Há ainda a notar a verba, relativamente importante, se se considerarem as médias, de 130 contos, destinada ao monumento a Viriato a erigir na cidade.

Verifica-se desta rápida resenha das comparticipações deste distrito que, se se exceptuarem quatro ou cinco verbas, as restantes, que são muitas, representam pequenas obras de reparação em edifícios, um ou outro mercado e alguns trabalhos em estradas e pouco mais.

As comparticipações no distrito de Évora nos dois anos totalizaram, incluindo reforços, cerca de 1:870 contos e compreendem grande número de obras, principalmente as de edifícios. Os números são os que seguem:

A análise das cifras relativas aos cinco distritos revela que o total das comparticipações e reforços se elevou a 32:194 coutos em 1940 e 1941. Destes couberam 25:750 a arruamentos, estradas, edifícios e saneamento, incluindo águas e esgotos. As aplicações foram as seguintes:

Contos A sombra do Fundo de Desemprego e dos Melhoramentos Rurais têm-se realizado interessantes obras, incluindo a sanidade regional. Os objectivos de um e de outro são semelhantes. Consistem na construção e reparação de edifícios, monumentos, estradas e caminhos vicinais e na captação de águas, esgotos e outras obras de saneamento, e em diversas outras melhorias, como limpeza de rios e ribeiros, electrificação e arranjos urbanísticos.

O Fundo de Desemprego, como se verificou, tem exercido a sua acção em maior escala nos centros mais populosos, e dos números ressalta que se desviam maiores quantias para edifícios, estradas e ruas. As verbas de saneamento são muito menores.

No fundo o trabalho executado é semelhante nas duas instituições.

Além do fim específico de promover a melhoria de vida social, tam lamentavelmente atrasada, sobretudo em zonas rurais, um e outro dos mencionados fundos têm também o objectivo de evitar crises de desemprego.

O Fundo foi criado especialmente para isso - e é o desemprego que o justifica. As verbas anualmente inscritas no orçamento para melhoramentos rurais podem e devem também concorrer para esse objectivo. Neste ponto as duas instituições, que vivem sob a égide do Estado, completam-se, ou auxiliam-se pelo menos.

Terão ambas desempenhado cabalmente a sua função em matéria dê acudir às crises de desemprego?

Estão os serviços organizados no sentido de evitá-las ou, sendo isso impossível, de diluí-las?

Não é este o lugar para estudar com a largueza que o assunto requere a teoria do desemprego e os seus efeitos - nem é possível agora estabelecer as causas das crises em Portugal.

Já nestes pareceres, nomeadamente nos subsídios apresentados à comissão das contas públicas, se aludiu a assunto de tam grande importância e se apresentaram algumas directrizes que tendiam a aproveitar melhor os fundos disponíveis.

Esses fundos, que só nas comparticipações em obras se elevam a perto de três dezenas de milhares de contos por ano, poderiam exercer acção muito benéfica se fossem aplicados no momento oportuno.

Quem conhecer um pouco, mesmo sem grande profundeza, a vida económica, industrial e agrícola das zonas rurais ou das cidades sabe os períodos em que mais se acentua a falta de trabalho e pode prever com certo rigor os anos e os lugares onde ela se acentuará. As crises regionais estão relacionadas em Portugal com o regime de cultura e com o grau de rendimento anual das colheitas.

Há períodos, conhecidos e determinados, em que todos os anos falta trabalho, e há outros em que a sua abundância poderá trazer dano às sementeiras ou colheitas, se forem executados nesses períodos melhoramentos que demandem grande quantidade de mão de obra.

É sabido hoje que a mais desastrosa influência da vida do trabalhador rural resulta, não de ser alto ou baixo o uivei do salário, desde que ele não desça a nivel inferior a uni mínimo, mas das flutuações periódicas a que está sujeita a mão de obra. Essas intermitências, além de deminuir a base do sustento da família e de perturbar por essa razão o seu regime de vida, têm perniciosa acção moral no próprio trabalhador.

Nas zonas de propriedade dividida, onde cada trabalhador é pequeno proprietário rural, ou consegue parecer sê-lo pelo arrendamento de algum trato de terreno, os dias de desemprego são utilizados no amanho