aquele conseguiu com os parceiros sociais e com os representantes do poder local. Chama-se a isso uma conjugação e uma síntese perfeita entre a democracia representativa e a democracia participativa.
A verdade é que quando VV. Ex.ªs tiveram responsabilidades de governo nunca conseguiram fazê-lo. Quando, há pouco tempo, o Governo se dirigiu à Assembleia da República para explicar os resultados da cimeira histórica de Maastricht, bem afirmou que as suas implicações fiscais e financeiras seriam vertidas no Orçamento do Estado para 1992 e nas Grandes Opções do Plano.
Prometeu e cumpriu!
VV. Ex.ªs não foram capazes de apresentar quaisquer alternativas e acabaram por aprovar a certeza e a correcção da negociação que o Governo procedeu em sede de união económica e monetária e união política. Não tiveram a coragem, talvez ao arrepio de outros partidos da oposição por essa Europa fora, de dizer que concordavam com o Governo ern matéria da união política e união económica e monetária.
VV. Ex.ªs, que apareceram tantas vezes como os campeões do federalismo, limitaram-se a aparecer agora como os grandes dificultadores do sucesso dessa união política e união económica europeia.
Vozes do PSD: - Muito bem!
Vozes do PS: - Não apoiado!
O Sr. Presidente: - Queira concluir, Sr. Deputado!
O Orador: - Vou concluir, Sr. Presidente.
O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Está com pedalada a mais!
Risos do PCP e do PS.
O Orador: - VV. Ex.ªs queriam pôr em causa a hipótese de nós, como portugueses, beneficiarmos dos 2500 milhões de contos que se prevêm para Portugal no âmbito do Pacote Delors 2.
O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Olha a Alemanha!
O Orador: - Apenas propuseram o grande agravamento fiscal que houve no passado na economia portuguesa e que este governo fez desaparecer definitivamente - «o imposto da inflação»!
Vozes do PSD: - Muito bem!
O Orador: - Era essa a vossa principal fonte de receita orçamental, que o Governo irradicou para bem dos Portugueses.
Para terminar, quero dizer que este é o Orçamento do primeiro ano da Legislatura, mas não é só o Orçamento do Estado para 1992, é aquele que permitirá o crescimento da economia portuguesa com estabilidade, sem miserabilismo nem austeridade, cumprindo as promessas eleitorais, ganhando o grande desafio que e toda a década de 90, para que o nosso país possa, no fim desta década ou mesmo antes disso, alinhar no pelotão da frente dos países europeus mais desenvolvidos.
Aplausos do PSD.
O Sr. António José Seguro (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.
Protestos do PSD.
Pausa.
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, e mesmo à Mesa que vai dirigir-se?
O Sr. António José Seguro (PS): - Exacto, Sr. Presidente! Só estava a dar tempo para que os Srs. Deputados se acalmassem.
O Sr. Presidente: - Tem, então, a palavra para uma interpelação, em sentido próprio!
O Sr. António José Seguro (PS): - Sr. Presidente, a minha interpelação é no sentido de saber se o Sr. Presidente tem alguma informação de que a ausência do Sr. Ministro da Educação neste debate tenha alguma coisa a ver com o pedido de demissão que a juventude socialista apresentou.
Protestos do PSD.
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, é manifestamente uma pergunta desencontrada do nosso tema!
Vozes do PSD: - Muito bem!
O Sr. Presidente: - Finalmente, para a declaração final, tem a palavra o Sr. Ministro das Finanças.
O Sr. Ministro das Finanças: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Está concluída a primeira fase de uma tarefa. O Orçamento está aprovado, depois de discutido e analisado.
Devo dizer, com humildade, que custou mais fazer o Orçamento do mercado único do que custou defendê-lo das críticas tão desencontradas que se fizeram ouvir neste Hemiciclo.
Pensar e fazer o Orçamento foi um longo trabalho de equipa que nos uniu a todos no Governo, desde o Primeiro-Ministro ao Ministro das Finanças e aos seus próximos colaboradores, num conjunto indivisível de responsabilidades.
É esta a única forma válida e eficaz de governar em democracia: clareza de objectivos, capacidade de responder a objecções - as nossas, entre nós, e as expressas pelas oposições, aqui, na Assembleia da República.
O Sr. José Penedos (PS): - Não é verdade!
O Orador: - Foram exigentes as verificações procuradas pelos nossos debates internos quanto à execução, coerência, previsão de resultados e alternativas a