Savimbi pode encontrar-se com Eduardo dos Santos

O presidente da UNITA, Jonas Savimbi, está disposto a deslocar-se a Itália para se encontrar com o Presidente José Eduardo dos Santos, de férias na Sardenha, e tentar encontrar uma solução para a "actual e profunda crise do processo de paz" em Angola. Em comunicado distribuído pela sua missão em Lisboa, o movimento do Galo Negro responde desta forma às iniciativas desenvolvidas nesse sentido pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Ontem, o governo de Luanda, que inclui ministros da UNITA, afirmou que esta organização está a concentrar soldados e material de guerra e considerou que as acções da organização de Jonas Savimbi "poderão colocar em perigo os protocolos de Lusaca, com todas as graves consequências que daí possam resultar". No final de uma visita oficial a Angola, o secretário de Estado para a Cooperação do governo português, José Lamego, salientou ainda ontem não existir qualquer possibilidade de graves perturbações no processo de paz e manifestou-se contra um "excessivo pessimismo". A visita de Lamego coincidiu com o início de confrontos entre o exército governamental e grupos armados que Luanda afirma serem soldados da UNITA, na província de Lunda Norte, Nordeste do país. Governo de coligação turco resiste às pressões

O primeiro-ministro islamista da Turquia, Necmettin Erbakan, e a sua parceira conservadora, Tansu Çiller, chefe da diplomacia de Ancara, parecem apostados em prosseguir a coligação governamental e trocar os respectivos postos, apesar do desejo das chefias militares em afastar os islamistas do poder. O acordo foi anunciado na noite de quinta-feira e motivou a demissão do ministro do Turismo, Bahattin Yucel, membro do Partido da Justa Via (DYP) liderado por Çiller. Ao justificar a sua decisão, o ministro considerou que a permanência dos islamistas do Refah no governo poderá ter como resultado "a transformação em conflito armado da actual escalada da tensão no país". Rebeldes tamil acusam Paquistão

Os rebeldes tamil do Sri Lanka acusaram ontem o Paquistão de estar a colaborar com o Exército no decurso da actual ofensiva das tropas governamentais, que estão a consolidar posições após um recente ataque da guerrilha no Norte da ilha. "A actual operação militar foi coordenada em conjunto com responsáveis militares paquistaneses", refere uma declaração dos Tigres de Libertação do Tamil Eelam (LTTE). Os rebeldes, que lutam pela independência do Norte do país, referem que a informação foi recolhida "junto de fontes independentes", mas um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros do Paquistão apressou-se a desmentir qualquer envolvimento nos "assuntos internos" do Sri Lanka. Pol Pot ainda ordena execuções

O antigo dirigente kmer vermelho Pol Pot terá ordenado recentemente a execução de Son Sen, o seu antigo ministro da Defesa e membro da direcção do Partido Comunista Kmer (PPK), antes de protagonizar a sua própria fuga, afirmou ontem em Phnom Penh o príncipe Norodom Ranariddh. Segundo o primeiro co-primeiro-ministro do governo cambodjano, Pol Pot terá mandado executar Son Sen, 67 anos, e diversos membros da sua família, após o ter acusado de espionagem. O responsável pelo genocídio no Cambodja durante a década de 70 abandonou de seguida a base kmer vermelha de Anlong Veng, no Norte do país. Na quarta-feira, a rádio kmer vermelha captada em Phnom Penh tinha anunciado a prisão de Son Sen e de sua mulher Yun Yat, por "traição". Alterações em perspectiva na hierarquia vietnamita

A substituição da actual "troika" dirigente no Vietname, o chefe do Partido Comunista Dô Moi, 80 anos, o Presidente Lê Duc Anh, 77 anos, e o primeiro-ministro Vo Van Kiêt, 75 anos, constitui um dado adquirido nos próximos meses, referiu ontem a AFP ao citar uma "fonte informada". Os nomes dos três líderes, dirigentes máximos do Partido Comunista do Vietname (PCV), não figuram na lista dos candidatos às próximas eleições legislativas aprovada no início desta semana durante uma sessão plenária do PCV em Hanói. A mesma fonte precisou que o facto de não renovarem os seus mandatos de deputados significa o caminho para a reforma política, por não poderem conservar os seus actuais postos sem estarem representados na Assembleia nacional.