou um par de ténis Asics à porta, junto de um par de socas, e entrou. Bem à oriental. E nem faltava uma caixinha a dizer "Welcome".
Ficámos a olhar para a mota privada com o número 7 e um autocolante: "Acess 367".
Porque motas, motinhas e motoretas é coisa que não falta no "paddock". Desde as Derbi Predator, uma espécie de transporte oficial, a bicicletas e trotinetas. E há gente de canadianas a andar de mota, gente de bengala a andar a pé, gente a pé sem bengala e muito mais gente a pé sem mota. E outros que saem da mota a precisar de bengala, como foi o caso de Jamie Robinson, que saiu da Aprilia de 250 cc a coxear e foi direitinho para a camioneta do Team Optimum.
O herói das derrapagens
... sai da "pole-position"
O que eles disseram
Faz lá isso outra vez!
Wayne Rayney
no "Hall of Fame"
Valentino Rossi
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O herói das derrapagens ... sai da "pole-position"