Segurança Justifica para Os Alemães Limitações às Liberdades

80 por cento a favor de Estado "Big Brother"

O sentimento generalizado na opinião pública alemã após os atentados terroristas de Madrid parece ser o de segurança a qualquer preço, e está bem visível na sondagem divulgada ontem pelo diário conservador "Die Welt", com 79 por cento dos inquiridos a favor de controlos como os dos aeroportos nas estações ferroviárias.

Além disso, 74 por cento pensa que praças públicas e ruas devem ser vigiadas electronicamente; 87 por cento nada tem a opor à utilização de dados biométricos (impressões digitais e identificação pela íris) nos bilhetes de identidade e passaporte; e 56 por cento defende que as Forças Armadas assumam funções policiais na protecção de aeroportos, estações ferroviárias e locais públicos. Na verdade, só para 3 por cento os actuais controlos nos aeroportos são suficientes.

Embora não exista uma ameaça concreta dirigida à Alemanha, os serviços de informações são peremptórios na afirmação de que o país estará na lista de alvos dos islamistas, não beneficiando de um "bónus" por se ter oposto à guerra contra o Iraque. Isto porque a Alemanha tem no Afeganistão um contingente militar superior a dois mil homens e reforçou o seu arsenal securitário aprovando dois pacotes legais anti-terrorismo, que possibilitaram entre outras coisas a interdição de organizações islamistas como o "Califado de Colónia", "Al AQsa e.V. " e a "Hizb-ut Tahrir". Ao mesmo tempo, estão em curso no país 182 investigações por suspeição de terrorismo islâmico.

Sendo consensual entre a classe política a seriedade da ameaça do terrorismo transnacional, o mesmo já não se pode afirmar quanto ao modo de o enfrentar.

Governo e oposição discordam, por exemplo, quanto ao papel que as Forças Armadas podem vir a ter em matéria de segurança interna. Os democratas-cristãos advogam que a distinção entre segurança "interna" e "externa" deixou de fazer sentido, pelo que os militares devem ser chamados a missões de policiamento ou controlo de identidades. A oposição discorda também da centralização dos organismos de segurança nacional (são mais de 36, com dependências diversas e competências que vão desde a espionagem clássica ao contra-terrorismo e protecção civil); o ministro do Interior diz que a centralização facilitaria a tarefa de análise e reacção a potenciais ameaças .

Com a discussão sobre a segurança a coincidir com o debate sobre a lei da imigração, a oposição fez já saber que só deixará passar esta com duas condições: a possibilidade de as Forças Armadas terem um papel interno e a faculdade de expulsar cidadãos estrangeiros sob os quais pese a suspeita de envolvimento em actividades terroristas. Para os sociais-democratas, são condições razoáveis; para os Verdes, parceiros da coligação, parecem difíceis de aceitar.

Helena Ferro de Gouveia, Frankfurt

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